Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

por Mariana Ribeiro Soares, Cristina Sambado, Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP

O Kremlin avançou que o ataque à Ucrânia com um míssil balístico hipersónico recém-desenvolvido teve como objetivo lançar um aviso ao Ocidente. Volodymyr Zelensky fala numa "clara e severa escalada" da guerra. A NATO acusa Vladimir Putin de procurar "aterrorizar" civis e intimidar os aliados da Ucrânia. Acompanhamos aqui o evoluir da situação.

Emissão da RTP3


Reuters

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Momento-Chave
por RTP

Novo míssil de Putin. Conselho de aliados da NATO agenda reunião de emergência

Foto: Majid Asgaripour/WANA via Reuters

Vladimir Putin ordenou a produção em série do novo míssil balístico hipersónico que garante não ser interceptável pelos sistemas de defesa ocidentais. E autorizou a realização de novos ataques de teste na Ucrânia. O conselho de aliados NATO já agendou uma reunião de emergência.

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por Antena 1

MNE assume preocupação com novo míssil e revisão da doutrina nuclear russa

Foto: Olivier Hoslet - EPA

O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que o uso de um novo míssil balístico no conflito com a Ucrânia e alteração da doutrina nuclear por Moscovo “são fatores de grande preocupação”.

Segundo Paulo Rangel, é preocupante o "uso deste míssil", acrescentando ser ainda mais grave a alteração da doutrina nuclear que o Presidente da Rússia anunciou.
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por RTP

Putin ordena novos testes e produção em massa do novo míssil Oreshnik

Vladimir Putin, presidente da Federação Russa Vyacheslav Prokofyev - Reuters

O presidente russo anunciou esta sexta-feira que Moscovo vai continuar a testar o míssil hipersónico Oreshnik, que disparou contra a Ucrânia na quinta-feira, e já deu ordens para a produção em massa deste novo míssil.

Vladimir Putin disse que o ataque de quinta-feira foi “bem-sucedido” e este vai continuar a ser usado “em situações de combate”.

Vamos continuar com estes testes, especialmente em situações de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança da Rússia”, disse.

O presidente russo detalhou que o Oreshnik é incapaz de ser intercetado e “não existem contramedidas” para tal míssil. O novo míssil balístico hipersónico de médio alcance atinge uma velocidade dez vezes superior à do som, o que o torna incapaz de ser intercetado mesmo pelos sistemas ocidentais mais avançados.

Vladimir Putin garantiu ainda que a Rússia possui uma "reserva" deste mísseis, "prontos a serem empregues", e afirmou que "mais ninguém no mundo" possui este tipo de armamento.

O desenvolvimento deste tipo de arma tem uma "importância vital" para Moscovo, face "a novas ameaças crescentes", acrescentou.

Volodymyr Zelensky reagiu com apelos aos aliados por sistemas de defesa aérea de última geração.

"O ministro ucraniano da defesa já está em diálogo com os nossos aliados para obter novos sistemas de defesa antiaérea, precisamente o tipo de sistemas que podem proteger as nossas vidas face a novos riscos", declarou o presidente da Ucrânia, numa mensagem ao país.

Para Zelensky o mundo necessita também de dar "uma resposta firme e séria" ao uso da nova arma, de modo a obrigar Putin a recuar e a fazê-lo sentir as consequências das suas ações.

“O mundo deve responder com firmeza para que Putin tema a expansão desta guerra e enfrente consequências reais pelas suas ações. A verdadeira paz só pode ser alcançada através da força – não há outro caminho”, disse o presidente ucraniano.

O recurso, por parte da Rússia, a um míssil balístico experimental constituiu "uma clara e severa escalada" da guerra, considerou ainda Zelensky.

Usar um outro país para "testar uma nova arma de terror" é claramente um crime internacional, acusou, acrescentando que o desenvolvimento do míssil hipersónico russo "ridiculariza" os apelos à contenção feitos por países como a China .

Ameaças e prudência

Dnipro, a quarta maior cidade ucraniana junto ao rio do mesmo nome, foi atingida na quinta-feira com o novo míssil hipersónico. O ataque foi não só a revelação de uma nova capacidade russa e um teste ao Oreshnik, mas também um aviso ao Ocidente.

De acordo com Putin, o disparo deste novo míssil, quinta-feira, foi equacionado "em resposta aos planos dos Estados Unidos para produzir e destacar mísseis intermédios e de curto alcance", prometendo uma "resposta decisiva e simétrica".

Um conflito regional na Ucrânia previamente provocado pelo Ocidente adquiriu elementos de caráter global", frisou o presidente russo, quinta-feira à noite, num discurso à nação.

Ciente do impacto moral do ataque, Moscovo ameaçou estender os seus alvos aos aliados da Ucrânia.
Já esta sexta-feira, o porta-voz do Kremlin declarou que o ataque com o novo míssil balístico hipersónico teve como objetivo avisar o Ocidente de que Moscovo vai responder caso Estados Unidos e Reino Unido permitam que Kiev ataque a Rússia com os seus mísseis.

Segundo Dmitry Peskov, a Rússia avisou os EUA 30 minutos antes do ataque de ontem, apesar de não ter essa obrigação. Afirmou ainda que Washington "compreendeu" a mensagem.

O porta-voz frisou que o presidente russo, Vladimir Putin, continua aberto ao diálogo. A NATO acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de procurar "aterrorizar" civis e intimidar os aliados da Ucrânia, enquanto Pequim apelou à contenção.
 
A reação do chanceler alemão Olaf Schol ao uso do Oreshnik, foi dizer que este constituiu "uma terrível escalada" e insistir na sua escolha de "prudência" no apoio militar a Kiev.

"Não queremos fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro capazes de penetrar profundamente no território russo", reafirmou o chefe do Governo alemão, sublinhando que, na sua opinião, "a prudência e o apoio claro à Ucrânia andam de mãos dadas".
De Astracan a Dnipro em 15 minutos
O míssil russo voou durante 15 minutos "desde o momento do seu lançamento na região de Astracan", até atingir a cidade ucraniana, tendo atingido uma velocidade máxima superior a 13.585 quilómetros por hora, avançou entretanto a principal agência de espionagem de Kiev.

A arma era "provavelmente do complexo de mísseis 'Kedr'", acrescentou. "O míssil estava equipado com seis ogivas: cada uma equipada com seis submunições", acrescentou. O novo míssil hipersónico tem um alcance de até 5.500 quilómetros e é capaz de transportar cargas nucleares.

Em Dnipro, a população continua abalada com o efeito produzido pelo impacto do míssil. 

"O meu prédio saltou", contou o escritor ucraniano Ian Valetov, de 61 anos. "Primeiro, ouviu-se um barulho intenso. Depois houve uma série de explosões que fizeram disparar os alarmes dos carros", acrescentou.

Kiev referiu que o ataque de quinta-feira não fez vítimas.
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por Lusa

França e Reino Unido colaboram contra a "Putinização" do mundo

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, e o seu homólogo francês, Jean-Noël Barrot, reuniram-se hoje para reafirmar o seu compromisso em combater a "Putinização" do mundo.

Lammy recebeu Barrot na capital britânica, onde elogiu a "longa e resiliente, calorosa e profunda" relação entre os dois países, apesar de o último encontro bilateral com um chefe da diplomacia francês ter ocorrido há seis anos, quando a conservadora Theresa May ainda era primeira-ministra.

A reunião de hoje sublinha o "compromisso do Governo trabalhista de reiniciar (as relações) com os parceiros europeus", adiantou Lammy pouco antes do início da reunião entre os dois ministros.

O ministro francês considerou que "num momento em que o mundo é atingido pelo regresso da brutalidade, a França e o Reino Unido estão lado a lado para defender a justiça, o direito internacional, e para serem atores da paz, da defesa do multilateralismo e da segurança".

Barrot afirmou ainda que os dois países partilham uma grande vontade em aprofundar as suas relações bilaterais, uma semana após a recente deslocação do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Paris para comemorar o Dia do Armistício.

Os dois ministros declararam, numa coluna conjunta publicada hoje no diário britânico "i", que ambos os países vão resistir à "Putinização" do mundo, que, segundo os mesmos, é uma estratégia que o Presidente russo, Vladimir Putin, pretende executar de modo a "reescrever a ordem internacional".

"O Reino Unido e a França não vão permitir que ele [Vladimir Putin] faça isso. Juntamente com os nossos aliados, faremos tudo o que for necessário para colocar a Ucrânia na melhor posição para alcançar uma paz justa e duradoura", escrevem.

Ao longo do texto, os ministros argumentam que os riscos da política externa de Vladimir Putin afetam não só a segurança europeia, mas a de todo o mundo, uma vez que o líder russo procura estabelecer o precedente segundo o qual um país poderá invadir impunemente os seus vizinhos.

Como consequência desta "Putinização" global, a Coreia do Norte está a aumentar os seus esforços para desestabilizar a Ásia, a começar pelo seu vizinho do sul, ao mesmo tempo que o Irão destabiliza o Médio Oriente através dos seus aliados, adiantaram.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A ofensiva militar russa mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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por RTP

Zelensky pede "resposta firme" à "ameaça dos mísseis russos"

O presidente ucraniano voltou a apelar, esta sexta-feira, a uma “resposta firme e séria” à “ameaça dos mísseis russos”.

“O mundo deve responder com firmeza para que Putin tema a expansão desta guerra e enfrente consequências reais pelas suas ações. A verdadeira paz só pode ser alcançada através da força – não há outro caminho”, disse Volodymyr Zelensky.

No seu discurso diário à nação, o presidente ucraniano disse que Kiev pediu aos seus aliados novos sistemas de defesa aérea de última geração, para proteger o país perante a ameaça do novo míssil hipersónico russo, testado esta quinta-feira pela primeira vez.

Zelensky disse ainda que usar outro país para testar novas armas “é sem dúvida um crime internacional” e afirmou que o desenvolvimento destes novos mísseis russos “ridiculariza” os apelos à contenção da parte de países como a China.
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"Oreshnik"
por RTP

Putin ordena novos testes e produção em massa do novo míssil

O presidente russo anunciou esta sexta-feira que Moscovo vai continuar a testar o míssil hipersónico Oreshnik, que disparou contra a Ucrânia na quinta-feira, e já deu ordens para a produção em massa deste novo míssil.

Vladimir Putin disse que o ataque desta quinta-feira com este novo míssil foi “bem-sucedido” e vão continuar a usá-lo “em situações de combate”.

“Vamos continuar com estes testes, especialmente em situações de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança da Rússia”, disse.

O presidente russo detalhou que o Oreshnik é incapaz de ser intercetado e “não existem contramedidas” para tal míssil. 

O novo míssil balístico hipersónico de médio alcance atinge uma velocidade dez vezes superior à do som, o que o torna incapaz de ser intercetado mesmo pelos sistemas ocidentais mais avançados.
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Momento-Chave
por RTP

Polónia avisa que guerra está a entrar numa "fase decisiva" com "risco de conflito global"

O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, disse esta sexta-feira que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia entrou numa “fase decisiva” e alertou que a ameaça de se tornar um conflito real “é real”.

"A guerra no Leste está a entrar numa fase decisiva, sentimos que o desconhecido se aproxima", disse Tusk.

"O conflito está a assumir proporções dramáticas. As últimas dezenas de horas mostraram que a ameaça é séria e real quando se trata de um conflito global", avisou.

Os alertas do primeiro-ministro polaco chegam depois de a Rússia ter usado um míssil balístico hipersónico de alcance intermédio contra a Ucrânia, na quinta-feira.
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por RTP

Reino Unido garante que não deixará de apoiar a Ucrânia apesar da "retórica irresponsável" de Putin

A ministra de Estado para a Defesa do Reino Unido, Maria Eagle, garantiu que o país vai continuar a apoiar a Ucrânia, apesar da “retórica irresponsável” de Vladimir Putin.

Na quinta-feira, o presidente russo ameaçou atacar os países que autorizem a Ucrânia a usar as suas armas contra a Rússia.

“Já ouvimos esse tipo de retórica irresponsável de Putin antes. Ele está a tentar impedir que os países apoiem a Ucrânia, enquanto não parece se importar muito com o apoio que está a receber da Coreia do Norte e de outras nações”, disse Eagle.

“Não podemos deixar de apoiar a Ucrânia e não deixaremos”, rematou.
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por RTP

Residentes de Dnipro ainda abalados pelo ataque de míssil russo

A AFP falou com habitantes de Dnipro, cidade ucraniana atingida na quinta-feira com um novo míssil hipersónico russo, que disseram estar ainda abalados com o episódio. "O meu prédio saltou", contou o escritor ucraniano Ian Valetov.

"Primeiro, ouviu-se um barulho intenso. Depois houve uma série de explosões que fizeram disparar os alarmes dos carros", disse Valetov, de 61 anos.
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por RTP

Rússia diz que Ucrânia devolveu 46 dos seus civis originários de Kursk

O governador da região fronteiriça russa de Kursk disse esta sexta-feira que 46 civis russos residentes em Kursk detidos pela Ucrânia foram devolvidos à Rússia após negociações com Kiev.

Segundo Alexei Smirnov, os civis, incluindo 12 crianças, foram levados pelas tropas ucranianas para a Ucrânia depois de Kiev ter feito uma incursão transfronteiriça na região ocidental russa de Kursk em agosto.

A Ucrânia continua a controlar parte da região, apesar das tentativas russas de expulsar as forças de Kiev.
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Momento-Chave
por RTP

Ucrânia controla "cerca de 800 quilómetros quadrados" em Kursk

A Ucrânia afirma que ainda controla "cerca de 800 quilómetros quadrados" na região russa de Kursk. A informação foi avançada por uma fonte do Estado-Maior desse país à AFP, segundo a qual as tropas ucranianas não tencionam retirar-se de Kursk nesta fase.

De acordo com esta fonte, o exército russo está a avançar "200 a 300 metros por dia" perto da cidade ucraniana de Kurakhove.

O responsável adiantou ainda Moscovo possui apenas um "número limitado" de mísseis iguais ao que foi utilizado contra a Ucrânia na quinta-feira.
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por RTP

Blinken vai participar na reunião do G7 em Itália

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, vai a Itália para participar numa reunião do G7 que decorre na próxima semana, avançou o Departamento de Estado.

Os líderes do G7 reiteraram no sábado o compromisso de continuar a impor severas medidas à Rússia devido à invasão da Ucrânia, nomeadamente sanções ou controlos de exportação. Prometeram ainda apoiar Kiev durante o tempo que for necessário.

O Departamento de Estado disse que Blinken iria discutir questões que incluem "conflitos no Médio Oriente, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a segurança do Indo-Pacífico e as crises em curso no Haiti e no Sudão" no encontro em Itália.

A Itália detém este ano a presidência rotativa do G7, grupo que inclui também os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, a França, a Alemanha e o Reino Unido.
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por Lusa

Suécia mantém apoio a Kiev apesar das ameaças da Rússia

O ministro sueco da Defesa, Pal Jonson, garantiu hoje que a Suécia vai continuar a apoiar a Ucrânia sem se intimidar com as "provocações e ameaças" do Presidente russo, Vladimir Putin, ao Ocidente.

"As recentes escaladas e provocações russas são uma tentativa de nos assustar para que não apoiemos a Ucrânia, e vão falhar", disse Jonson durante uma conferência de imprensa com o homólogo ucraniano, Rustem Umerov, em Estocolmo.

"A Rússia não conseguirá impedir-nos de continuar a apoiar a Ucrânia", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

Depois de a Rússia ter disparado um novo míssil hipersónico contra a Ucrânia na quinta-feira, Vladimir Putin responsabilizou o Ocidente pela escalada do conflito.

Num discurso ao país, Putin afirmou que a guerra na Ucrânia assumiu agora um "caráter global" e ameaçou atacar qualquer país cujos mísseis de longo alcance fossem usados contra território da Rússia.

"Acreditamos que temos o direito de usar as nossas armas contra as instalações militares dos países que permitem usar as suas armas contra as nossas instalações", afirmou.

Apesar da ameaça russa, o ministro sueco anunciou que a Suécia vai financiar a compra de mísseis de longo alcance e `drones` para a Ucrânia, que disse ter o direito de se defender "dentro e fora do seu território".

"Vamos apoiar a indústria de defesa ucraniana, financiando a compra destes mísseis de longo alcance e `drones`", afirmou o ministro da Defesa sueco.

Jonson não especificou o montante do investimento, referindo-se ao anúncio do 18.º programa de ajuda da Suécia à Ucrânia, que será revelado em janeiro.

A Suécia abandonou várias décadas de não-alinhamento militar depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia em 2022 e aderiu à NATO em março deste ano.

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Momento-Chave
por Lusa

MNE assume preocupação com novo míssil e revisão da doutrina nuclear russa

O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou hoje que o uso de um novo míssil balístico no conflito com a Ucrânia e alteração da doutrina nuclear por Moscovo "são fatores de grande preocupação".

"São fatores de grande preocupação porque significam que pode haver uma escalada no conflito (entre a Rússia e a Ucrânia) e que o número de vítimas pode aumentar de modo muito significativo a partir do momento em que a Federação Russa se permite passar a utilizar este tipo de armamento", considerou.

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, o chefe da diplomacia manifestou ainda o desejo de que o "sentido de responsabilidade prevaleça" porque "passar para uma dimensão nuclear traria ao conflito dimensões que são inimagináveis".

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira ter lançado um novo míssil balístico hipersónico de médio alcance, sem carga nuclear, num ataque à cidade ucraniana de Dnipro.

Esta arma era praticamente desconhecida e foi utilizada pela primeira vez pela Rússia contra a Ucrânia, servindo de ameaça a todo o Ocidente.

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por RTP

Dois mortos e 12 feridos em ataque russo sobre Sumy

Foto: Reuters

Kiev está em alerta máximo e esta sexta-feira foi mesmo cancelada uma sessão do Parlamento.

Os receios de um ataque de larga escala aumentam, depois de a Rússia ter usado um novo míssil hipersónico de médio alcance em território ucraniano.
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por RTP

Rutte e Trump vão discutir situação na Ucrânia

O secretário-geral da NATO e primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, deverá encontrar-se com o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para discutir a Ucrânia, segundo informações dos meios de comunicação social holandeses e norte-americanos.

Segundo o jornal holandês De Telegraaf, Rutte viajou para a Florida e visitará Trump na sua residência de Mar-a-Lago, em Palm Beach.

A agência noticiosa russa Interfax também noticiou o possível encontro, citando fontes do Washington Post, afirmando que se espera que os dois discutam a forma de alcançar a paz a longo prazo entre Moscovo e Kiev.

O desenvolvimento surge no momento em que a NATO e a Ucrânia agendaram conversações de emergência para terça-feira, em Bruxelas, depois de a Rússia ter utilizado um novo tipo de míssil balístico na cidade ucraniana de Dnipro, ontem.
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Afirmam moscovitas
por RTP

Rússia "não cederá" ao Ocidente

Os moscovitas pró-Kremlin expressaram confiança na vitória do seu país esta sexta-feira, um dia depois de Vladimir Putin ter feito um discurso ameaçador para o Ocidente e após a utilização de um míssil de última geração na Ucrânia.

Segundo a AFP, nas ruas de Moscovo, poucas pessoas quiseram comentar estes acontecimentos na manhã desta sexta-feira, num contexto de repressão impiedosa de qualquer voz crítica ao Kremlin e à sua ofensiva na Ucrânia.

Aqueles que estão dispostos a falar estão satisfeitos com a determinação demonstrada pelo Kremlin.

“A Rússia vai ultrapassar tudo (...), ninguém a vai conseguir derrotar”, entusiasma-se Alexei Pechtcherkine, que a AFP encontrou no centro de Moscovo. Acredita que Vladimir Putin “faz tudo muito bem”.

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por RTP

Putin atua por fraqueza e não por força, diz ex-embaixador dos EUA na NATO

O presidente russo, Vladimir Putin, está a tentar assustar os aliados ocidentais com uma escalada do conflito, defendeu Ivo Daalder, antigo embaixador dos EUA na NATO, em entrevista à BBC.

"É algo que ele tem vindo a fazer há já algum tempo. Está constantemente a tentar encontrar novas formas de assustar o Ocidente para que este não tome as medidas necessárias para defender a Ucrânia, na esperança de dissuadir, de alguma forma, os países ocidentais de continuarem a apoiá-la", afirmou.

"Estas ameaças devem ser levadas a sério, mas não devemos deixar que nos intimidem. Devemos lembrar-nos que Vladimir Putin está a fazer isso por fraqueza, não por força", considerou.

Daalder lamentou que a decisão dos EUA de autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia tenha chegado tão tarde.
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por RTP

Forças russas capturam Novodmytrivka

As forças russas tomaram o controlo da povoação de Novodmytrivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, informou a agência noticiosa estatal RIA, citando o Ministério da Defesa da Rússia.
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por RTP

Berlim considera "lamentável" decisão da Ucrânia de usar minas antipessoais

A decisão da Ucrânia de usar minas antipessoais para se defender de uma invasão da Rússia é "lamentável", considerou um porta-voz do Ministério alemão dos Negócios Estrangeiros, depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, ter aprovado o fornecimento destes equipamentos a Kiev.

"É lamentável que a Ucrânia se sinta compelida a tomar tais medidas enquanto esta guerra continua", declarou o porta-voz.

A Alemanha e a Ucrânia são signatárias da Convenção de Otava, que proíbe o uso ou a transferência de minas antipessoais, mas os Estados Unidos não o são.
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Momento-Chave
por Cristina Sambado - RTP

Desprezo pelas sanções. Moscovo está a fornecer petróleo a Pyongyang

Sputnik/Vladimir Smirnov/Pool via Reuters

Estima-se que a Rússia tenha fornecido à Coreia do Norte mais de um milhão de barris de petróleo desde março deste ano, segundo a análise de imagens de satélite do Open Source Centre, um grupo de investigação sem fins lucrativos sediado no Reino Unido.

O petróleo é o pagamento das armas e das tropas que Pyongyang enviou a Moscovo para alimentar a sua guerra na Ucrânia, afirmaram à BBC importantes especialistas e o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy.Estas transferências violam as sanções da ONU, que proíbem os países de vender petróleo à Coreia do Norte, exceto em pequenas quantidades, numa tentativa de asfixiar a sua economia para evitar que continue a desenvolver armas nucleares.

As imagens de satélite, partilhadas em exclusivo com a BBC, mostram mais de uma dúzia de diferentes petroleiros norte-coreanos a chegar a um terminal petrolífero no Extremo Oriente da Rússia, num total de 43 vezes nos últimos oito meses.

Outras imagens, tiradas dos navios no mar, parecem mostrar os petroleiros a chegar aos portos russos vazios e a sair quase cheios.

A Coreia do Norte é o único país do mundo que não está autorizado a comprar petróleo no mercado livre. O número de barris de petróleo refinado que pode receber é limitado pelas Nações Unidas a 500 mil por ano, muito abaixo da quantidade de que necessita.

Segundo a BBC, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia não comenta.

A primeira transferência de petróleo, documentada pelo Open Source Centre num relatório, ocorreu a 7 de março de 2024, sete meses depois de ter sido revelado que Pyongyang estava a enviar armas para Moscovo.

As transferências continuaram enquanto milhares de tropas norte-coreanas eram enviadas para a Rússia para combater, tendo a última sido registada a 5 de novembro.

“Enquanto Kim Jong Un fornece a Vladimir Putin uma tábua de salvação para continuar a sua guerra, a Rússia está discretamente a fornecer à Coreia do Norte a sua própria tábua de salvação”, afirmou Joe Byrne, do Open Source Centre.

Este fluxo constante de petróleo dá à Coreia do Norte um nível de estabilidade que não tem desde que estas sanções foram introduzidas.”

Quatro antigos membros do painel da ONU responsáveis pelo acompanhamento das sanções contra a Coreia do Norte disseram à BBC que as transferências são uma consequência dos laços crescentes entre Moscovo e Pyongyang.

Estas transferências estão a alimentar a máquina de guerra de Putin - isto é petróleo por mísseis, petróleo por artilharia e agora petróleo por soldados”, diz Hugh Griffiths, que liderou o painel de 2014 a 2019.

“Para continuar a lutar na Ucrânia, a Rússia tornou-se cada vez mais dependente da Coreia do Norte para obter tropas e armas em troca de petróleo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, à BBC.

Esta situação tem um impacto direto na segurança da península coreana, da Europa e do Indo-Pacífico”, acrescentou.
Fornecimento fácil e barato de petróleo

Embora a maioria das pessoas na Coreia do Norte dependa do carvão para a sua vida quotidiana, o petróleo é essencial para o funcionamento das forças armadas do país. O gasóleo e a gasolina são utilizados para transportar lançadores de mísseis e tropas por todo o país, fazer funcionar as fábricas de munições e abastecer os carros da elite de Pyongyang.Os 500 mil barris que a Coreia do Norte está autorizada a receber estão muito aquém dos nove milhões que consome - o que significa que, desde que o limite foi introduzido em 2017, o país tem sido forçado a comprar petróleo ilicitamente a redes criminosas para compensar este défice.

Isto envolve a transferência do petróleo entre navios no mar - um negócio arriscado, caro e demorado, segundo Go Myong-hyun, investigador do Instituto de Estratégia de Segurança Nacional da Coreia do Sul, que está ligado à agência de espionagem do país.

Agora, Kim Jong-un está a receber petróleo diretamente, provavelmente de melhor qualidade, e é provável que o receba de graça, como contrapartida pelo fornecimento de munições. O que é que pode ser melhor do que isso?”.

Para Go Myong-hyun, “libertar um milhão de barris não é nada para um grande produtor de petróleo como a Rússia, mas é uma quantidade substancial para a Coreia do Norte.
Transferências “silenciosas”
Nas 43 viagens seguidas pelo Open Source Centre através de imagens de satélite, os petroleiros com pavilhão norte-coreano chegaram ao porto russo de Vostochny com os seus localizadores desligados, o que ocultou os movimentos.

As imagens mostram que depois regressaram a um dos quatro portos das costas leste e oeste da Coreia do Norte.

Os navios aparecem silenciosamente, quase todas as semanas”, diz Joe Byrne, investigador do Open Source Centre. “Desde março, tem havido um fluxo bastante constante”.A equipa, que tem vindo a seguir estes petroleiros desde a introdução das sanções petrolíferas, utilizou o seu conhecimento da capacidade de cada navio para calcular o número de barris de petróleo que poderiam transportar.


Depois, estudaram as imagens dos navios que entravam e saíam de Vostochny, na maioria dos casos, puderam ver o nível a que se encontravam na água e, por conseguinte, quão cheios estavam.

Os petroleiros, avaliam, estavam carregados a 90 por cento da sua capacidade. “Podemos ver nalgumas imagens que, se os navios estivessem mais cheios, afundar-se-iam”, sublinhou Byrne.

Com base nisto, calculam que, desde março, a Rússia forneceu à Coreia do Norte mais de um milhão de barris de petróleo - mais do dobro do limite anual e cerca de dez vezes mais do que a quantidade que Moscovo deu oficialmente a Pyongyang em 2023.

Isto vem na sequência de uma avaliação feita pelo governo dos EUA em maio, segundo a qual Moscovo já tinha fornecido mais de 500 mil barris de petróleo.

No entanto, em dias nublados os investigadores não conseguem obter uma imagem clara do porto todos os dias.“Todo o mês de agosto esteve nublado, por isso não conseguimos documentar uma única viagem”, afirma Byrne, levando a sua equipa a acreditar que um milhão de barris é um valor de referência.
Desprezo pelas sanções
Estas entregas de petróleo violam as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, que a Rússia, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, assinou, como também mais de metade das viagens seguidas pelo Open Source Centre foram efetuadas por navios que foram sancionados individualmente pela ONU. Isto significa que deveriam ter sido apreendidos ao entrarem em águas russas.

Mas em março de 2024, três semanas depois de ter sido documentada a primeira transferência de petróleo, a Rússia dissolveu o painel da ONU responsável pela monitorização das violações das sanções, utilizando o seu veto no Conselho de Segurança da ONU.

Ashley Hess, que estava a trabalhar no painel até à sua dissolução, revela que foram vistas provas de que as transferências tinham começado. “Estávamos a seguir alguns dos navios e empresas envolvidas, mas o nosso trabalho foi interrompido, possivelmente depois de já terem violado o limite de 500 mil barris”.

Eric Penton-Voak, que liderou o grupo de 2021-2023, diz que os membros russos do painel tentaram censurar o seu trabalho. “Agora que o painel desapareceu, eles podem simplesmente ignorar as regras”, acrescenta. “O facto de a Rússia estar agora a encorajar estes navios a visitar os seus portos e a carregar petróleo mostra um novo nível de desprezo por estas sanções.”

Mas Penton-Voak, que faz parte da direção do Open Source Centre, considera que o problema é muito mais profundo.“Temos agora estes regimes autocráticos a trabalhar cada vez mais em conjunto para se ajudarem mutuamente a conseguir o que querem e a ignorar os desejos da comunidade internacional.”

Trata-se de um jogo “cada vez mais perigoso”, defende. “A última coisa que se quer é que uma arma nuclear tática norte-coreana apareça no Irão, por exemplo.”
Petróleo é a ponta do icebergue?
À medida que Kim Jong-un aumenta o apoio à guerra de Vladimir Putin, cresce a preocupação sobre o que mais poderá receber em troca.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estimam que Pyongyang já enviou a Moscovo 16 mil contentores marítimos cheios de cartuchos de artilharia e foguetes, enquanto restos de mísseis balísticos norte-coreanos foram recuperados no campo de batalha na Ucrânia.


Mais recentemente, Putin e Kim assinaram um pacto de defesa, o que levou ao envio de milhares de tropas norte-coreanas para a região russa de Kursk, onde, segundo informações dos serviços secretos, estão agora a combater.

O Governo sul-coreano disse à BBC que iria “responder com firmeza à violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU pela Rússia e pela Coreia do Norte”.

A maior preocupação de Seul é que Moscovo forneça a Pyongyang tecnologia para melhorar os seus satélites espiões e mísseis balísticos. No mês passado, o ministro sul-coreano da Defesa, Kim Yong-hyun, declarou que havia uma “grande probabilidade” de a Coreia do Norte estar a pedir essa ajuda.

Quando se envia o nosso povo para morrer numa guerra estrangeira, um milhão de barris de petróleo não é recompensa suficiente”, frisou Go Myong-hyun.

Andrei Lankov, especialista nas relações Coreia do Norte-Rússia na Universidade Kookmin de Seul, concorda. “Costumava pensar que não era do interesse da Rússia partilhar tecnologia militar, mas talvez o cálculo tenha mudado. Os russos precisam destas tropas e isto dá mais poder aos norte-coreanos”.
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Ucrânia diz que míssil disparado pela Rússia voou por 15 minutos

O míssil russo que atingiu a cidade ucraniana de Dnipro na quinta-feira voou durante 15 minutos e atingiu uma velocidade máxima superior a 13.585 quilómetros por hora, avançou a principal agência de espionagem de Kiev.

"O tempo de voo deste míssil russo, desde o momento do seu lançamento na região de Astrakhan até ao seu impacto na cidade de Dnipro, foi de 15 minutos", afirmou em comunicado, acrescentando que a arma era "provavelmente do complexo de mísseis 'Kedr'".

"O míssil estava equipado com seis ogivas: cada uma equipada com seis submunições", acrescentou.
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por RTP

Kremlin diz que ataque com míssil hipersónico foi aviso ao Ocidente

O porta-voz do Kremlin declarou esta sexta-feira que o ataque à Ucrânia com um míssil balístico hipersónico recém-desenvolvido teve como objetivo avisar o Ocidente de que Moscovo vai responder caso Estados Unidos e Reino Unido permitam que Kiev ataque a Rússia com os seus mísseis.

Segundo Dmitry Peskov, a Rússia avisou os EUA 30 minutos antes do ataque de ontem, apesar de não ter essa obrigação. Afirmou ainda que Washington "compreendeu" a mensagem.

O porta-voz disse que o presidente russo, Vladimir Putin, continua aberto ao diálogo.
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por RTP

Parlamento ucraniano cancela sessão por risco de ataque

O Parlamento da Ucrânia cancelou a sessão desta sexta-feira devido ao risco de um ataque russo. A informação foi avançada por deputados ucranianos citados pela agência France Press.
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por RTP

Aliados da NATO devem "responder adequadamente" a eventual sabotagem no Mar Báltico

Os aliados da NATO devem tomar medidas caso as investigações sobre o corte de dois cabos de fibra ótica no Mar Báltico revelem que não se tratou de um acidente, defendeu há momentos a primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte.

"A Lituânia, a Suécia e a Finlândia iniciaram investigações e, em função dos resultados, a União Europeia e os aliados da NATO devem responder adequadamente à ação maliciosa, aplicando medidas restritivas", declarou.
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por RTP

Lançamento de míssil russo representa "escalada terrível", diz Scholz

O lançamento de um míssil balístico hipersónico russo contra a Ucrânia constitui "uma terrível escalada" no conflito, lamentou o chanceler alemão Olaf Scholz, insistindo na sua escolha de "prudência" no apoio militar a Kiev.

"Não queremos fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro capazes de penetrar profundamente no território russo", reafirmou o chefe do Governo alemão, sublinhando que, na sua opinião, "a prudência e o apoio claro à Ucrânia andam de mãos dadas".
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Momento-Chave
por RTP

Ataque de drones russos em Sumy mata duas pessoas

Um ataque de drones russos na cidade de Sumy, no leste da Ucrânia, matou duas pessoas e feriu 12 na manhã desta sexta-feira, segundo as autoridades regionais.

Doze prédios de apartamentos, cinco residências particulares, uma loja e três carros foram danificados depois de três drones terem atingido a cidade, afirmou a polícia nacional.

Volodymyr Artiukh, governador regional de Sumy, disse que as forças russas equiparam os drones com estilhaços para o ataque a uma área densamente povoada da cidade.

"Esta arma é usada exclusivamente para matar pessoas", vincou Artiukh. "Não é para danificar uma instalação, mas sim para destruir mais pessoas".
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Momento-Chave
por Lusa

Rússia afirma ter frustrado a campanha militar da Ucrânia para 2025

A Rússia afirmou hoje ter frustrado a campanha militar ucraniana para 2025, após um discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, a afirmar que o conflito ucraniano tinha agora toda a aparência de uma guerra "mundial".

"Praticamente descarrilámos toda a sua campanha para 2025", disse o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, segundo um vídeo divulgado pelo exército russo, durante uma inspeção às forças russas envolvidas nos combates.

Esta afirmação foi feita, segundo esta fonte, durante uma deslocação do ministro a um posto de comando não especificado do agrupamento militar Sever, destacado nomeadamente na região russa de Kursk, onde a Ucrânia ocupa, desde agosto, centenas de quilómetros quadrados.

Beloussov afirmou que o exército russo tinha "destruído as melhores unidades" da Ucrânia e saudou um "avanço" das forças russas na frente, que "agora acelerou".

As forças russas avançaram rapidamente nas últimas semanas em vários pontos da frente, levando o exército ucraniano a perder terreno, especialmente em redor das cidades de Pokrovsk, Kurakhové e Kupiansk, alvos das tropas de Moscovo.

Este avanço surge quando Kiev está a demonstrar preocupação com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, a partir de janeiro, nomeadamente que o chefe de Estado norte-americano reduza ou interrompa completamente a ajuda militar, vital para o exército ucraniano.

Na quinta-feira à noite, Vladimir Putin, durante um discurso surpresa à nação, anunciou que um posto de comando russo na região de Kursk tinha sido alvo de um ataque de mísseis ocidentais de longo alcance, tendo o ataque causado, segundo o líder da Rússia, mortos e feridos.

Segundo Putin, foi em resposta a este ataque ucraniano que ordenou ao seu exército que disparasse um novo míssil hipersónico de alcance intermédio contra a Ucrânia na quinta-feira, numa escalada denunciada por Kiev e os seus aliados.

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por RTP

China apela à "contenção" após lançamento de míssil russo

Pequim apelou esta manhã à "contenção" e à "calma" na resolução do conflito na Ucrânia, depois de Moscovo ter confirmado o lançamento de um míssil balístico hipersónico.

"Todas as partes devem manter a calma e mostrar contenção, trabalhar para desanuviar a situação através do diálogo e da consulta, e criar as condições para um cessar-fogo rápido", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.
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por RTP

NATO e Ucrânia reunidas terça-feira em Bruxelas

Foi marcada para terça-feira, em Bruxelas, uma reunião entre a Ucrânia e a NATO para discutir o ataque russo com um míssil balístico experimental. A informação foi avançada por fontes diplomáticas à agência de notícias France Press. A reunião foi pedida por Kiev.
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Ponto de situação
por RTP

"Escalada severa". Zelensky apela a resposta global a ataque russo com míssil experimental

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, veio considerar, na última noite, que o recurso, por parte da Rússia, a um míssil balístico experimental constitui "uma clara e severa escalada" da guerra. Por sua vez, a NATO acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de procurar "aterrorizar" civis e intimidar os aliados da Ucrânia;


  • Putin confirmou ter utilizado um novo míssil hipersónico no ataque de quinta-feira à cidade ucraniana de Dnipro. O número um do Kremlin ameaçou também atacar países que forneçam mísseis e outro armamento à Ucrânia contra a Rússia. “Um conflito regional na Ucrânia previamente provocado pelo Ocidente adquiriu elementos de caráter global", frisou o presidenrte russo;


  • O novo míssil balístico da Rússia recebeu a designação de Oreshnik. Foi acionado "em resposta aos planos dos Estados Unidos para produzir e destacar mísseis intermédios e de curto alcance", nas palavras de Vladimir Putin, que prometeu uma "resposta decisiva e simétrica";


  • A Rússia terá avisado os Estados Unidos 30 minutos antes do lançamento de um míssil balístico hipersónico sobre a Ucrânia, de acordo com o porta-voz do Kremlin. “O alerta foi enviado automaticamente 30 minutos antes do lançamento”, afirmou Dmitri Peskov;


  • A Casa Branca adiantou também que os Estados Unidos informaram a Ucrânia e aliados próximos, nos últimos dias, no sentido de os ajudar a prepararem-se para um potencial ataque russo com um míssil balístico experimental de alcance intermédio;


  • A última vaga de ataques noturnos da Rússia em Sumi, no nordeste da Ucrânia, fez pelo menos dois mortos, segundo as autoridades locais. Esta região próxima da fronteira com a Rússia foi abalada, nas últimas horas, por "várias explosões", adiantou, na plataforma de mensagens Telegram, o presidente da câmara Artem Kozbar.

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por RTP

Novo míssil hipersónico na guerra. Putin ameaça atacar países aliados da Ucrânia

Foto: Vyacheslav Prokofyev - Sputnik via EPA

A Rússia respondeu aos ataques ucranianos com mísseis de longo alcance. O presidente russo confirma ter usado um novo míssil hipersónico no ataque à cidade ucraniana de Dnipro. Vladimir Putin ameaça também atacar os países que forneçam armas à Ucrânia.

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por RTP

Entrevista. Diretora da Brookings Institution aconselha Europa a não estar à espera de Trump

A Europa deve concentrar-se no que vai fazer e não ficar à espera do que Trump pode fazer. O conselho vem da diretora para a Europa da Brookings Institution em Washington. Em entrevista à RTP, Constanze Stelzenmuller admite que a nova Administração Trump poderá ser marcada pelo caos.

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por Lusa

Taiwan e Lituânia querem fabricar drones para defender democracias

Janis Laizans - Reuters

Taiwan anunciou hoje a assinatura de um acordo com a Lituânia para criar uma cadeia de produção de drones, algo que o Governo da ilha defendeu como essencial para defender as democracias.

De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, o memorando de entendimento foi assinado entre um grupo de empresas taiwanesas e a Associação Lituana de Defesa e Segurança.

A assinatura do acordo aconteceu durante uma reunião que contou também com a presença da vice-ministra da Defesa da Lituânia, Monika Korolioviene, e do ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung.

Num discurso, Lin acusou "países autoritários" como a China e a Rússia de empregarem táticas de "zona cinzenta" e coerção económica "para pressionar as nações democráticas, o que representa uma séria ameaça".

"A segurança da Europa e da região Indo-Pacífico está intimamente ligada e os parceiros com valores semelhantes devem unir-se para defender o modo de vida livre e democrático", afirmou o ministro.

Lin destacou o "grande potencial" dos aparelhos aéreos não tripulados, conhecidos como drones, para a cooperação bilateral entre Taiwan e a Lituânia.

A vice-ministra da Defesa do país báltico, que faz fronteira com a Rússia destacou que o reforço das capacidades defensivas das democracias é uma tarefa urgente face à "expansão autoritária".

"A Lituânia continuará a aprofundar a sua cooperação com os países do Indo-Pacífico e espera colaborar estrategicamente com Taiwan na indústria dos drones", disse Korolioviene, em declarações incluídas no comunicado.

O acordo foi anunciado um dia depois de um memorando semelhante com a vizinha Letónia, também durante a visita de uma delegação de Taiwan liderada por Lin.

Taiwan pretende reforçar o papel na cadeia de abastecimento global de produtos tecnológicos e demonstrar as suas capacidades no desenvolvimento e fabrico de drones.

Em setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da ilha lançou uma iniciativa para promover o desenvolvimento internacional desta indústria.

O Governo pretende aumentar a produção de drones de Taiwan para 15 mil unidades por mês até 2028 e aumentar o valor do setor para 30 mil milhões de dólares de Taiwan (881 milhões de euros), dez vezes mais que o valor atual.

A Letónia e a Lituânia, bem como outros países da Europa Central e Oriental, reforçaram os laços com a ilha nos últimos anos, especialmente após a invasão russa da Ucrânia, apesar de manterem relações diplomáticas com a China.

 

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por Rachel Mestre Mesquita - RTP

"Ninho de espiões". Moscovo intensifica presença em Genebra para fins de espionagem

Missão Permanente da Rússia junto na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça Fabrice Coffrini - AFP

A missão diplomática russa está a aumentar a sua capacidade em Genebra, na Suíça, para fins de espionagem, revela uma investigação da Rádio Televisão Suíça (RTS). Sem autorização, a Rússia terá instalado nas suas instalações diplomáticas fortemente protegidas novas antenas parabólicas, para desenvolver as suas atividades de informação e levar a cabo operações de espionagem, sabotagem e tentativas de assassinato na Europa.

A reportagem Genebra, um ninho de espiões, da Rádio Televisão Suíça, emitida no domingo, revela que Moscovo terá aproveitado a fragilidade do sistema anti-espionagem suíço para desempenhar mais do que a função diplomática nas suas instalações e artilhar ilegalmente os seus edifícios diplomáticos com novas antenas de espionagem, sistemas de escuta e antenas parabólicas. "O objetivo oficial da missão é diplomático, mas a Rússia instalou antenas de espionagem, sistemas de escuta e antenas parabólicas que são pouco visíveis da rua", escreve a RTS.

A poucos passos da Praça das Nações Unidas, em Genebra, situam-se as instalações fortemente protegidas da Missão Permanente da Rússia junto da ONU.

Um muro de vários metros de altura, câmaras de videovigilância e guardas armados dificultam a observação do investimento russo apontado pelo meio de comunicação social suíço: "há sete grandes antenas parabólicas nos telhados na missão permanente russa" e "vários aparelhos de escuta escondidos sob uma espécie de contentor".
Antenas ilegais

O historiador Adrian Hänni, especialista em serviços secretos da Universidade de Graz, explica à RTS que "são claramente antenas utilizadas para espionagem. Não há necessidade de um dispositivo deste género para mensagens diplomáticas clássicas. Estas antenas são utilizadas para espiar as comunicações eletrónicas, mas também as comunicações por satélite". "A Suíça é um hotspot (ponto de acesso), uma base de retaguarda para espiões russos ativos em toda a Europa", afirma o historiador, destacando que a Rússia se tornou muito mais ofensiva em termos de espionagem nos últimos anos.

A propósito das instalações ilegais, o canal suíço contactou o Departamento de Assuntos Territoriais do Cantão de Genebra que esclareceu que a missão russa "é uma estrutura diplomática que goza de privilégios, imunidades e facilidades em conformidade com o Direito Internacional" mas que "as regras cantonais continuam a ser válidas em termos de licenças de construção"

O que, por conseguinte, significa que "qualquer antena parabólica com um diâmetro superior a 90 cm necessita de autorização", analisa a RTS. Apesar do Cantão de Genebra ter confirmado que "a Missão Russa apresentou um pedido em 2006", as imagens de satélite mostram que foram construídas posteriormente outras "quatro antenas sem autorização cantonal nos telhados dos edifícios diplomáticos russos" e "todas com um diâmetro muito superior a 90 cm", revela a investigação.
 

"Tentativa de demonizar a Rússia"

Contactada pela RTS a Embaixada da Rússia em Berna afirmou que "discorda veemente de tais declarações e considera-as uma nova tentativa de demonizar arbitrariamente a Rússia e os russos".

Já o serviço russo de imprensa reafirmou "a nossa posição de que o pessoal diplomático da nossa embaixada está concentrado exclusivamente na tarefa de manter uma cooperação construtiva com as autoridades do país anfitrião nas atuais circunstâncias difíceis”.

Uma posição que não cola com a informação dos relatórios oficiais do Serviço Federal russo de Informações (FIS). Segundo os quais, "um terço dos diplomatas russo em função são, de facto, espiões", o que representa cerca de 80 indivíduos infiltrados em funções na Suíça.
Genebra, o refúgio da espionagem

Nos últimos anos, a Suíça tornou-se um ponto estratégico para atividades de espionagem, especialmente por parte dos serviços secretos russos, devido à menor rigidez das suas medidas de anti-espionagem causada pela limitação de recursos alocados.

Um relatório do Serviço de Inteligência da Confederação Suíça (SRC) de 2024 revela que "a Suíça continua a ser um local privilegiado para a espionagem e outras atividades de informação. O facto de as medidas anti-espionagem da Suíça serem menos desenvolvidas do que noutros países europeus desempenha um papel importante".

Desde o início da guerra na Ucrânia, vários agentes russos foram associados a ciberespionagem, sabotagem e até tentativas de assassinato na Europa e centenas de diplomatas russos foram expulsos de países europeus vizinhos. Embora a imprensa nacional suíça e europeia tenham vindo a revelar uma série de casos de espionagem em território suíço, não houve qualquer anúncio oficial da expulsão de diplomatas ou de espiões infiltrados.

Numa altura em que a Rússia enfrenta crescentes repressões noutras partes da Europa, Moscovo serve-se de Genebra como um refúgio para conduzir as suas operações de espionagem.
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