Guerra na Ucrânia. Prédio de nove andares em Dnipro atingido por míssil russo

por RTP
Reuters

As equipas de resgate continuam a procurar sobreviventes nos escombros de um prédio de nove andares em Dnipro, no leste da Ucrânia, alvo de um ataque de mísseis russos que causou pelo menos 21 mortos.

O ataque destruiu 72 apartamentos e danificou mais de 230. No edifício viviam mais de mil pessoas.
Pelo menos 21 pessoas, incluindo uma adolescente de 15 anos, morreram, 73 ficaram feridas, 40 das quais foram hospitalizadas – quatro em unidades de cuidados intensivos - e mais de 30 sobreviventes foram retirados dos escombros, disse hoje o governador da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko, na rede social Telegram.

O Presidente ucraniano revelou que entre as vítimas mortais estão várias crianças, a mais nova tinha três anos.

Volodymyr Zelensky admite que o número de vítimas mortais pode aumentar.

Segundo a presidência ucraniana, entre 100 e 200 pessoas ficaram sem casa devido ao bombardeamento, e cerca de 1.700 habitantes de Dnipro ficaram sem eletricidade e aquecimento.

Um vídeo publicado pelos serviços de emergência ucranianos nas redes sociais Facebook e Telegram mostra equipas de resgate a escavar nos escombros do edifício de apartamentos durante a madrugada.

Entretanto, as equipas de resgate encontraram um sobrevivente nos escombros de um prédio residencial em Dnipro, onde o impacto de um míssil provocou pelo menos 21 mortos, disse à televisão o autarca daquela cidade, Borys Filatov.

"Posso confirmar. Eu vi o início desta operação de resgate com os meus próprios olhos. Algures no quinto andar, as equipas de resgate encontraram um homem que dava sinais de que estava vivo. Trouxeram um guindaste e uma maca para o retirar. Diante dos meus olhos, aproximou-se um veículo de resgate", disse.

As autoridades da cidade de Dnipro declararam três dias de luto.
Ataques russos atingiram áreas residenciais
Várias regiões ucranianas declararam alerta na tarde de sábado na sequência de um novo conjunto de ataques de mísseis russos que atingiram áreas residenciais e infraestruturas estratégicas.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia informou que as forças russas lançaram três ataques aéreos e 57 ataques com mísseis no sábado e também abriram fogo com múltiplos sistemas de lançamento de foguetes em 69 ocasiões, especificamente contra a infraestrutura civil.

No sul da Ucrânia, em Kryvyi Rig, uma pessoa foi morta e outra ferida em vários edifícios de apartamentos atingidos por bombardeamentos, segundo um relatório oficial.

A Rússia "realizou três ataques aéreos e cerca de 50 ataques com mísseis durante o dia" de sábado, referiu o Estado-Maior do Exército ucraniano
. "Além disso, os ocupantes lançaram 50 ataques com vários lançadores de foguetes", acrescentou.

O ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, anunciou no sábado, na rede social Facebook, que foram ordenados cortes de eletricidade na maioria das regiões do país, na sequência dos ataques russos.


Os ataques russos foram realizados pouco depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter telefonado ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para lhe anunciar que o Reino Unido será a primeira potência ocidental a enviar tanques de primeira linha para Kiev.

Isto apesar dos receios, no seio da NATO, de que esta decisão possa ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.

A ofensiva militar lançada pela Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e sanções políticas e económicas a Moscovo.

A invasão russa causou, até agora, a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

As Nações Unidas consideram confirmados 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

c/agências
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