Ao quinto dia da escalada do conflito entre israelitas e iranianos, prossegue a troca de bombardeamentos. O presidente Donald Trump voltou a mudar de posição e virou agora a sua atenção para o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.
Ao quinto dia da escalada do conflito entre israelitas e iranianos, prossegue a troca de bombardeamentos. O presidente Donald Trump voltou a mudar de posição e virou agora a sua atenção para o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.
Firdous Nazir via Reuters Connect
Centenas de pessoas sairam à rua em Lisboa numa manifestação pela paz no Médio Oriente. Os manifestantes exigiram ao Governo que reconheça o Estado da Palestina.
Foto: Hatem Khaled - Reuters
Israel atacou a zona central da Faixa de Gaza. O exército israelita disparou contra uma multidão que esperava pelos camiões com ajuda humanitária em Khan Younis. O Ministério da Saúde de Gaza anunciou que morreram 59 pessoas e mais de duzentas ficaram feridas, 20 das quais em estado crítico.
Donald Trump abandonou a Cimeira do G7 no Canadá a dizer-se confiante num acordo com o Irão, mas hoje já apelava à rendição incondicional do Irão e deixou implícita uma ameaça ao líder supremo.
As autoridades israelitas dizem que numa semana ou duas deverão ser atingidos os objetivos da sua ofensiva.
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
O Governo encerrou temporariamente a embaixada em Teerão. A medida foi tomada depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros dar por concluída a operação de repatriamento dos portugueses no Irão.
Foto: Majid Asgaripour - WANA via Reuters
Rússia e China revelaram estar a fazer os possíveis para retirarem os seus cidadãos da região. A Agência Internacional de Energia Atómica confirmou que as instalações subterrâneas da central de Natanz foram atingidas, mas disse que não há perigo de fuga de radiação.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que os Estados Unidos (EUA) "têm agora o controlo total e completo dos céus do Irão", após a vaga de bombardeamentos iniciada a 13 de junho pelo Exército israelita.
Segundo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a ofensiva, ainda em curso, já destruiu "um grande número" de lançadores de mísseis e metade dos `drones` (aeronaves não-tripuladas) de Teerão.
"Agora, temos o controlo total e completo sobre os céus do Irão. O Irão tinha bons detetores aéreos e outros equipamentos de defesa, e muitos, mas não se comparam aos que são feitos, concebidos e fabricados nos Estados Unidos. Ninguém o faz melhor do que os bons e velhos Estados Unidos", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
As suas declarações surgiram minutos depois de o vice-presidente norte-americano, JD Vance, ter confirmado que Trump poderá considerar necessário adotar "mais medidas" para travar o programa de enriquecimento de urânio do Irão.
Vance, que elogiou a "contenção" de Trump, especulou sobre futuros passos, sublinhando que "a decisão final cabe ao Presidente".
"Penso que ele mereceu que confiemos nele em relação a esta questão", observou o `número dois` do Governo republicano, antes de acrescentar que, "faça o que fizer", Trump manterá as Forças Armadas norte-americanas ao serviço dos interesses dos Estados Unidos.
Afirmou ainda que está a tentar esclarecer as "loucuras" que tem lido sobre este assunto e concordou com Trump que "o Irão não pode ter uma arma nuclear", o argumento que Israel também está a usar para justificar a onda de ataques que lançou na passada sexta-feira e que hoje prossegue, no quinto dia consecutivo.
O vice-presidente norte-americano advertiu o Irão de que pode desistir do enriquecimento de urânio mantendo a sua indústria atómica para fins pacíficos, comentando que ainda não viu "um único bom argumento" que justifique a violação das "obrigações em matéria de não-proliferação".
"Não vi uma única boa resposta às conclusões da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA)", sentenciou.
Israel lançou na sexta-feira uma vaga de ataques contra instalações nucleares iranianas e zonas residenciais da capital, Teerão.
Desde então, as autoridades do país da Ásia Central elevaram o número de mortos para mais de 224 pessoas e pelo menos 1.800 feridos.
Do lado israelita, a retaliação iraniana fez pelo menos 24 mortos, segundo as autoridades de Israel.
A ofensiva israelita foi lançada dias antes de uma nova ronda de negociações entre Washington e Teerão sobre o programa nuclear iraniano, que estava prevista para o passado domingo na capital de Omã, Mascate.
Devido aos bombardeamentos israelitas, as autoridades iranianas entretanto anunciaram o cancelamento dessa nova ronda negocial.
O presidente norte-americano afirmou saber "onde se esconde" o líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, mas afasta "por enquanto" tomar a decisão de matá-lo.
"Sabemos exatamente onde se esconde o chamado `líder supremo`. É um alvo fácil, mas lá ele está seguro. Não vamos eliminá-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto", afirmou o chefe de Estado norte-americano na sua plataforma Truth Social.
Apontando que "a paciência está a esgotar-se" e depois de nos primeiros ataques, a semana passada, Washington ter mandado para Teerão o recado no sentido de que não tinham nada a ver com a ofensiva israelita, Trump vem agora advertir no mesmo sentido: que não quer "que sejam disparados mísseis contra civis ou soldados norte-americanos".
"Rendição incondicional", acrescentou, noutra publicação na rede social, o Presidente norte-americano, recorrendo à escrita em letras maiúsculas, como faz frequentemente para enfatizar a mensagem.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira que o Governo que lidera fará "o que for necessário", quando questionado sobre a possibilidade de matar o `ayatollah` Khamenei.
Trump abandonou abruptamente na segunda-feira a cimeira do bloco das sete economias mais industrializadas do mundo (G7) a decorrer no Canadá e regressou na madrugada de hoje a Washington para se reunir com a sua equipa de Segurança Nacional, no âmbito dos ataques entre Israel e o Irão, que duram há cinco dias.
Embora os Estados Unidos tenham negado qualquer participação nos ataques israelitas contra a República Islâmica, Trump sugeriu que a ofensiva ocorreu porque expirou o prazo que impôs a Teerão para fechar um acordo nuclear.
c/ Lusa
Trump pede uma rendição sem condições numa série de mensagens sobre o Irão.
O Governo português determinou o encerramento temporário da embaixada em Teerão. O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou ainda que a operação de repatriamento do Irão vai terminar ainda hoje.
Os meios de comunicação iranianos estão a noticiar uma falha de Internet generalizada em todo o país.
Foto: Frederic Sierakowkski - EPA
Mais de sessenta condecorados com a Ordem da Liberdade pedem ao Presidente da República que apoie o reconhecimento do Estado da Palestina.
A RTP foi ao encontro de duas iranianas que vivem no Porto. Falam de um povo dividido e do medo. Receiam o pior no Irão.
Foto: Amir Cohen - Reuters
Morreram 51 pessoas e mais de duzentas ficaram feridas, 20 das quais em estado crítico. Os feridos foram levados para o hospital Nasser.
Foto: Suzanne Plunkett - EPA
Donald Trump abandonou a cimeira do G7 de forma precipitada, mas garante que a saída não está relacionada com um cessar-fogo entre Israel e o Irão, antes com "algo muito maior".
Foto: Atef Safadi - EPA
Telavive garante que matou o chefe do Estado-maior iraniano e Teerão promete um bombardeamento ao território israelita sem precedentes no Médio Oriente.
O Irão condenou hoje o que considerou ser a parcialidade do G7, que não criticou os ataques israelitas no país, mas apelou a um desanuviamento.
"A declaração dos líderes do G7 ignorou claramente a agressão flagrante de Israel contra o Irão", afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, num comunicado citado pela agência noticiosa oficial IRNA.
Numa declaração conjunta divulgada na segunda-feira, os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a defender-se e acusaram o Irão de ser a "principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região".
"Exortamos a que a resolução da crise no Irão conduza a um abrandamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza", afirmaram.
Baghai defendeu que o G7 "deve abandonar a retórica unilateral e atacar a verdadeira fonte da escalada: a agressão de Israel".
"O Irão está a defender-se de uma agressão cruel. Será que o Irão tem realmente outra escolha?", questionou Baghai, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O G7 reúne as sete economias mais desenvolvidas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Japão), mais a União Europeia.
A declaração conjunta foi divulgada antes de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter abandonado a cimeira para regressar a Washington devido à guerra Irão-Israel.
O porta-voz da diplomacia iraniana exortou os membros do G7 a assumir "a sua responsabilidade legal e moral" pelo que descreveu como "um ato de agressão flagrante contra um Estado membro da ONU".
"Têm de dizer a verdade. A guerra agressiva de Israel contra o Irão é um golpe devastador contra a Carta das Nações Unidas e o direito internacional baseado na Carta", afirmou.
Baghai destacou em especial os três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que integram o G7, referindo-se aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à França.
"Os membros do Conselho de Segurança devem, podem e têm de atuar agora de acordo com a responsabilidade principal do Conselho e impedir o agressor de cometer mais crimes", afirmou.
Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.
Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordo.
Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.
O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e `drones` contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.
Foto: Gideon Markowicz - Reuters
Teerão começou, durante a noite, uma nova onda de ataques com mísseis e drones contra Israel, ataques "ininterruptos até ao amanhecer".
Foto: Majid Asgaripour - WANA via Reuters
Israel anunciou estar a controlar o espaço aéreo do Irão. As autoridades israelitas apelaram aos residentes de Teerão para que abandonem a cidade. O Irão intensificou o lançamento de mísseis e de drones explosivos contra Israel, com o balanço de vítimas mortais nos dois lados a ultrapassar as duas centenas, incluindo 70 mulheres e crianças.
Foto: Ludovic Marin - EPA
Donald Trump lamentou que a Rússia tenha sido expulsa destes encontros e admitiu a inclusão na China.
Foto: Reuters
Os ataques israelitas a Gaza fizeram mais de 40 mortos. Os Médicos Sem Fronteiras apelaram à União Europeia para que use a sua influência sobre Israel para pôr fim ao cerco do enclave.
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que pode haver riscos, já que a operação implica longas deslocações rodoviárias, o que está a levar algumas pessoas a desistir da viagem.
O conflito entre Israel e Irão foi analisado na RTP3 pelo professor José Pedro Teixeira Fernandes.
Os negociantes israelitas não veem razões para o seu material de guerra não ser exposto para venda na feira que está montada na capital francesa.