Guerra na Ucrânia é uma "confusão". Trump admite agora que conflito não é fácil de resolver

O presidente norte-americano classificou a guerra na Ucrânia como uma "confusão" e uma situação difícil de resolver, tese que admite agora, depois de ter prometido em campanha terminar o conflito em 24 horas.

Inês Moreira Santos - RTP /
Brian Snyder - Reuters

Ao mesmo tempo que, em Moscovo, começam as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia, Donald Trump comentou o conflito em Washington. A começar a reunião de gabinete, o presidente norte-americano congratulou-se pelo papel norte-americano no contexto internacional e, em especial, na tentativa de pôr fim à guerra na Ucrânia, questão que assume agora ser difícil de resolver.

Os Estados Unidos são “fortes e respeitados novamente no cenário mundial”, começou por comentar Trump quando se referia à participação na cimeira da NATO na Haia, no início de 2025.

“Temos um problema com uma guerra que o nosso povo está a tentar resolver agora, com a Rússia e a Ucrânia”, admitiu, lembrando que estão a decorrer, esta terça-feira, negociações no Kremlin entre Vladimir Putin e o emissário norte-americano Steve Witkoff.

Segundo o líder norte-americano, os EUA já não estão “envolvidos financeiramente” com a Aliança Atlântica, mas ainda estão a tentar “resolver esta questão” no leste da Europa.

“Já resolvi oito guerras. Esta seria a nona, e a nossa equipa está na Rússia neste momento para ver se conseguimos chegar a um acordo”, declarou aos jornalistas na Casa Branca. “Não é uma situação fácil, acreditem, que confusão. É uma guerra que jamais teria acontecido se eu fosse presidente, nem pensar”.

E em tom de brincadeira, sugeriu uma vez mais que devia receber o Prémio Nobel da Paz se conseguisse alcançar o fim da guerra entre a Moscovo e Kiev, ou mesmo, por “todas as guerras” que resolvesse.

"Penso em todas as guerras a que pus fim. Devia receber o Prémio Nobel por cada uma delas, mas não quero ser ganancioso", disse.
Zelensky pede fim da guerra
No mesmo dia em que o presidente russo assume que as negociações entre Moscovo e Washington, que decorrem no Kremlin à porta fechada, o líder ucraniano volta a apelar ao fim da guerra na Ucrânia e não a um cessar-fogo temporário.

“O nosso objetivo comum é pôr fim à guerra, não apenas obter uma pausa nos combates. É necessária uma paz digna”, declarou Volodymyr Zelensky em Dublin, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Zelensky, que se reuniu com o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, elogiou as medidas dos Estados Unidos para acabar com a guerra e alcançar uma paz “decente e digna”.

“Os Estados Unidos estão a tomar medidas sérias para pôr fim a esta guerra, de uma forma ou de outra”, declarou. “Estou certo de que a nossa tarefa comum, para todos na Europa, é realmente pôr fim a esta guerra”.

O governo irlandês prometeu 125 milhões de euros em ajuda adicional e, mais importante, manifestou apoio incondicional a um empréstimo europeu e à adesão da Ucrânia à União Europeia. Depois do encontro com Micheál Martin, Zelensky mostrou-se otimista com as negociações para um acordo de paz.

“Há um pouco de otimismo, nas minhas palavras, devido à rapidez das negociações e ao interesse demonstrado pelos norte-americanos. Isso mostrou que os Estados Unidos não estão a retirar-se de nenhuma forma do diálogo diplomático, o que é positivo”, acrescentou Zelensky.

O presidente russo está, esta terça-feira, a discutir o plano de paz para a Ucrânia do homólogo norte-americano, Donald Trump, com o enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff.
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