Paulo Rangel confia que Rússia não irá usar armas nucleares
Estados Unidos planeiam reabrir embaixada em Kiev na quinta-feira
"Esperamos que a embaixada volte ao funcionamento normal amanhã [quinta-feira]", confirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa, sublinhando que o Governo norte-americano leva a segurança do seu pessoal no estrangeiro "extremamente a sério" .
O porta-voz referiu que até ao momento não se verificaram as informações de Washington sobre a possibilidade de ocorrer hoje um grande ataque russo em Kiev, embora tenha ressalvado que a Ucrânia tem sido "alvo de bombardeamentos significativos nos últimos dias e essa ameaça existe sempre".
Miller esclareceu que o encerramento da embaixada não implicou a saída de qualquer membro do corpo diplomático norte-americano no país.
"Baseamos a nossa avaliação de segurança em todas as informações que temos à nossa disposição e tentamos ser extremamente cautelosos para proteger o nosso pessoal", frisou.
Os Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Canadá fecharam as portas das suas embaixadas na Ucrânia durante o dia de hoje, após Washington ter divulgado informações a dar conta da iminência de bombardeamentos intensos contra Kiev.
O encerramento das representações ocidentais ocorreu depois de a Ucrânia ter lançado, na segunda-feira e pela primeira vez, um ataque contra a região russa de Bryansk utilizando mísseis de longo alcance ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, bem como mísseis britânicos Storm Shadow hoje contra solo russo.
Os ataques foram realizados logo após a "luz verde" sem precedentes do Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, à utilização pelas forças de Kiev de mísseis norte-americanos de longo alcance contra a Rússia.
Em resposta, na terça-feira, dia em que assinalaram mil dias sobre o início da invasão russa da Ucrânia, o líder do Kremlin, Vladimir Putin, assinou um decreto que aumenta as possibilidades de utilização das armas nucleares da Rússia.
Várias potências ocidentais tinham já alertado que consideravam inaceitável a mobilização de cerca de dez mil militares norte-coreanos para lutar ao lado do Exército russo na região fronteiriça de Kursk, invadida pelas tropas ucranianas em agosto.
Esta escalada militar na guerra da Ucrânia ocorre numa fase em que as forças ucranianas lidam com uma progressão das tropas russas na região leste de Donetsk, e procuram segurar as suas posições em Kursk.
Washington aponta dedo à Russia no corte dos cabos submarinos do Báltico
Zelensky admite derrota se Trump cancelar o apoio militar a Kiev
Canadá junta-se a outros países ocidentais e fecha embaixada em Kiev
"A embaixada do Canadá em Kiev suspendeu temporariamente os seus serviços ao público devido à situação de segurança", revelou o Governo canadiano numa mensagem publicada no seu `site` oficial, justificando com "informações específicas sobre um possível ataque aéreo substancial", de acordo com dados de Washington.
Além do Canadá, os Estados Unidos, Portugal, a Espanha, a Itália e a Grécia adotaram a mesma medida.
O encerramento das embaixadas ocidentais ocorre pouco depois de a Ucrânia ter lançado pela primeira vez um ataque contra a Rússia utilizando mísseis de longo alcance ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, bem como mísseis britânicos Storm Shadow.
Na terça-feira, dia em que assinalaram mil dias sobre o início da invasão russa da Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que aumenta as possibilidades de utilização das armas nucleares da Rússia.
Várias potências ocidentais tinham já alertado que consideravam inaceitável a mobilização de cerca de dez mil militares norte-coreanos para lutar ao lado do Exército russo na região fronteiriça de Kursk, invadida pelas tropas ucranianas em agosto.
Esta escalada militar na guerra da Ucrânia ocorre numa fase em que as forças ucranianas lidam com uma progressão das tropas russas na região leste de Donetsk, e procuram segurar as suas posições em Kursk.
China, Brasil, Chile, Colômbia e México contra agravamento
O presidente chinês, Xi Jinping, apelou à união de "mais vozes" por uma "solução política" na Ucrânia. Já o Brasil, o Chile, a Colômbia e o México, por seu turno, exprimiram o desejo que se evite "uma corrida às armas" devido ao conflito russo-ucraniano.
Zelensky considera minas antipessoais "muito importantes"
O presidente da Ucrânia destacou a importância das minas antipessoais, disponibilizadas pela Administração Biden esta quarta-feira, para ajudar a "deter os assaltos russos".
"As forças mecanizadas deles já não vão à frente. Avançam a pé, de forma a aproximarem-se e agir de forma a abrir caminho às forças mecanizadas", referiu Lloyd aos jornalistas.
"Os ucranianos necessitam de algo que possa ajudar a atrasar este esforço da parte dos russos", acrescentou, o qual pode ajudar a justificar os recentes avanços significativos das tropas de Moscovo na frente leste do conflito.
A decisão do Governo norte-americano suscitou uma onda de críticas por parte de ONG que denunciam o uso de minas deste tipo.
EUA preveem reabrir embaixada em Kiev na quinta-feira
Os Estados unidos deverão reabrir a sua embaixada na capital ucraniana, e retomar as operações normais, esta quinta-feira, anunciou o Departamento de Estado.
MNE. Encerramento da embaixada em Kiev não é nada "de novo"
Foto: Danil Shamkin via Reuters Connect
Rangel sublinhou que o encerramento da embaixada é "temporário". "Não se pode criar a ideia de que nós estamos a retirar as pessoas de Kiev" para regressarem a Portugal, alertou.
O ministro lembrou que "em termos práticos" este não foi o primeiro encerramento da embaixada em Kiev, desde a invasão russa da Ucrânia.
"Aconteceu dezenas, se não até mais do que duas centenas de vezes, durante um dia ou dois a embaixada não abrir porque os seus funcionários, os diplomatas e alguns funcionários locais, tinham de estar em bunkers, porque os alertas eram permanentes", explicou o MNE.
"Do ponto de vista prático não estamos a fazer nada de novo", sustentou Paulo Rangel.
A diferença é que, agora, o ministério entendeu "formalizar" o encerramento, por não existir data de reabertura.
"Enquanto que, normalmente, nas outras ocasiões, nós conseguíamos prever qual era o dia exato em que iríamos reabrir, aqui temos de fazer uma monitorização dia a dia", explicou o responsável pela diplomacia portuguesa.
Países Baixos entregam últimos F-16 à Ucrânia
Ministro defende reforço do pilar europeu da NATO "por causa de Putin"
"Para conseguirmos estar do lado certo da História, do lado dos nossos aliados, na defesa desses valores, temos de assumir as responsabilidades que nos são pedidas, em favor da segurança coletiva, reforçando o contributo nacional para o pilar europeu da Aliança Atlântica", defendeu Nuno Melo, que falava no encerramento do congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, que decorreu na Academia Militar, na Amadora, Lisboa.
Nuno Melo alertou para estimativas que apontam que "o investimento russo em Defesa para 2025 deverá ultrapassar a globalidade do investimento dos 27 países-membros da União Europeia".
"Isso deve fazer-nos refletir a todos, ponderado que a Rússia funciona já em modo de economia de guerra", avisou.
Neste contexto, continuou o governante, tal significa a obrigação também de Portugal de investir mais em Defesa "não por causa de Trump, mas por causa de Putin", citando o nome indicado para o cargo de comissário para a Defesa e o Espaço, o ex-primeiro ministro lituano, Andrius Kubilius.
Nuno Melo defendeu as medidas já adotadas pelo atual Governo PSD/CDS-PP para os militares das Forças Armadas, e realçou que Portugal decidiu ainda "reforçar o papel que lhe compete na NATO", antecipando para 2029 o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em despesas militares.
"Não obstante, recordaria também as declarações de há três dias do Secretário-Geral da NATO, que, expressando certamente o sentimento dos aliados, adverte que 2% é já uma meta porventura ultrapassada, e para isso indica valores superiores a 3%", advertiu.
O esforço de Portugal, continuou, deverá ser feito "junto dos aliados", até para "reforço da credibilidade" do país, "tendo obviamente também necessariamente em conta todas as contingências orçamentais".
"Mas é bom que percebamos o caminho e para onde o mundo, no plano político, também nos vai conduzindo", acrescentou.
Embaixada portuguesa em Kiev fecha temporariamente
O ministro salientou que "não se pode criar a ideia" de que Portugal está a retirar as pessoas de Kiev, salientando que estes encerramentos temporários aconteceram "dezenas, se não centenas de vezes" ao longo dos mil dias da guerra na Ucrânia.
Conselho da Europa apela a soluções "sustentáveis" para crianças ucranianas refugiadas
"Agora que o trágico marco de 1000 dias de guerra na Ucrânia foi ultrapassado, é altura de passar das soluções de emergência para soluções mais sustentáveis e de longo prazo", afirmaram os peritos do Grupo Consultivo para as Crianças da Ucrânia, em colaboração com o Departamento de Educação do Conselho da Europa, num estudo.
De acordo com os dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de 40% dos 6,5 milhões de refugiados ucranianos são crianças e adolescentes "que têm de continuar a sua escolaridade", refere o estudo.
Apesar de uma melhoria no seu acesso à educação desde meados de 2023, "ainda há muito a fazer", observaram os peritos, recordando que o ensino primário é "obrigatório e gratuito para todos", de acordo com a Convenção sobre os Direitos da Criança.
Ucrânia dispara mísseis britânicos Storm Shadow contra a Rússia
Papa vê guerra na Ucrânia como "catástrofe vergonhosa"
Marcelo descreve mil dias de invasão russa da Ucrânia como teste à NATO
Foto: Tiago Petinga - RTP
Embaixada alemã em Kiev de portas abertas
“Estamos em contacto permanente com os nossos colegas no terreno para que possamos tomar as medidas adequadas caso a situação se altere”, acrescentou.
Ucrânia refere-se a uma operação de guerra "psicológica" russa
Está a ser difundida uma mensagem através de mensageiros e redes sociais (...) sobre a ameaça de um ataque de mísseis e bombas “particularmente maciço” contra cidades ucranianas hoje”, afirmou a Direção dos Serviços de Informações num comunicado.
“Esta mensagem é falsa, contém erros gramaticais típicos da informação russa e das operações psicológicas”, remata.
Kiev sob alerta de ataque aéreo devido a "ameaça de míssil"
O alerta, que o chefe da administração presidencial da Ucrânia exortou os cidadãos a não ignorar, veio poucas horas depois que o Departamento de Estado dos EUA ter fechado a sua embaixada em Kiev devido a "informações específicas de um potencial ataque aéreo significativo".
Putin oferece uma leoa, catatuas e ursos à Coreia do Norte
"Um leão africano, dois ursos castanhos, dois iaques domésticos, cinco catatuas brancas, 25 faisões de várias espécies e 40 patos mandarins foram transferidos do jardim zoológico de Moscovo para o jardim zoológico de Pyongyang", informou o Ministério dos Recursos Naturais da Rússia.
O ministro Alexander Kozlov, que se deslocou à Coreia do Norte, sublinhou que se trata de um "presente de Vladimir Putin".
Putin ofereceu recentemente 24 cavalos de raça ao líder norte-coreano Kim Jong-un, que por sua vez ofereceu cães ao presidente russo.
Biden aprova envio de minas antipessoais para a Ucrânia
Os Estados Unidos forneceram à Ucrânia minas antitanque durante toda a guerra com a Rússia, mas as minas antipessoais tem como objetivo diminuir o avanço das tropas terrestres russas, acrescentou o dirigente, que falou sob condição de anonimato.
A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro.
Este anúncio de envio de minas antipessoais norte-americanas para a Ucrânia surge depois de mais de dez mil soldados norte-coreanos destacados para Kursk pelas Forças Armadas russas já terem participado em batalhas. Além disso, Pyongyang enviou também armas adicionais para o conflito na Ucrânia, incluindo obuses autopropulsionados e lançadores múltiplos de rockets.
Na terça-feira, a Ucrânia usou mísseis ATACMS dos EUA para atacar o território russo, aproveitando a permissão recentemente concedida pela administração cessante de Biden no milésimo dia da guerra.
Moscovo afirmou que a utilização de ATACMS, os mísseis de maior alcance que Washington já forneceu à Ucrânia, era um sinal claro de que o Ocidente queria fazer escalar o conflito.
Na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, baixou o limiar para um ataque nuclear em resposta a uma gama mais alargada de ataques convencionais.
Kremlin considera "absurdo" sugerir que a Rússia danificou cabos no Mar Báltico
As declarações surgem depois de governos europeus terem acusado Moscovo de uma escalada de ataques híbridos contra os aliados ocidentais da Ucrânia, dias depois de cabos de dados que ligam a Finlândia à Alemanha e a Suécia à Lituânia terem sido cortados.
A Alemanha, a Polónia e outros países europeus não acusaram diretamente a Rússia de ter destruído os cabos, mas alertaram que se tratava provavelmente de um ato de sabotagem.
"É absurdo continuar a culpar a Rússia por tudo sem qualquer razão", defendeu esta quarta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Kremlin acusa EUA de fazerem tudo para "prolongar a guerra" na Ucrânia
Os EUA "estão totalmente empenhados em prolongar a guerra na Ucrânia e estão a fazer tudo o que podem para esse fim", criticou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Avisos para ataque russo. EUA e Espanha fecham temporariamente embaixadas em Kiev
O Pentágono afirmou não ter visto qualquer sinal de que a Rússia estivesse a planear utilizar uma arma nuclear na Ucrânia e acusou os políticos russos de se envolverem numa retórica irresponsável.
“Vamos continuar a monitorizar, mas não temos quaisquer indicações de que a Rússia esteja a preparar a utilização de uma arma nuclear na Ucrânia”, afirmou a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.
Pouco depois do anúncio dos Estados Unidos, a embaixada espanhola em Kiev anunciou que não vai prestar serviços esta quarta-feira devido ao "risco acrescido de ataques aéreos em toda a Ucrânia", anunciou a delegação diplomática numa mensagem eletrónica enviada aos espanhóis residentes na Ucrânia.
Erdogan opõe-se à utilização de mísseis de longo alcance dos EUA pela Ucrânia
Para Erdogan, estes desenvolvimentos podem colocar a região e o mundo à beira de uma guerra maior, pelo que tanto a Rússia como a Ucrânia devem manter a contenção.
Forças russas capturam aldeia no leste da Ucrânia
Militares ucranianos dizem ter abatido 56 drones russos e dois mísseis durante a noite
"Linhas vermelhas" do Kremlin contra "luzes verdes" do Ocidente
O caso mais recente foi a aprovação na terça-feira pelo líder do Kremlin, Vladimir Putin, de um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis norte-americanos de longo alcance.
As ameaças de Moscovo remontam, porém, à década que antecedeu a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a propósito de uma alegada ingerência ocidental para depor o regime ucraniano pró-russo na revolução Euromaidan em 2014, do apoio militar desde então às autoridades de Kiev e, sobretudo, da sua aspiração de aderir à NATO.
Ameaça à Rússia e sanções
No dia da invasão ucraniana, que cumpriu mil dias na terça-feira, Vladimir Putin argumentou que a sua "operação militar especial" resultava de uma "ameaça real aos interesses e à existência do Estado [russo] e da sua soberania".
O líder mencionou na ocasião que se tratava de uma "linha vermelha" há muito apontada e que tinha sido ultrapassada, numa referência concreta à expansão da NATO no leste europeu.
Alguns dias depois, o Presidente russo mandou colocar em alerta máximo as forças de dissuasão do seu Exército, que podiam incluir a componente nuclear, devido a "declarações agressivas" do Ocidente e ao anúncio de sanções contra Moscovo, que na altura comparou a "uma declaração de guerra".
Tanques modernos
Após o envio pelos aliados de Kiev de equipamento militar da era soviética, os parceiros ocidentais acabaram por ultrapassar as suas hesitações e autorizar no início de 2023 o envio de tanques modernos, que incluíram o alemão Leopard 2, o britânico Challenger 2 e o norte-americano Abrams.
Reagindo à "luz verde" de Berlim, a Embaixada russa na capital alemã advertiu que se tratava de uma medida "extremamente perigosa" e que levava o conflito para "um novo nível de confronto".
No mesmo mês, o antigo Presidente russo e número dois do Conselho de Defesa Nacional, Dmitri Medvedev, alertava que o patrocínio do Ocidente a Kiev e uma derrota da Rússia poderia transformar uma guerra convencional num conflito nuclear, numa das suas várias declarações catastrofistas e que começaram a ser pouco consideradas.
Adesão da Finlândia e Suécia à NATO
O Kremlin avisou em abril de 2023 que tomaria "contramedidas" após a adesão da Finlândia à NATO, considerando o alargamento da Aliança Atlântica como "um atentado à segurança" da Rússia e retomaria o mesmo discurso no seguimento da posterior integração da Suécia, após décadas de neutralidade de Estocolmo.
A par desta retórica, Moscovo começou a abandonar os tratados internacionais que regulam os arsenais nucleares desde a Guerra Fria, enquanto transferia armas nucleares táticas para a Bielorrússia, que faz fronteira com a Lituânia, Estónia e Polónia, três membros da NATO, além da Ucrânia.
Caças F-16
Solicitados por Kiev desde o início do conflito, os caças norte-americanos F-16 começaram a sobrevoar os céus da Ucrânia no último verão, após a formação em tempo recorde de pilotos e pessoal de terra da Força Aérea ucraniana, no âmbito de uma coligação internacional liderada por Países Baixos e Dinamarca e também integrada por Portugal.
No seguimento da "luz verde" de Washington, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo declarou que o uso dos F-16 aumentaria o risco de um confronto militar direto entre Moscovo e a NATO e estes caças modernos passariam a ser um alvo militar legítimo para a Rússia, "onde quer que voem".
Ataques à Rússia
Ao fim de mais de dois anos de guerra, os Estados Unidos deram em maio um aval excecional para o uso defensivo do seu armamento num raio limitado do solo russo, em consequência da invasão russa de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
O acordo de Washington para salvar a segunda maior cidade ucraniana - a que se juntou também a Alemanha e o Reino Unido - levou Putin a dizer que os países ocidentais estavam "a brincar com o fogo", numa ameaça reiterada após sucessivas transferências de armamento de ataque e antiaéreo dos aliados da NATO, mas de utilização exclusiva no seu território.
Mísseis ATACMS
Num mês marcado pela eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, levantando dúvidas sobre a continuação do apoio militar de Washington a Kiev, o Presidente cessante, Joe Biden, autorizou no domingo o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia.
O Kremlin já tinha considerado anteriormente que este aval era uma das suas principais "linhas vermelhas" e suscetível de uma crise nuclear.
Em reação ao anúncio norte-americano de domingo e à primeira utilização das forças ucranianas de mísseis norte-americanos de longo alcance ATACMS na região russa de Bryansk, o chefe da diplomacia de Moscovo, Serguei Lavrov, ameaçou com uma "resposta apropriada" e a uma "nova fase" da guerra.
O seu Ministério já tinha associado um eventual ataque com armas norte-americanas em território russo a uma "participação direta dos Estados Unidos e dos seus satélites", que significaria uma "mudança radical na essência e na própria natureza do conflito".
Depois do acordo de Washington, o Reino Unido e a França confrontam-se com a mesma decisão, sendo que a Alemanha já declarou que não autoriza o uso dos seus mísseis Taurus, com uma capacidade de penetração superior no dobro dos cerca de 300 quilómetros dos ATACMS.
Mas esta posição poderá mudar se o atual chanceler, Olaf Scholz, perder para a oposição as próximas legislativas, em fevereiro.
Kremlin diz que congelar conflito na Ucrânia não convém à Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar a decisão da embaixada dos EUA em Kiev de fechar e emitir um aviso sobre um potencial "ataque aéreo significativo", remetendo a questão para o Ministério da Defesa.
Moscovo diz que papel da NATO nos ataques com mísseis não ficará impune
"As tentativas de alguns aliados da NATO de participarem na previsão de possíveis ataques de longo alcance com armas ocidentais em território russo não ficarão impunes", acrescentou.
Pequim apela à "calma"
"Nas atuais circunstâncias, todas as partes devem manter a calma e a contenção, trabalhando em conjunto através do diálogo e da consulta para aliviar as tensões", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa.
Kiev confirma ataque a posto de comando russo em Belgorod
A informação chega um dia depois do uso de mísseis norte-americanos de longo alcance por Kiev.
EUA vão fornecer minas antipessoais a Kiev
Washington vai enviar para Kiev "minas antipessoais não persistentes", equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação, disse à agência de notícias France-Presse, na terça-feira à noite, a mesma fonte, que não foi identificada.
A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro de 2025.
A administração de Joe Biden está a apressar-se para fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao atual Presidente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.
A última parcela de ajuda em armamento surge num momento em que crescem as preocupações sobre uma escalada no conflito, com ambos os lados a pressionar para obter qualquer vantagem que possam explorar se Trump exigir um fim rápido para a guerra, tal como o presidente eleito prometeu fazer.
Na segunda-feira, Biden autorizou a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance na Rússia, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a aumentar a parada e a decretar a possibilidade de o exército da Rússia utilizar armas nucleares.
As autoridades norte-americanas afirmaram que a mudança de estratégia da Rússia na doutrina nuclear era esperada.
No entanto, Moscovo alertou na terça-feira que o novo uso do Sistema de Mísseis Táticos do Exército, conhecido como ATACMS, pela Ucrânia, dentro da Rússia poderá desencadear uma resposta forte.
Embaixada dos EUA fechada na antecipação de bombardeamento russo
- A embaixada norte-americana na capital ucraniana está esta manhã de portas fechadas. A representação diplomática dos Estados Unidos afirma ter recebido "informações específicas" sobre um potencial ataque aéreo russo em larga escala, em retaliação pelo primeiro lançamento de mísseis de longo alcance, por parte das forças de Kiev, contra território da Federação Russa. Na rede social X, a embaixada recomenda aos cidadãos norte-americanos na Ucrânia que se preparem para procurar abrigo, caso soem os alarmes;
- A Ucrânia lançou os primeiros mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano contra a Rússia. Os ucranianos atacaram a região russa de Bryansk com pelo menos seis projéteis. Segundo o Ministério russo da Defesa, os fragmentos caíram numa instalação militar não especificada. Houve um incêndio, mas não provocou vitimas nem danos materiais;
- Kiev aprovou o Orçamento para o próximo anos com uma verba sem precedentes de 60 por cento para a área da defesa e segurança;
- No Parlamento Europeu, no dia em que se assinalaram mil dias de guerra, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que já haverá perto de 100 mil soldados norte-coreanos na fronteira;
- O ministro russo dos Negócios Estrangeiros desafiou Donald Trump a tomar uma posição em relação à Ucrânia. Sergei Lavrov garante que Moscovo dará uma resposta adequada ao apoio militar norte-americano;
- A Alemanha alerta que dois cabos submarinos que ligam o pais à Finlândia foram cortados num ato de sabotagem. Para já, a ministra dos Negócios Estrangeiros não acusa nenhum país. Os cabos de comunicações têm quase 1.200 quilómetros. Além deste caso, houve também problemas com uma ligação de 218 quilómetros entre a Lituânia e a ilha de Gotland, na Suécia. A Alemanha diz que estas ações se enquadram no padrão de uma guerra híbrida;
- O primeiro-ministro português anunciou que a contribuição de Portugal para o conflito na Ucrânia vai apostar mais em soluções duradoras de paz. Luís Monetenegro diz que o objetivo será sempre o evitar a escalada do conflito;
- O presidente da República afirma que os mil dias de invasão russa na Ucrânia foram um teste à NATO e que estamos num momento "psicologicamente importante" e sensível. Marcelo Rebelo de Sousa acredita que a aliança europeia e norte-americana se mantém firme e recorda que a Ucrânia já estava a pedir há muito tempo o apoio que recebeu agora.
Moscovo promete resposta a mísseis norte-americanos lançados por Kiev
Rússia acena com armas nucleares após ataque com mísseis de longo alcance
Armamento nuclear. Bluff de Vladimir Putin ou último recurso?
Pentágono reage com naturalidade à nova doutrina nuclear do Kremlin
Ataque da Ucrânia à Rússia dominou final da Cimeira do G20 no Brasil
Ucrânia. Marcelo diz não estar à espera que haja "perda de controlo"
Foto: Nuno Patrício - RTP
Sobre a autorização dos EUA à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance em território russo, Marcelo sublinha que "este é um apoio que vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva, mas mesmo assim é limitado".
Relativamente à notícia de que Vladimir Putin assinou uma nova doutrina de recurso alargado a armas nucleares, o presidente da República lembra que "não é a primeira vez" que a Rússia utiliza esta "terminologia tradicional" com ameaças de utilização de armamento nuclear, mas sublinha que Moscovo tem de ter consciência que "há patamares que não se podem ultrapassar".
"Os valores devem ser defendidos, mas há sempre uma ideia subjacente a tudo: afirmar esses valores, mas sempre construindo a paz", sublinhou.