Novo míssil de Putin. Conselho de aliados da NATO agenda reunião de emergência
MNE assume preocupação com novo míssil e revisão da doutrina nuclear russa
Foto: Olivier Hoslet - EPA
Putin ordena novos testes e produção em massa do novo míssil Oreshnik
“Vamos continuar com estes testes, especialmente em situações de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança da Rússia”, disse.
O presidente russo detalhou que o Oreshnik é incapaz de ser intercetado e “não existem contramedidas” para tal míssil. O novo míssil balístico hipersónico de médio alcance atinge uma velocidade dez vezes superior à do som, o que o torna incapaz de ser intercetado mesmo pelos sistemas ocidentais mais avançados.
O desenvolvimento deste tipo de arma tem uma "importância vital" para Moscovo, face "a novas ameaças crescentes", acrescentou.
"O ministro ucraniano da defesa já está em diálogo com os nossos aliados para obter novos sistemas de defesa antiaérea, precisamente o tipo de sistemas que podem proteger as nossas vidas face a novos riscos", declarou o presidente da Ucrânia, numa mensagem ao país.
Today, more details have been revealed about the new missile that Russia used to strike Dnipro. These details will be shared with international journalists and media because the world must know the truth. It must understand that the only party that does not want peace is Russia.… pic.twitter.com/dmuYRF6G2F
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) November 22, 2024
Segundo Dmitry Peskov, a Rússia avisou os EUA 30 minutos antes do ataque de ontem, apesar de não ter essa obrigação. Afirmou ainda que Washington "compreendeu" a mensagem.
O porta-voz frisou que o presidente russo, Vladimir Putin, continua aberto ao diálogo. A NATO acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de procurar "aterrorizar" civis e intimidar os aliados da Ucrânia, enquanto Pequim apelou à contenção.
"Não queremos fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro capazes de penetrar profundamente no território russo", reafirmou o chefe do Governo alemão, sublinhando que, na sua opinião, "a prudência e o apoio claro à Ucrânia andam de mãos dadas".
Kiev referiu que o ataque de quinta-feira não fez vítimas.
França e Reino Unido colaboram contra a "Putinização" do mundo
Lammy recebeu Barrot na capital britânica, onde elogiu a "longa e resiliente, calorosa e profunda" relação entre os dois países, apesar de o último encontro bilateral com um chefe da diplomacia francês ter ocorrido há seis anos, quando a conservadora Theresa May ainda era primeira-ministra.
A reunião de hoje sublinha o "compromisso do Governo trabalhista de reiniciar (as relações) com os parceiros europeus", adiantou Lammy pouco antes do início da reunião entre os dois ministros.
O ministro francês considerou que "num momento em que o mundo é atingido pelo regresso da brutalidade, a França e o Reino Unido estão lado a lado para defender a justiça, o direito internacional, e para serem atores da paz, da defesa do multilateralismo e da segurança".
Barrot afirmou ainda que os dois países partilham uma grande vontade em aprofundar as suas relações bilaterais, uma semana após a recente deslocação do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Paris para comemorar o Dia do Armistício.
Os dois ministros declararam, numa coluna conjunta publicada hoje no diário britânico "i", que ambos os países vão resistir à "Putinização" do mundo, que, segundo os mesmos, é uma estratégia que o Presidente russo, Vladimir Putin, pretende executar de modo a "reescrever a ordem internacional".
"O Reino Unido e a França não vão permitir que ele [Vladimir Putin] faça isso. Juntamente com os nossos aliados, faremos tudo o que for necessário para colocar a Ucrânia na melhor posição para alcançar uma paz justa e duradoura", escrevem.
Ao longo do texto, os ministros argumentam que os riscos da política externa de Vladimir Putin afetam não só a segurança europeia, mas a de todo o mundo, uma vez que o líder russo procura estabelecer o precedente segundo o qual um país poderá invadir impunemente os seus vizinhos.
Como consequência desta "Putinização" global, a Coreia do Norte está a aumentar os seus esforços para desestabilizar a Ásia, a começar pelo seu vizinho do sul, ao mesmo tempo que o Irão destabiliza o Médio Oriente através dos seus aliados, adiantaram.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A ofensiva militar russa mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Zelensky pede "resposta firme" à "ameaça dos mísseis russos"
“O mundo deve responder com firmeza para que Putin tema a expansão desta guerra e enfrente consequências reais pelas suas ações. A verdadeira paz só pode ser alcançada através da força – não há outro caminho”, disse Volodymyr Zelensky.
No seu discurso diário à nação, o presidente ucraniano disse que Kiev pediu aos seus aliados novos sistemas de defesa aérea de última geração, para proteger o país perante a ameaça do novo míssil hipersónico russo, testado esta quinta-feira pela primeira vez.
Zelensky disse ainda que usar outro país para testar novas armas “é sem dúvida um crime internacional” e afirmou que o desenvolvimento destes novos mísseis russos “ridiculariza” os apelos à contenção da parte de países como a China.
Today, more details have been revealed about the new missile that Russia used to strike Dnipro. These details will be shared with international journalists and media because the world must know the truth. It must understand that the only party that does not want peace is Russia.… pic.twitter.com/dmuYRF6G2F
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) November 22, 2024
Putin ordena novos testes e produção em massa do novo míssil
Vladimir Putin disse que o ataque desta quinta-feira com este novo míssil foi “bem-sucedido” e vão continuar a usá-lo “em situações de combate”.
“Vamos continuar com estes testes, especialmente em situações de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança da Rússia”, disse.
Polónia avisa que guerra está a entrar numa "fase decisiva" com "risco de conflito global"
"A guerra no Leste está a entrar numa fase decisiva, sentimos que o desconhecido se aproxima", disse Tusk.
"O conflito está a assumir proporções dramáticas. As últimas dezenas de horas mostraram que a ameaça é séria e real quando se trata de um conflito global", avisou.
Os alertas do primeiro-ministro polaco chegam depois de a Rússia ter usado um míssil balístico hipersónico de alcance intermédio contra a Ucrânia, na quinta-feira.
Reino Unido garante que não deixará de apoiar a Ucrânia apesar da "retórica irresponsável" de Putin
Na quinta-feira, o presidente russo ameaçou atacar os países que autorizem a Ucrânia a usar as suas armas contra a Rússia.
“Já ouvimos esse tipo de retórica irresponsável de Putin antes. Ele está a tentar impedir que os países apoiem a Ucrânia, enquanto não parece se importar muito com o apoio que está a receber da Coreia do Norte e de outras nações”, disse Eagle.
“Não podemos deixar de apoiar a Ucrânia e não deixaremos”, rematou.
Residentes de Dnipro ainda abalados pelo ataque de míssil russo
"Primeiro, ouviu-se um barulho intenso. Depois houve uma série de explosões que fizeram disparar os alarmes dos carros", disse Valetov, de 61 anos.
Rússia diz que Ucrânia devolveu 46 dos seus civis originários de Kursk
Segundo Alexei Smirnov, os civis, incluindo 12 crianças, foram levados pelas tropas ucranianas para a Ucrânia depois de Kiev ter feito uma incursão transfronteiriça na região ocidental russa de Kursk em agosto.
A Ucrânia continua a controlar parte da região, apesar das tentativas russas de expulsar as forças de Kiev.
Ucrânia controla "cerca de 800 quilómetros quadrados" em Kursk
De acordo com esta fonte, o exército russo está a avançar "200 a 300 metros por dia" perto da cidade ucraniana de Kurakhove.
O responsável adiantou ainda Moscovo possui apenas um "número limitado" de mísseis iguais ao que foi utilizado contra a Ucrânia na quinta-feira.
Blinken vai participar na reunião do G7 em Itália
Os líderes do G7 reiteraram no sábado o compromisso de continuar a impor severas medidas à Rússia devido à invasão da Ucrânia, nomeadamente sanções ou controlos de exportação. Prometeram ainda apoiar Kiev durante o tempo que for necessário.
O Departamento de Estado disse que Blinken iria discutir questões que incluem "conflitos no Médio Oriente, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a segurança do Indo-Pacífico e as crises em curso no Haiti e no Sudão" no encontro em Itália.
A Itália detém este ano a presidência rotativa do G7, grupo que inclui também os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, a França, a Alemanha e o Reino Unido.
Suécia mantém apoio a Kiev apesar das ameaças da Rússia
"As recentes escaladas e provocações russas são uma tentativa de nos assustar para que não apoiemos a Ucrânia, e vão falhar", disse Jonson durante uma conferência de imprensa com o homólogo ucraniano, Rustem Umerov, em Estocolmo.
"A Rússia não conseguirá impedir-nos de continuar a apoiar a Ucrânia", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.
Depois de a Rússia ter disparado um novo míssil hipersónico contra a Ucrânia na quinta-feira, Vladimir Putin responsabilizou o Ocidente pela escalada do conflito.
Num discurso ao país, Putin afirmou que a guerra na Ucrânia assumiu agora um "caráter global" e ameaçou atacar qualquer país cujos mísseis de longo alcance fossem usados contra território da Rússia.
"Acreditamos que temos o direito de usar as nossas armas contra as instalações militares dos países que permitem usar as suas armas contra as nossas instalações", afirmou.
Apesar da ameaça russa, o ministro sueco anunciou que a Suécia vai financiar a compra de mísseis de longo alcance e `drones` para a Ucrânia, que disse ter o direito de se defender "dentro e fora do seu território".
"Vamos apoiar a indústria de defesa ucraniana, financiando a compra destes mísseis de longo alcance e `drones`", afirmou o ministro da Defesa sueco.
Jonson não especificou o montante do investimento, referindo-se ao anúncio do 18.º programa de ajuda da Suécia à Ucrânia, que será revelado em janeiro.
A Suécia abandonou várias décadas de não-alinhamento militar depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia em 2022 e aderiu à NATO em março deste ano.
MNE assume preocupação com novo míssil e revisão da doutrina nuclear russa
"São fatores de grande preocupação porque significam que pode haver uma escalada no conflito (entre a Rússia e a Ucrânia) e que o número de vítimas pode aumentar de modo muito significativo a partir do momento em que a Federação Russa se permite passar a utilizar este tipo de armamento", considerou.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, o chefe da diplomacia manifestou ainda o desejo de que o "sentido de responsabilidade prevaleça" porque "passar para uma dimensão nuclear traria ao conflito dimensões que são inimagináveis".
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira ter lançado um novo míssil balístico hipersónico de médio alcance, sem carga nuclear, num ataque à cidade ucraniana de Dnipro.
Esta arma era praticamente desconhecida e foi utilizada pela primeira vez pela Rússia contra a Ucrânia, servindo de ameaça a todo o Ocidente.
Dois mortos e 12 feridos em ataque russo sobre Sumy
Foto: Reuters
Rutte e Trump vão discutir situação na Ucrânia
Segundo o jornal holandês De Telegraaf, Rutte viajou para a Florida e visitará Trump na sua residência de Mar-a-Lago, em Palm Beach.
Rússia "não cederá" ao Ocidente
Aqueles que estão dispostos a falar estão satisfeitos com a determinação demonstrada pelo Kremlin.
“A Rússia vai ultrapassar tudo (...), ninguém a vai conseguir derrotar”, entusiasma-se Alexei Pechtcherkine, que a AFP encontrou no centro de Moscovo. Acredita que Vladimir Putin “faz tudo muito bem”.
Putin atua por fraqueza e não por força, diz ex-embaixador dos EUA na NATO
"É algo que ele tem vindo a fazer há já algum tempo. Está constantemente a tentar encontrar novas formas de assustar o Ocidente para que este não tome as medidas necessárias para defender a Ucrânia, na esperança de dissuadir, de alguma forma, os países ocidentais de continuarem a apoiá-la", afirmou.
"Estas ameaças devem ser levadas a sério, mas não devemos deixar que nos intimidem. Devemos lembrar-nos que Vladimir Putin está a fazer isso por fraqueza, não por força", considerou.
Daalder lamentou que a decisão dos EUA de autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia tenha chegado tão tarde.
Forças russas capturam Novodmytrivka
Berlim considera "lamentável" decisão da Ucrânia de usar minas antipessoais
"É lamentável que a Ucrânia se sinta compelida a tomar tais medidas enquanto esta guerra continua", declarou o porta-voz.
A Alemanha e a Ucrânia são signatárias da Convenção de Otava, que proíbe o uso ou a transferência de minas antipessoais, mas os Estados Unidos não o são.
Desprezo pelas sanções. Moscovo está a fornecer petróleo a Pyongyang
As imagens de satélite, partilhadas em exclusivo com a BBC, mostram mais de uma dúzia de diferentes petroleiros norte-coreanos a chegar a um terminal petrolífero no Extremo Oriente da Rússia, num total de 43 vezes nos últimos oito meses.
Outras imagens, tiradas dos navios no mar, parecem mostrar os petroleiros a chegar aos portos russos vazios e a sair quase cheios.
A Coreia do Norte é o único país do mundo que não está autorizado a comprar petróleo no mercado livre. O número de barris de petróleo refinado que pode receber é limitado pelas Nações Unidas a 500 mil por ano, muito abaixo da quantidade de que necessita.
Segundo a BBC, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia não comenta.
A primeira transferência de petróleo, documentada pelo Open Source Centre num relatório, ocorreu a 7 de março de 2024, sete meses depois de ter sido revelado que Pyongyang estava a enviar armas para Moscovo.
As transferências continuaram enquanto milhares de tropas norte-coreanas eram enviadas para a Rússia para combater, tendo a última sido registada a 5 de novembro.
“Enquanto Kim Jong Un fornece a Vladimir Putin uma tábua de salvação para continuar a sua guerra, a Rússia está discretamente a fornecer à Coreia do Norte a sua própria tábua de salvação”, afirmou Joe Byrne, do Open Source Centre.
“Este fluxo constante de petróleo dá à Coreia do Norte um nível de estabilidade que não tem desde que estas sanções foram introduzidas.”
Quatro antigos membros do painel da ONU responsáveis pelo acompanhamento das sanções contra a Coreia do Norte disseram à BBC que as transferências são uma consequência dos laços crescentes entre Moscovo e Pyongyang.
“Estas transferências estão a alimentar a máquina de guerra de Putin - isto é petróleo por mísseis, petróleo por artilharia e agora petróleo por soldados”, diz Hugh Griffiths, que liderou o painel de 2014 a 2019.
“Para continuar a lutar na Ucrânia, a Rússia tornou-se cada vez mais dependente da Coreia do Norte para obter tropas e armas em troca de petróleo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, à BBC.
Esta situação tem um impacto direto na segurança da península coreana, da Europa e do Indo-Pacífico”, acrescentou.
Isto envolve a transferência do petróleo entre navios no mar - um negócio arriscado, caro e demorado, segundo Go Myong-hyun, investigador do Instituto de Estratégia de Segurança Nacional da Coreia do Sul, que está ligado à agência de espionagem do país.
“Agora, Kim Jong-un está a receber petróleo diretamente, provavelmente de melhor qualidade, e é provável que o receba de graça, como contrapartida pelo fornecimento de munições. O que é que pode ser melhor do que isso?”.
Para Go Myong-hyun, “libertar um milhão de barris não é nada para um grande produtor de petróleo como a Rússia, mas é uma quantidade substancial para a Coreia do Norte.
Transferências “silenciosas”
Nas 43 viagens seguidas pelo Open Source Centre através de imagens de satélite, os petroleiros com pavilhão norte-coreano chegaram ao porto russo de Vostochny com os seus localizadores desligados, o que ocultou os movimentos.
As imagens mostram que depois regressaram a um dos quatro portos das costas leste e oeste da Coreia do Norte.
“Os navios aparecem silenciosamente, quase todas as semanas”, diz Joe Byrne, investigador do Open Source Centre. “Desde março, tem havido um fluxo bastante constante”.A equipa, que tem vindo a seguir estes petroleiros desde a introdução das sanções petrolíferas, utilizou o seu conhecimento da capacidade de cada navio para calcular o número de barris de petróleo que poderiam transportar.
Depois, estudaram as imagens dos navios que entravam e saíam de Vostochny, na maioria dos casos, puderam ver o nível a que se encontravam na água e, por conseguinte, quão cheios estavam.
Os petroleiros, avaliam, estavam carregados a 90 por cento da sua capacidade. “Podemos ver nalgumas imagens que, se os navios estivessem mais cheios, afundar-se-iam”, sublinhou Byrne.
Com base nisto, calculam que, desde março, a Rússia forneceu à Coreia do Norte mais de um milhão de barris de petróleo - mais do dobro do limite anual e cerca de dez vezes mais do que a quantidade que Moscovo deu oficialmente a Pyongyang em 2023.
Isto vem na sequência de uma avaliação feita pelo governo dos EUA em maio, segundo a qual Moscovo já tinha fornecido mais de 500 mil barris de petróleo.
No entanto, em dias nublados os investigadores não conseguem obter uma imagem clara do porto todos os dias.“Todo o mês de agosto esteve nublado, por isso não conseguimos documentar uma única viagem”, afirma Byrne, levando a sua equipa a acreditar que um milhão de barris é um valor de referência.
Desprezo pelas sanções
Estas entregas de petróleo violam as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, que a Rússia, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, assinou, como também mais de metade das viagens seguidas pelo Open Source Centre foram efetuadas por navios que foram sancionados individualmente pela ONU. Isto significa que deveriam ter sido apreendidos ao entrarem em águas russas.
Mas em março de 2024, três semanas depois de ter sido documentada a primeira transferência de petróleo, a Rússia dissolveu o painel da ONU responsável pela monitorização das violações das sanções, utilizando o seu veto no Conselho de Segurança da ONU.
Ashley Hess, que estava a trabalhar no painel até à sua dissolução, revela que foram vistas provas de que as transferências tinham começado. “Estávamos a seguir alguns dos navios e empresas envolvidas, mas o nosso trabalho foi interrompido, possivelmente depois de já terem violado o limite de 500 mil barris”.
Eric Penton-Voak, que liderou o grupo de 2021-2023, diz que os membros russos do painel tentaram censurar o seu trabalho. “Agora que o painel desapareceu, eles podem simplesmente ignorar as regras”, acrescenta. “O facto de a Rússia estar agora a encorajar estes navios a visitar os seus portos e a carregar petróleo mostra um novo nível de desprezo por estas sanções.”
Mas Penton-Voak, que faz parte da direção do Open Source Centre, considera que o problema é muito mais profundo.“Temos agora estes regimes autocráticos a trabalhar cada vez mais em conjunto para se ajudarem mutuamente a conseguir o que querem e a ignorar os desejos da comunidade internacional.”
Trata-se de um jogo “cada vez mais perigoso”, defende. “A última coisa que se quer é que uma arma nuclear tática norte-coreana apareça no Irão, por exemplo.”
Petróleo é a ponta do icebergue?
À medida que Kim Jong-un aumenta o apoio à guerra de Vladimir Putin, cresce a preocupação sobre o que mais poderá receber em troca.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estimam que Pyongyang já enviou a Moscovo 16 mil contentores marítimos cheios de cartuchos de artilharia e foguetes, enquanto restos de mísseis balísticos norte-coreanos foram recuperados no campo de batalha na Ucrânia.
Mais recentemente, Putin e Kim assinaram um pacto de defesa, o que levou ao envio de milhares de tropas norte-coreanas para a região russa de Kursk, onde, segundo informações dos serviços secretos, estão agora a combater.
O Governo sul-coreano disse à BBC que iria “responder com firmeza à violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU pela Rússia e pela Coreia do Norte”.
A maior preocupação de Seul é que Moscovo forneça a Pyongyang tecnologia para melhorar os seus satélites espiões e mísseis balísticos. No mês passado, o ministro sul-coreano da Defesa, Kim Yong-hyun, declarou que havia uma “grande probabilidade” de a Coreia do Norte estar a pedir essa ajuda.
“Quando se envia o nosso povo para morrer numa guerra estrangeira, um milhão de barris de petróleo não é recompensa suficiente”, frisou Go Myong-hyun.
Andrei Lankov, especialista nas relações Coreia do Norte-Rússia na Universidade Kookmin de Seul, concorda. “Costumava pensar que não era do interesse da Rússia partilhar tecnologia militar, mas talvez o cálculo tenha mudado. Os russos precisam destas tropas e isto dá mais poder aos norte-coreanos”.
Ucrânia diz que míssil disparado pela Rússia voou por 15 minutos
"O tempo de voo deste míssil russo, desde o momento do seu lançamento na região de Astrakhan até ao seu impacto na cidade de Dnipro, foi de 15 minutos", afirmou em comunicado, acrescentando que a arma era "provavelmente do complexo de mísseis 'Kedr'".
"O míssil estava equipado com seis ogivas: cada uma equipada com seis submunições", acrescentou.
Kremlin diz que ataque com míssil hipersónico foi aviso ao Ocidente
Segundo Dmitry Peskov, a Rússia avisou os EUA 30 minutos antes do ataque de ontem, apesar de não ter essa obrigação. Afirmou ainda que Washington "compreendeu" a mensagem.
O porta-voz disse que o presidente russo, Vladimir Putin, continua aberto ao diálogo.
Parlamento ucraniano cancela sessão por risco de ataque
Aliados da NATO devem "responder adequadamente" a eventual sabotagem no Mar Báltico
"A Lituânia, a Suécia e a Finlândia iniciaram investigações e, em função dos resultados, a União Europeia e os aliados da NATO devem responder adequadamente à ação maliciosa, aplicando medidas restritivas", declarou.
Lançamento de míssil russo representa "escalada terrível", diz Scholz
"Não queremos fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro capazes de penetrar profundamente no território russo", reafirmou o chefe do Governo alemão, sublinhando que, na sua opinião, "a prudência e o apoio claro à Ucrânia andam de mãos dadas".
Ataque de drones russos em Sumy mata duas pessoas
Doze prédios de apartamentos, cinco residências particulares, uma loja e três carros foram danificados depois de três drones terem atingido a cidade, afirmou a polícia nacional.
Volodymyr Artiukh, governador regional de Sumy, disse que as forças russas equiparam os drones com estilhaços para o ataque a uma área densamente povoada da cidade.
"Esta arma é usada exclusivamente para matar pessoas", vincou Artiukh. "Não é para danificar uma instalação, mas sim para destruir mais pessoas".
Rússia afirma ter frustrado a campanha militar da Ucrânia para 2025
"Praticamente descarrilámos toda a sua campanha para 2025", disse o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, segundo um vídeo divulgado pelo exército russo, durante uma inspeção às forças russas envolvidas nos combates.
Esta afirmação foi feita, segundo esta fonte, durante uma deslocação do ministro a um posto de comando não especificado do agrupamento militar Sever, destacado nomeadamente na região russa de Kursk, onde a Ucrânia ocupa, desde agosto, centenas de quilómetros quadrados.
Beloussov afirmou que o exército russo tinha "destruído as melhores unidades" da Ucrânia e saudou um "avanço" das forças russas na frente, que "agora acelerou".
As forças russas avançaram rapidamente nas últimas semanas em vários pontos da frente, levando o exército ucraniano a perder terreno, especialmente em redor das cidades de Pokrovsk, Kurakhové e Kupiansk, alvos das tropas de Moscovo.
Este avanço surge quando Kiev está a demonstrar preocupação com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, a partir de janeiro, nomeadamente que o chefe de Estado norte-americano reduza ou interrompa completamente a ajuda militar, vital para o exército ucraniano.
Na quinta-feira à noite, Vladimir Putin, durante um discurso surpresa à nação, anunciou que um posto de comando russo na região de Kursk tinha sido alvo de um ataque de mísseis ocidentais de longo alcance, tendo o ataque causado, segundo o líder da Rússia, mortos e feridos.
Segundo Putin, foi em resposta a este ataque ucraniano que ordenou ao seu exército que disparasse um novo míssil hipersónico de alcance intermédio contra a Ucrânia na quinta-feira, numa escalada denunciada por Kiev e os seus aliados.
China apela à "contenção" após lançamento de míssil russo
"Todas as partes devem manter a calma e mostrar contenção, trabalhar para desanuviar a situação através do diálogo e da consulta, e criar as condições para um cessar-fogo rápido", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.
NATO e Ucrânia reunidas terça-feira em Bruxelas
"Escalada severa". Zelensky apela a resposta global a ataque russo com míssil experimental
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, veio considerar, na última noite, que o recurso, por parte da Rússia, a um míssil balístico experimental constitui "uma clara e severa escalada" da guerra. Por sua vez, a NATO acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de procurar "aterrorizar" civis e intimidar os aliados da Ucrânia;
- Putin confirmou ter utilizado um novo míssil hipersónico no ataque de quinta-feira à cidade ucraniana de Dnipro. O número um do Kremlin ameaçou também atacar países que forneçam mísseis e outro armamento à Ucrânia contra a Rússia. “Um conflito regional na Ucrânia previamente provocado pelo Ocidente adquiriu elementos de caráter global", frisou o presidenrte russo;
- O novo míssil balístico da Rússia recebeu a designação de Oreshnik. Foi acionado "em resposta aos planos dos Estados Unidos para produzir e destacar mísseis intermédios e de curto alcance", nas palavras de Vladimir Putin, que prometeu uma "resposta decisiva e simétrica";
- A Rússia terá avisado os Estados Unidos 30 minutos antes do lançamento de um míssil balístico hipersónico sobre a Ucrânia, de acordo com o porta-voz do Kremlin. “O alerta foi enviado automaticamente 30 minutos antes do lançamento”, afirmou Dmitri Peskov;
- A Casa Branca adiantou também que os Estados Unidos informaram a Ucrânia e aliados próximos, nos últimos dias, no sentido de os ajudar a prepararem-se para um potencial ataque russo com um míssil balístico experimental de alcance intermédio;
- A última vaga de ataques noturnos da Rússia em Sumi, no nordeste da Ucrânia, fez pelo menos dois mortos, segundo as autoridades locais. Esta região próxima da fronteira com a Rússia foi abalada, nas últimas horas, por "várias explosões", adiantou, na plataforma de mensagens Telegram, o presidente da câmara Artem Kozbar.
Novo míssil hipersónico na guerra. Putin ameaça atacar países aliados da Ucrânia
Entrevista. Diretora da Brookings Institution aconselha Europa a não estar à espera de Trump
Taiwan e Lituânia querem fabricar drones para defender democracias
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, o memorando de entendimento foi assinado entre um grupo de empresas taiwanesas e a Associação Lituana de Defesa e Segurança.
A assinatura do acordo aconteceu durante uma reunião que contou também com a presença da vice-ministra da Defesa da Lituânia, Monika Korolioviene, e do ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung.
Num discurso, Lin acusou "países autoritários" como a China e a Rússia de empregarem táticas de "zona cinzenta" e coerção económica "para pressionar as nações democráticas, o que representa uma séria ameaça".
"A segurança da Europa e da região Indo-Pacífico está intimamente ligada e os parceiros com valores semelhantes devem unir-se para defender o modo de vida livre e democrático", afirmou o ministro.
Lin destacou o "grande potencial" dos aparelhos aéreos não tripulados, conhecidos como drones, para a cooperação bilateral entre Taiwan e a Lituânia.
A vice-ministra da Defesa do país báltico, que faz fronteira com a Rússia destacou que o reforço das capacidades defensivas das democracias é uma tarefa urgente face à "expansão autoritária".
"A Lituânia continuará a aprofundar a sua cooperação com os países do Indo-Pacífico e espera colaborar estrategicamente com Taiwan na indústria dos drones", disse Korolioviene, em declarações incluídas no comunicado.
O acordo foi anunciado um dia depois de um memorando semelhante com a vizinha Letónia, também durante a visita de uma delegação de Taiwan liderada por Lin.
Taiwan pretende reforçar o papel na cadeia de abastecimento global de produtos tecnológicos e demonstrar as suas capacidades no desenvolvimento e fabrico de drones.
Em setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da ilha lançou uma iniciativa para promover o desenvolvimento internacional desta indústria.
O Governo pretende aumentar a produção de drones de Taiwan para 15 mil unidades por mês até 2028 e aumentar o valor do setor para 30 mil milhões de dólares de Taiwan (881 milhões de euros), dez vezes mais que o valor atual.
A Letónia e a Lituânia, bem como outros países da Europa Central e Oriental, reforçaram os laços com a ilha nos últimos anos, especialmente após a invasão russa da Ucrânia, apesar de manterem relações diplomáticas com a China.
"Ninho de espiões". Moscovo intensifica presença em Genebra para fins de espionagem
Um muro de vários metros de altura, câmaras de videovigilância e guardas armados dificultam a observação do investimento russo apontado pelo meio de comunicação social suíço: "há sete grandes antenas parabólicas nos telhados na missão permanente russa" e "vários aparelhos de escuta escondidos sob uma espécie de contentor".
Já o serviço russo de imprensa reafirmou "a nossa posição de que o pessoal diplomático da nossa embaixada está concentrado exclusivamente na tarefa de manter uma cooperação construtiva com as autoridades do país anfitrião nas atuais circunstâncias difíceis”.