Líderes da UE voltam a reunir-se para pedir pausa humanitária em Gaza
Foto: Olivier Hoslet - EPA
Charles Michel apela aos líderes europeus que tomem uma posição para "garantir urgentemente a prestação efetiva de ajuda humanitária e o acesso às necessidades mais básicas".
Portugal preferia apelar a um cessar-fogo humanitário, mas ao nível da União Europeia foi o conceito de pausa humanitária que mereceu consenso.
Pedro Sánchez transmitiu apoio a António Guterres
Biden nega ter exigido adiamento da ofensiva terrestre israelita em Gaza
Foto: Yuri Gripas - EPA
Al Jazeera anuncia que família do seu correspondente em Gaza foi morta em bombardeamento
"Vários membros da família do nosso colega Wael al-Dahdouh, incluindo a sua mulher, o seu filho e a sua filha, foram martirizados por um bombardeamento israelita contra a sua casa", declarou em comunicado a cadeia de televisão, que tem sede em Doha, no Qatar.
A Al Jazeera mostrou imagens do jornalista na morgue, completamente devastado, sem fôlego e engasgando-se com as suas próprias lágrimas, enquanto via e agarrava os cadáveres ensanguentados dos seus filhos, de 15 e 7 anos.
The family of Al Jazeera’s Gaza bureau chief Wael Dahdouh has been killed in an Israeli attack at the Al Nuseirat Camp in central Gaza, where they had forcibly evacuated to shelter from Israeli bombardments ⤵️ pic.twitter.com/ya64Lgunbp
— Al Jazeera English (@AJEnglish) October 25, 2023
As imagens chocaram os jornalistas árabes que ainda trabalham em Gaza e suscitaram uma onda de condenação contra os ataques à comunicação social e aos civis no sul da Faixa de Gaza, para onde Israel disse aos palestinianos que se deslocassem em face à intensificação dos bombardeamentos e a uma possível operação terrestre no norte do enclave.
"Manifestamos a nossa preocupação com a segurança dos nossos correspondentes e equipas em Gaza", afirmou a cadeia de televisão no comunicado, no qual condenou "o ataque indiscriminado e a morte de civis inocentes em Gaza, que resultou na perda trágica da família de Wael al-Dahdouh e de inúmeras outras pessoas".
Os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza provocaram até agora mais de 6.500 mortos - cerca de metade dos quais crianças - e mais de 17.000 feridos, no que é já a pior catástrofe humana jamais vivida no enclave.
Libertação de grande número de reféns pode acontecer dentro de dias
EUA e Reino Unido vetam resolução apresentada pela Rússia
Rússia e China vetam resolução dos EUA a apelar a pausas humanitárias em Gaza
Israel. Quase 300 feridos hospitalizados, 50 em estado grave
Blinken terá pedido ao Governo do Qatar para moderar retórica da Al Jazeera na cobertura da guerra
Biden diz não ter exigido que Netanyahu adiasse ofensiva terrestre a Gaza
"Não. A decisão foi deles, eu não a exigi", declarou Biden em resposta a uma pergunta em conferência de imprensa.
"O que eu lhe disse (a Netanyahu) foi que se for possível retirar essas pessoas em segurança, é isso que ele deve fazer", precisou.
Reiterando que Israel tem não só o direito mas também "o dever" de se defender, após o ataque sangrento do Hamas a 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos em território israelita, na maioria civis, Biden acrescentou que o país deve fazer "tudo o que estiver ao seu alcance para poupar os civis" palestinianos.
Observou, contudo, que não "tem confiança" nos balanços de mortos na Faixa de Gaza fornecidos pelos palestinianos.
Segundo as autoridades locais, a forte retaliação israelita matou até agora pelo menos 6.546 pessoas naquele enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.
O chefe de Estado norte-americano apelou igualmente para que os ataques de colonos israelitas a palestinianos na Cisjordânia "parem de imediato".
Falando na conferência de imprensa em Washington ao lado do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, Biden referiu-se também à colisão no mar entre navios chineses e embarcações filipinas no mar do sul da China, insistindo no compromisso do seu país em defender as Filipinas, depois de Manila ter acusado a China de se ter tratado de embates "intencionais".
"Qualquer ataque a aviões, navios ou forças armadas das Filipinas terá como consequência a ativação da nossa parceria de defesa mútua", declarou o chefe de Estado Democrata à imprensa.
"O compromisso dos Estados Unidos com as Filipinas é inabalável", sublinhou.
OMS pressiona Hamas a libertar todos os reféns "por razões de saúde"
My team and I met today with families of people abducted from southern #Israel on 7 October by Hamas and heard firsthand the tragedy, trauma and suffering they are facing.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 25, 2023
We are gravely concerned by the humanitarian and health situation facing approximately 200 people,…
"O trauma para a sanidade mental que os raptados e as suas famílias estão a sofrer é grave e o apoio psicosocial de grande importância", lembrou ainda.
Huthis do Iémen dizem que "não ficarão de braços cruzados" face a "genocídio em Gaza"
O Conselho Político Supremo do movimento xiita afirmou em comunicado que o grupo está "a monitorizar de perto a situação" e condenou "os crimes atrozes e os massacres genocidas cometidos pelo inimigo sionista contra o povo palestiniano".
Os Huthis também avisaram que "cruzar as `linhas vermelhas` força o Iémen a cumprir seu dever religioso e de princípios".
Esta nova ameaça surge depois de responsáveis norte-americanos, citados pelo The Wall Street Journal terem afirmado que os Huthis dispararam cinco mísseis de cruzeiro fornecidos pelo Irão e cerca de 30 `drones` contra Israel.
Segundo o jornal, na semana passada o contratorpedeiro USS Carney, estacionado no norte do Mar Vermelho, abateu quatro dos mísseis de cruzeiro, enquanto o quinto foi destruído pelos sistemas antiaéreos da Arábia Saudita.
Até agora, nem os Huthis nem Riade comentaram esta informação.
Em 10 de outubro, três dias após o início da guerra em Gaza após o ataque do braço armado do grupo islamita Hamas contra Israel, o principal líder dos Huthis, Abdelmalek al Huti, disse num discurso que o movimento está disposto a "envolver-se na batalha" em apoio aos palestinianos.
O Pentágono confirmou na terça-feira que desde 17 de outubro as forças dos Estados Unidos e da coligação foram alvo de dez ataques às suas bases no Iraque e de três na Síria por grupos apoiados pelo Irão.
Estes grupos pró-Irão, com presença no Iraque, na Síria e no Iémen, fazem parte da chamada Resistência Islâmica e ameaçaram repetidamente que atacariam instalações norte-americanas no Médio Oriente e em Israel se Washington continuasse a apoiar o Estado Judeu ou se decidisse intervir militarmente em Gaza.
ONU "a dialogar" com Telavive sobre vistos bloqueados a funcionários
Stéphane Dujarric desvalorizou hoje o anúncio do embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, de que o seu país irá recusar vistos a representantes das Nações Unidas argumentando que "é altura de lhes dar uma lição".
Dujarric afirmou que o anúncio não está a afetar, por enquanto, o trabalho dos funcionários da ONU em Israel.
"Falei com os meus colegas em Jerusalém e eles continuam os seus contactos a todos os níveis com os seus homólogos, quer estejam no Governo ou no exército, e os contactos prosseguem normalmente", disse.
O representante de António Guterres insistiu que não se registou "qualquer alteração ou diminuição do estatuto" dos seus trabalhadores no terreno, em Israel e na Palestina.
No que diz respeito ao estatuto de Griffiths, Dujarric afirmou que este se encontra atualmente em Genebra (a sua residência habitual) e expressou o desejo do secretário-geral de que "tal como qualquer outro gabinete que trabalhe para o secretariado", "todos os Estados-membros facilitem o trabalho dos funcionários da ONU em deslocação oficial".
Quanto aos pedidos de demissão de Guterres feitos esta terça-feira pelo embaixador israelita junto da ONU e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, Dujarric recusou-se a fazer qualquer comentário: o secretário-geral "não vai comentar todos os pedidos de demissão de um Estado-membro", disse.
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"Seria um erro para Israel". Macron desaconselha operação militar "massiva" em Gaza
Confrontos prosseguem entre Exército israelita e milícias do sul do Líbano
Um porta-voz militar de Israel afirmou que o exército israelita respondeu com bombardeamentos e artilharia e que atacou também duas "células terroristas" que tentavam lançar mísseis para o território judaico em diferentes pontos da fronteira.
Pouco depois, acrescentou, um míssil antitanque foi disparado contra um grupo de soldados israelitas na comunidade de Avivim, que respondeu com fogo de artilharia contra o local de onde partiu o ataque.
O lançamento do míssil foi reivindicado pouco depois pelo grupo xiita libanês Hezbollah, que afirmou ter atingido um tanque israelita, causando mortos e feridos, o que foi desmentido pelo exército israelita.
Até agora, esta é a única ação reivindicada hoje pelo movimento xiita que, nos últimos dias, reconheceu ter sofrido um número significativo de novas baixas nas suas fileiras, totalizando agora 43 desde o início da violência na fronteira, a 08 de outubro.
O último incidente de hoje foi o disparo de quatro mísseis a partir do território libanês, que, segundo o porta-voz militar israelita, fez soar os alarmes de ataque aéreo em comunidades do norte do país e que atingiram zonas despovoadas.
Estes episódios coincidiram hoje com uma reunião em Beirute entre os líderes dos grupos islamitas palestinianos Hamas, Jihad Islâmica e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, todos apoiados pelo Irão.
Num comunicado, o Hezbollah afirmou que, na reunião, ficou acordada a "continuação da coordenação e o acompanhamento dos desenvolvimentos numa base diária e permanente" e salientou que também foi analisado o que as partes do "Eixo da Resistência" devem fazer "nesta fase delicada para alcançar uma verdadeira vitória da Resistência em Gaza e na Palestina".
Entretanto, a missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (FINUL) reiterou hoje que continua a contactar com as "partes" envolvidas na violência na fronteira com Israel para tentar "reduzir as tensões" que têm aumentado há mais de duas semanas.
"O nosso trabalho continua, incluindo as patrulhas. O trabalho com as partes visa essencialmente coordenar e reduzir as tensões na área de responsabilidades" da FINUL, disse o comandante das forças internacionais no país, o espanhol Aroldo Lazaro.
As hostilidades na zona fronteiriça começaram a 08 deste mês, um dia após o ataque do Hamas a Israel, que deixou cerca de 1.400 mortos, o que desencadeou uma guerra que vai já no 19.º dia de combates e já fez quase 6.500 mortos em Gaza.
Embora várias milícias palestinianas tenham reivindicado a autoria de ataques a partir do Líbano nas últimas duas semanas, os principais confrontos são entre o exército israelita e o Hezbollah, que vivem o momento mais tenso desde a guerra de 2006.
Os incidentes na fronteira causaram até agora pelo menos 63 mortos: seis em Israel, cinco soldados e um civil, e pelo menos 57 no Líbano -- oito civis, entre os quais um operador de câmara da Reuters, 43 membros do Hezbollah e seis membros das milícias palestinianas.
WSJ. Israel adia ofensiva enquanto aguarda instalação de defesas anti-mísseis dos EUA
Líderes da Chéquia e da Áustria solidários com Israel contra o Hamas
Von der Leyen pede "ação unificada" da UE na segurança face a "incerteza geopolítica"
"Temos de ser capazes de agir de forma unificada para garantir a segurança e a liberdade dos nossos cidadãos, reforçando as fronteiras externas e evitando o restabelecimento dos controlos nas fronteiras internas. A este respeito, é necessária uma ênfase renovada para garantir que todos os migrantes irregulares e requerentes de asilo sejam registados no Eurodac [base de dados de impressões digitais] e para reforçar a aplicação efetiva das regras de Dublin, incluindo a retoma das transferências sempre que possível", apelou Ursula von der Leyen.
Numa carta hoje divulgada aos líderes da UE, que se reúnem na quinta-feira e sexta-feira com a migração e as tensões no Médio Oriente na agenda, a líder do executivo comunitário recordou o "período de incerteza geopolítica e de preocupação acrescida com a segurança".
"É mais importante do que nunca mostrar aos cidadãos que somos capazes de tomar medidas práticas e eficazes em relação a questões complexas como a migração. Trabalhando em conjunto, podemos garantir que a migração é gerida de forma ordenada, humana e justa, protegendo os direitos fundamentais", defendeu Ursula von der Leyen.
Para a responsável, isto significa utilizar ao máximo "o peso coletivo da UE".
"Os progressos realizados este ano constituem uma demonstração tangível de como a UE está determinada a manter a dinâmica para realizar o nosso trabalho comum em matéria de migração e para reafirmar a eficácia das nossas fronteiras", adiantou a responsável, numa alusão aos avanços no novo Pacto para a Migração e Asilo.
No início de outubro, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE deram `luz verde` ao novo Pacto para a Migração e Asilo, num acordo preliminar sobre o regulamento para a gestão de crises que prevê um instrumento de solidariedade.
Depois do aval, decorrem agora discussões legislativas entre colegisladores, faltando depois a aprovação do Conselho Europeu, que se espera que aconteça na cimeira europeia de dezembro.
O objetivo é que haja um acordo final até às eleições europeias de junho de 2024, para partilhar equitativamente as responsabilidades entre os Estados-membros e agir de forma solidária ao lidar com os fluxos migratórios.
Os chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se na quinta e sexta-feira, em altura de tensões no Médio Oriente, numa cimeira em que pedirão uma pausa humanitária em Gaza e negociações para uma solução de dois Estados.
O encontro surge numa altura de acesos bombardeamentos de Israel, que se seguiram ao ataque do grupo islamita do Hamas de 07 de outubro.
Marcelo Rebelo de Sousa declara apoio às declarações de António Guterres
O secretário-geral da ONU defendeu que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas", assim como "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".
No início da sua intervenção, António Guterres disse que condena "inequivocamente os atos de terror horríveis e sem precedentes do Hamas em Israel" e que "nada pode justificar a morte, os ferimentos e o rapto deliberados de civis -- ou o lançamento de foguetes contra alvos civis".
Em reação a estas declarações, na mesma reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, acusou António Guterres de estar desligado da realidade e de mostrar compreensão pelo ataque do Hamas de 07 de outubro com um "discurso chocante".
Na rede social X, ex-Twitter, o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de António Guterres das funções de secretário-geral desta organização.
Hoje, Gilad Erdan anunciou a decisão de Israel de não conceder vistos a representantes da ONU, numa entrevista à Rádio do Exército israelita.
com Lusa
França envia navio militar para apoiar hospitais de Gaza
Al-Sisi. Deslocação de palestinianos para território egípcio seria "extremamente perigosa"
Israel "rejeita completamente" alegação turca de que Hamas "não é organização terrorista"
O presidente turco acusou Israel de "matar crianças" em Gaza através de bombardeamentos, e garantiu que cancelou a visita que planeava fazer a este país depois de se ter reunido no mês passado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nos Estados Unidos, como parte do esforço para aprofundar contactos entre os dois países, após o restabelecimento das relações diplomáticas plenas em 2022.
"Netanyahu abusou da nossa boa vontade", declarou Erdogan, apelando a um "cessar-fogo imediato" em Gaza e à abertura urgente de "um corredor humanitário" para os feridos no enclave.
com Lusa
António Guterres nega ter justificado terror do Hamas e diz-se "chocado" com "interpretações erradas"
Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestiniano, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou: "'Mas as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas'".
António Guterres afirmou na terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU, que os ataques do Hamas "não vêm do nada" e lembrou que os palestinianos foram "sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante", declarações que levaram o Governo israelita a pedir a demissão imediata do líder da ONU.
com Lusa
Londres não se revê nas palavras de António Guterres mas não pede a sua demissão
Em declarações à correspondente da RTP em Londres, Rosário Salgueiro, o executivo de Londres disse que não se revê na caracterização feita por António Guterres, mas que não estão ao lado de Israel no pedido de demissão do secretário-geral da ONU.
O governo britânico quer continuar a trabalhar trabalhar com todos os parceiros na ajuda humanitária incluindo com António Guterres.
Amnistia Internacional apoia declarações de Guterres e afirma que "disse a verdade"
"Disse a verdade", afirmou Pedro Neto à agência Lusa, considerando "completamente desproporcional" a reação do embaixador de Israel junto da ONU, que pediu a demissão de António Guterres.
"Qualquer interpretação de condenar o sistema de `apartheid` em que os palestinianos vivem e que é imposto por Israel não significa apoiar o terrorismo do Hamas. É completamente abusivo e desproporcionado fazer esta interpretação", disse o diretor-executivo em Portugal da organização internacional de defesa dos direitos humanos.
O secretário-geral da ONU condenou na terça-feira, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança dedicada à situação atual no Médio Oriente, os "atos de terror" e "sem precedentes" realizados, em 07 de outubro, pelo grupo islamita Hamas em Israel, salientando que "nada pode justificar o assassínio, o ataque e o rapto deliberados de civis".
No entanto, Guterres sublinhou ser "importante reconhecer" que os ataques do grupo islamita Hamas "não aconteceram do nada", sublinhando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".
O embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, reagiu, exigindo a demissão imediata de Guterres e argumentou depois, em mensagem publicada nas redes sociais, que o líder das Nações Unidas "demonstrou compreensão pela campanha de assassínio em massa de crianças, mulheres e idosos".
Mas, para o diretor-executivo da Amnistia Internacional, António Guterres "está a fazer bem o seu papel", não podendo haver dúvidas "de que condena os atos de terror do Hamas" e "os abusos de direitos humanos do exército e do Governo de Israel para com o povo palestiniano".
No entanto, continuou Pedro Neto, "esta polarização favorece tanto o Hamas como as autoridades israelitas porque nos distrai do essencial que é a proteção dos civis inocentes".
A reação do embaixador de Israel foi considerada por Pedro Neto como desproporcional, mas não uma surpresa.
Quando António Guterres visitou o portão fronteiriço de Rafah, que liga o sul de Gaza e o Egito (o único acesso ao enclave palestiniano que não é controlado por Israel), Telavive acusou o secretário-geral da ONU de "estar a defender e a querer dar a ajuda humanitária aos terroristas".
Uma declaração que "não faz qualquer sentido", sublinhou o responsável da Amnistia Internacional.
"É óbvio que António Guterres não quer ajudar terroristas. (...) Aquilo que é preciso perceber é a intenção desta retórica diplomática tão ofensiva de todos os lados que estão envolvidos diretamente no conflito", referiu.
Pedro Neto não se mostra preocupado com o impacto deste incidente na capacidade de Guterres em mediar o conflito em curso entre Israel e o Hamas.
"Creio que ele já não teria esta capacidade. É o secretário-geral das Nações Unidas e gere interesses diplomáticos de várias partes", considerou.
Para o diretor-executivo da Amnistia Internacional, quem tem de ser abordado para mediar é "quem tem ascendente sobre o Governo de Israel e quem tem ascendente sobre o Hamas", ou seja, os Estados Unidos, o Irão, o Qatar.
Israel admitiu que vai reavaliar as relações com a ONU, tendo já hoje recusado vistos a representantes das Nações Unidas.
Uma posição que leva Pedro Neto a lembrar que Israel não pode impedir o trabalho humanitário da ONU no conflito.
"O secretário-geral das Nações Unidas não é o ex-diretor executivo da WebSummit e portanto, o ascendente que Israel tem sobre o mundo das tecnologias e das empresas das tecnologias não é o mesmo que tem sobre as Nações Unidas", frisou o responsável, numa referência ao caso de Paddy Cosgrave, que deixou a liderança do evento tecnológico após comentários sobre Israel.
"Se Israel impedir a entrada de ajuda humanitária está a incumprir e a ofender o Direito Internacional humanitário", referiu, reforçando que "o Governo de Israel e o Hamas - as potências ocupantes e as potências do conflito - não estão isentas das suas obrigações perante as convenções de Genebra, nem estão isentas naquilo que diz respeito ao mandato do Tribunal Penal Internacional de Investigação de Crimes de guerra de ambos os lados".
António Guterres indicou hoje, numa mensagem divulgada nas redes sociais, que "algum alívio humanitário está a chegar a Gaza", mas lamentou tratar-se apenas de "uma gota no oceano das necessidades".
Libaneses sentem o efeito de uma economia "já em guerra"
"Sentimos uma grande diferença, a rua está muito mais vazia", diz à Lusa Yara Abi Fakher, a responsável comercial deste restaurante libanês localizado no bairro de Gemmayze, conhecido pelos restaurantes modernos e vida noturna. As ruas deste bairro esvaziaram-se desde o início da guerra em Gaza, a 07 de outubro, e dos confrontos entre o Hezbollah e Israel na fronteira sul do Líbano.
"Em geral sentimos um grande desconforto, estamos com os nervos à flor da pele e isso tem um impacto na decisão de sair de casa e gastar dinheiro", diz Yara.
Apesar do Líbano não se encontrar oficialmente em guerra, o medo de que o país seja arrastado para um conflito já afeta uma economia que mesmo antes das hostilidades enfrentava, desde 2019, uma das piores crises económicas dos tempos modernos.
Desde o início do conflito em Gaza, a atividade no setor da restauração caiu entre 70% a 80% durante a semana e registou quebras de 30% a 50% aos fins de semana, de acordo com o sindicato dos restaurantes, discotecas e cafés no Líbano.
Um dos setores mais afetados é o turismo, que se estima que represente entre 20% a 40% do PIB do país. Vários países como a França, Estados Unidos, Reino Unido ou a Alemanha não só desaconselharam os seus cidadãos a viajar para o Líbano como já pediram aos seus nacionais para sair do país de imediato, "dada a situação de segurança imprevisível".
"Ainda há voos comerciais disponíveis, mas em capacidade reduzida", escreveu a embaixada norte-americana no aviso mais recente.
As companhias áreas Lufthansa, Swiss e Saudia cancelaram todos os seus voos para o Líbano. A companhia de bandeira MEA transferiu a maioria dos seus 24 aviões para outros países, deixando apenas oito em funcionamento no aeroporto de Beirute, após as companhias de seguros terem reduzido a cobertura das apólices para danos em tempo de guerra.
No aeroporto de Beirute, nota-se o vazio. Poucos aviões na pista, praticamente nenhumas filas, raros passageiros.
"Os turistas, como por exemplo os muitos libaneses a viver fora do país, trazem com eles moeda estrangeira que ajuda os libaneses a lidar com a crise", diz à Lusa Sibylle Rizk, diretora de políticas públicas na Kulluna Irada, ONG focada em reforma política no Líbano.
A decisão da MEA levou a uma quebra de 80% nos voos da companhia e gerou críticas do Governo.
"Fui completamente contra esta decisão porque isto cria um impacto muito negativo no país", diz à Lusa o ministro da Economia do Líbano, Amin Salam.
"Isto envia uma mensagem negativa lá para fora, seja para os visitantes do Líbano, seja para os importadores e exportadores para o Líbano, e cria um impacto negativo na economia", diz o ministro.
A especialista em economia Sibylle Rizk explica também que "as companhias de seguros já consideram que o Líbano está em guerra e o custo dos seguros aumentou para todas as mercadorias em direção ao Líbano, o que vai ter um impacto nos preços num país onde a inflação já estava em altíssimos níveis".
O ministro da Economia Amin Salam diz à Lusa que o aumento de preços pode rondar entre 1% e 3%, embora considere ainda cedo para saber os efeitos totais. As consequências de uma nova guerra no Líbano, frisa, são incalculáveis.
Durante a última guerra entre o Hezbollah e Israel, em 2006, Israel bombardeou o aeroporto de Beirute, o único da cidade, as estradas de acesso à fronteira com a Síria, e impôs um embargo total às vias marítimas. Se isso se repetir agora, o país já enfraquecido por uma crise económica prolongada e altamente dependente de importações, fica sem saída para os seus residentes, e sem entrada para bens essenciais como comida e combustível.
"O que quer que seja que aconteça que leve o Líbano a entrar numa guerra, vai mesmo levar-nos de volta à Idade Média, e estou a falar a sério", diz o ministro Salam.
"Porque as nossas infraestruturas estão muito, muito mal, e a nossa economia está numa posição muito frágil. Não nos podemos dar ao luxo nem de um empurrãozinho, nem de uma pequena escalada [de violência]", diz Salam.
Em Luanda. Duarte Pacheco vaiado após dizer que Israel tem o direito de se defender
Irão acusa EUA de serem "cúmplices de criminosos"
O líder supremo do Irão acusou os Estados Unidos de "dirigirem" o ataque israelita a Gaza, avança a Al Jazeera.
“Os Estados Unidos são cúmplices de criminosos. Os EUA estão, de alguma forma, a dirigir o crime que está a ser cometido em Gaza", afirmou.
Ayatollah Ali Khamenei acrescentou que os “as mãos dos norte-americanos estão manchadas com o sangue dos oprimidos, crianças, doentes e mulheres de outros”.
Berlim quer "janelas humanitárias" em vez de cessar-fogo
A guerra desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro, vai estar no centro da cimeira dos dirigentes dos Estados-membros da UE, que se realiza em Bruxelas, na quinta e sexta-feira, e a forma como os 27 vão formular uma posição comum está a dar origem a um braço de ferro entre as capitais.
"Na situação atual, agir como se fosse necessário fazer a paz ou estabelecer um cessar-fogo não está à altura da tarefa", declarou Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler Olaf Scholz, numa conferência de imprensa regular.
Segundo Hebestreit, o ataque lançado pelo Hamas a 7 de outubro "continua", enquanto "há ainda mais de 200 reféns, em geral quase todos civis, que foram brutalmente raptados e que continuam a ser mantidos prisioneiros".
Berlim defende a introdução de "janelas humanitárias", "janelas espaciais e temporais durante as quais não há disparos", acrescentou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Sebastian Fischer.
O objetivo é que "o pessoal das Nações Unidas que acompanha os comboios humanitários tenha a certeza de que podem entrar na Faixa de Gaza sem ferimentos e que as pessoas" a quem a ajuda se destina "possam recebê-la sem ferimentos", acrescentou.
Governo português afirma que António Guterres tem sido "exemplar"
Austrália apela a pausa para permitir ajuda humanitária em Gaza
"Apelamos a uma pausa humanitária nas hostilidades para que os alimentos, a água, os medicamentos e outra assistência essencial possam chegar às pessoas desesperadamente necessitadas e para que os civis possam encontrar-se em segurança", declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong.
"A forma como Israel exerce o seu direito de se defender é importante. É importante para os civis de toda a região e é importante para a segurança permanente de Israel", acrescentou.
"Fome usada como arma de guerra contra civis em Gaza" por Israel
"Estima-se que apenas três litros de água potável estejam atualmente disponíveis por pessoa. As Nações Unidas afirmam que um mínimo de 15 litros por dia é essencial para as pessoas nas situações humanitária mais agudas".
As reservas de água engarrafada estão a diminuir e o seu preço disparou para um nível inacessível para a família média em Gaza.
Guterres esteve reunido com famílias de reféns do Hamas em Nova Iorque
Inicialmente a reunião envolvia também o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, mas o chefe da diplomacia israelita cancelou a participação depois das declarações de António Guterres no Conselho de Segurança da ONU. O ministro fez-se representar pelo embaixador adjunto.
As famílias terão ficado desapontadas com a atitude do ministro por considerarem que colocou a política à frente dos interesses dos reféns.
O secretário-geral recebeu mensagens de apoio de ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países europeus.
Hoje vão a voto duas resoluções no Conselho de Segurança e amanhã haverá sessão especial da Assembleia-Geral.
Declarações de Guterres. Israel está a recusar vistos a representantes da ONU
Situação em Gaza é uma "mancha na nossa consciência coletiva"
"A taxa de mortes e ferimentos de crianças é simplesmente espantosa", afirmou Adele Khodr, diretora regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África. Segundo a ONU, mais de 2.360 crianças foram mortas em Gaza e mais de 5.360 ficaram feridas, acrescentando que mais de 30 crianças israelitas foram mortas durante o ataque do Hamas e que dezenas estão atualmente reféns em Gaza.
"Ainda mais assustador é o facto de que, a menos que as tensões sejam atenuadas e que a ajuda humanitária seja autorizada, incluindo alimentos, água, material médico e combustível, o número diário de mortos continuará a aumentar", acrescentou.
RTP em Israel. "Não há sinal de redução de bombardeamentos"
Reino Unido disposto a pausa para ajuda humanitária
Para o governo britânico, “um cessar-fogo só beneficiaria o Hamas”.
“Exortar Israel a pôr termo à guerra em Gaza”
Numa declaração, o monarca frisou a Macron que “Israel deveria ser pressionado pelas potências mundiais para parar a sua campanha de bombardeamento implacável na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e acabar com o seu cerco ao enclave densamente povoado de 2,3 milhões de palestinianos”.
Macron, que chegou a Amã depois de ter mantido conversações na terça-feira com os líderes israelitas e palestinianos, discutiu com o rei jordano as formas de acabar com o conflito com base num futuro Estado palestiniano que coexista com Israel, disse o comunicado.
"A continuação da guerra (em Gaza) levará a uma explosão da situação na região", disse Abdullah a Macron, fazendo eco das preocupações dos líderes regionais de que a guerra se possa expandir para outros países.
O conflito despertou receios antigos na Jordânia, onde vive uma grande população de refugiados palestinianos e seus descendentes, de que uma guerra mais vasta possa levar Israel a expulsar os palestinianos em massa da Cisjordânia ocupada. Israel retirou-se de Gaza em 2005, após 38 anos de ocupação.
"Somos contra qualquer tentativa de Israel de criar um êxodo de palestinianos ou de deslocar internamente os habitantes de Gaza", sublinhou Abdullah.
A Jordânia, que faz fronteira com a Cisjordânia a oeste, absorveu a maior parte dos palestinianos que fugiram ou foram expulsos das suas casas durante a guerra que rodeou a criação de Israel em 1948.
Avião com ajuda humanitária do Reino Unido a caminho do Egito
Segundo o governo do Reino Unido a bordo vão 76.800 pacotes para tratamentos de feridas, 1.350 filtros de água e 2.256 lâmpadas de carregamento solar.UK delivers humanitarian aid to support Palestinian civilians: https://t.co/QXNfam3Oso
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) October 25, 2023
A @RoyalAirForce C-17 aircraft is en route to Egypt to deliver vital humanitarian aid to Palestinian civilians, including 76,800 wound care packs, 1,350 water filters and 2,5560 solar lights. pic.twitter.com/rpqOfXiDZn
Famílias de Gaza marcam partes do corpo para identificação caso morram nos bombardeamentos
A agência de notícias TRT World publicou imagens na rede social X, onde mostra crianças mais velhas a escreverem os nomes dos amigos, em escrita árabe com caneta hidrográfica, nos braços.
Abdul Rahman Al Masri, médico e chefe do departamento de emergência do Al-Aqsa Martyrs Hospital, afirmou à CNN que os pais estavam preocupados com o que "pudesse acontecer e ninguém fosse capaz de identificar os seus filhos".This heartbreaking video reveals Palestinian children using ink to inscribe their names on their arms, a poignant act aimed at ensuring their identification in the aftermath of Israeli airstrikes.
— Islam Channel (@Islamchannel) October 23, 2023
Source: TRT World#news #gaza #childrenofgaza #palestine #israel #worldnews pic.twitter.com/geOrTOr2Nd
"Notámos hoje é que muitos pais escrevem os nomes dos seus filhos nas pernas para que possam ser identificados após ataques aéreos e caso se percam", explica o médico.
"É um fenómeno novo que acaba de começar em Gaza", acrescentando que muitas das crianças trazidas para o hospital estão tão feridas que "é impossível o reconhecimento, só através dessa escrita é que são identificadas".
Segundo a UNICEF, mais de 400 crianças são mortas ou feridas diariamente desde que o bombardeamento a Gaza começou, há 18 dias.
Portugal acompanha posição de Guterres sobre conflito israelo-palestiniano
"Compreendemos e acompanhamos inteiramente a posição de António Guterres, que foi inequívoco quando condenou o terrorismo do Hamas, que é absolutamente inaceitável. Foi absolutamente cristalino na análise que fez", afirmou à João Gomes Cravinho, que lamentou esta polémica entre o Governo de Israel e o secretário-geral da ONU.
Para o Governo português, "não há forma nenhuma de dizer que António Guterres está de alguma maneira a desculpabilizar o terrorismo". Tal, acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa, "é um erro absoluto que não se pode deixar passar em branco".
Sobre o pedido de demissão feito por Telavive, o ministro português recusou "valorizar excessivamente".
"É um comentário emocional que não tem qualquer tipo de fundamentação", considerou.
C/Lusa
Telavive recusa vistos a representantes da ONU após declarações de Guterres
O anúncio foi feito pelo embaixador israelita na ONU, Guilad Erdan, que acrescentou que Israel já tinha começado a adotar esta política e que tinha recusado um visto ao subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
"É altura de dar uma lição aos altos funcionários da ONU", disse Erdan, esta quarta-feira, numa entrevista à rádio do exército israelita.
Mais de 6.500 mortos em Gaza desde o início do conflito
"Hamas não é uma organização terrorista", afirma presidente da Turquia
Para o Presidente turco, “as nações muçulmanas trabalham em uníssono para contribuir para um cessar-fogo” e apelou às potencias mundiais “para que pressionem Israel a parar os bombardeamentos em Gaza”.
Segundo Erdoğan, “os países fora da região estão a lançar achas para a fogueira” em nome do apoio a Israel.
O presidente turco propôs ainda a organização de uma conferência de internacional de paz israelo-palestiniana e apelou a outros países muçulmanos que participem “para obter um cessar-fogo e uma paz duradoura”
O presidente turco defendeu ainda que a fronteira de Rafah deve permanecer aberta para que a ajuda humanitária possa chegar a Gaza.
No Parlamento turco, Erdoğan acusou Israel de se “aproveitar das boas intenções da Turquia”.
"Tínhamos planos para visitar Israel, mas foram cancelados. Não iremos", declarou o chefe de Estado, que se encontrou pela primeira vez com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em setembro, em Nova Iorque.
"Apertei a mão a este homem, tínhamos boas intenções, mas ele abusou de nós. As relações poderiam ter sido diferentes, mas infelizmente isso não voltará a acontecer", acrescentou.
"Não encontrarão outro Estado cujo exército se comporte de forma tão desumana", acusou, referindo-se às represálias de Israel em Gaza, em resposta ao ataque sangrento lançado pelo Hamas a 7 de outubro.
Erdoğan afirmou ainda que não tinha problemas com o Estado israelita, mas sim com as políticas israelitas.
Únicos resultados possíveis são "uma paz duradoura ou uma guerra mundial"
“Estamos num ponto de viragem na história. Ou alcançamos uma paz duradoura ou rebentará uma guerra mundial. Apelamos a todas as partes interessadas, regionais e internacionais, para que ouçam a voz da razão. E aqueles que estão a encorajar Israel a continuar os seus crimes também são responsáveis. Se não agirmos rapidamente, teremos dias mais negros pela frente”, afirmou o ministro turco dos Negócios Estrangeiros em Doha durante um encontro com o homólogo do Catar.
Para Hakan Fidan, “Israel tem de compreender que não pode ter paz e segurança com violência. A vitória de hoje pode levar a uma derrota futura. A única solução é a criação de um Estado palestiniano independente, com base nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital”.
"Catar está a tornar-se uma parte essencial"
"Tenho o prazer de dizer que o Catar está a tornar-se uma parte essencial e uma parte interessada na facilitação de soluções humanitárias", disse Hanegbi num post em inglês na plataforma social X.I’m pleased to say that Qatar is becoming an essential party and stakeholder in the facilitation of humanitarian solutions.
— Tzachi Hanegbi • צחי הנגבי (@Tzachi_Hanegbi) October 25, 2023
Qatar’s diplomatic efforts are crucial at this time.
"Número de crianças mortas em Gaza ultrapassa o número de crianças mortas na Ucrânia"
Al Thani acrescentou que “todas as vidas humanas são preciosas” e “não podemos condenar a perda de vidas de um lado e lutar do outro”.
“As negociações com os reféns estão a decorrer. Registaram-se alguns progressos nos últimos dias”, revelou Al Thani durante um encontro com o seu homólogo turco.
Segundo o primeiro-ministro do Catar, “se compararmos o ponto em que estamos com o ponto em que começámos, há progressos. Estamos esperançados. E se conseguirmos ir mais longe, veremos algum avanço em breve”.
Para Al-Thani, “a única forma de chegar a uma solução pacífica em Gaza é manter os canais de comunicação abertos”.
No entanto, o governante adverte contra a possibilidade de “mergulhar toda a região no caos”, o que poderá dar origem a “uma crise insuportável”.
Oito soldados sírios mortos em ataques israelitas
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os ataques "destruíram armazéns de armas e um radar de defesa antiaérea sírio" e fizeram "onze mortos, incluindo quatro oficiais".
Os ataques também visaram uma companhia do exército sírio estacionada perto dos montes Golã, segundo a ONG britânica, que dispõe de uma vasta rede de fontes no país.
Papa pede libertação de reféns
Egito está a desempenhar papel muito positivo
Sisi afirmou ainda que, à luz dos acontecimentos atuais, é importante "utilizar as capacidades de forma sensata", acrescentando que o papel do exército é proteger as fronteiras egípcias.
O presidente egípcio acrescentou ainda que é muito importante confiar numa solução diplomática para a causa palestiniana.
Macron vai reunir-se com Sisi no Cairo
Macron desloca-se à Jordânia e ao Egipto um dia depois de ter visitado Israel, onde afirmou que a coligação liderada pelos EUA, composta por dezenas de países que combatem os militantes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, deve incluir a luta contra o grupo militante palestiniano Hamas em Gaza.
Mais de 100 palestinianos mortos na Cisjordânia
Na terça-feira à noite, cinco palestinianos foram mortos por fogo israelita, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana.
Três deles foram mortos em Jenin (norte), informou a agência oficial palestiniana Wafa, citando fontes locais.
Dois outros palestinianos foram mortos em Qalqilya (norte) e outro em Qalandia, a norte de Jerusalém.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou na terça-feira que cerca de 5.800 pessoas foram mortas por ataques israelitas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, a maioria civis, incluindo cerca de 2.400 crianças.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos adverte para a rutura dos abrigos que disponibiliza aos civis da Faixa de Gaza
🔺Nearly 600,000 internally displaced people are sheltering in 150 @UNRWA facilities.
— UNRWA (@UNRWA) October 25, 2023
🔺Our shelters are FOUR times over their capacities - many people are sleeping in the streets as current facilities are overwhelmed.
🔺At least 40 @UNRWA installations have been impacted. pic.twitter.com/2nHuZBSN7T
Na rede social X, a UNRWA alerta para um número crescente de pessoas a dormir nas ruas.
Uma nova coluna cruzou a passagem de Rafah
Governo italiano critica declarações de Guterres sobre palestinianos
Salvini considerou os comentários de Guterres "graves e inaceitáveis", segundo a agência italiana ANSA.
O também ministro dos Transportes e Infraestruturas disse que "não pode haver justificação para o terrorismo".
Salvini, um dos dois vice-primeiro-ministros do Governo ultraconservador, encontrou-se na terça-feira com um grupo de sobreviventes israelitas e famílias de reféns detidos pelo Hamas.
Guterres condenou na terça-feira os "atos de terror" do Hamas de 07 de outubro, mas disse que "não aconteceram do nada", referindo que os palestinianos foram sujeitos "a 56 anos de ocupação sufocante".
"Viram as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência, a sua economia foi sufocada, as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas", afirmou.
"As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer", acrescentou o antigo primeiro-ministro português na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
Israel pediu a demissão de Guterres por considerar que estava a justificar o terrorismo e admitiu que irá rever as relações com a Organização das Nações Unidas.
O Hamas fez um ataque sem precedentes em Israel em 07 de outubro que as autoridades israelitas disseram ter causado mais de 1.400 mortos.
O grupo palestiniano também raptou duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns em Gaza.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e cercou a Faixa de Gaza, um pequeno território com 2,3 milhões de habitantes controlado pelo grupo islamita desde 2007.
O exército israelita tem bombardeado Gaza desde então, com um balanço de mais de 5.800 mortos, segundo o Hamas.
Israel, Estados Unidos e União Europeia qualificam o Hamas como uma organização terrorista.
O Tsahal acusa Teerão de partilhar informações com o Hamas
Hagari reiterou ainda o aviso aos residentes do norte da Faixa de Gaza para que rumem a sul, na antecâmara da operação terrestre que o Tsahal está a preparar, garantindo que poderão regressar no termo da guerra.
O último balanço de baixas do exército israelita aponta para 308 soldados mortos. O número de reféns em Gaza permanece estimado em 222.
FMI alerta que guerra já está a afetar economias dos países vizinhos
"Olhem para os países vizinhos: Egito, Líbano, Jordânia, onde os impactos já são visíveis", disse Kristalina Georgieva.
A declaração de Georgieva ocorre um dia depois de altos responsáveis financeiros terem alertado, na abertura do fórum de investidores em Riade, sobre um possível golpe para a economia global causado pela guerra entre Israel e o Hamas.
"O que estamos a ver é mais nervosismo num mundo já ansioso. Há países que dependem do turismo e a incerteza é prejudicial para os fluxos turísticos", disse a diretora-geral do FMI.
Descrevendo os riscos específicos para a região, sublinhou que "os investidores estarão relutantes em ir para estes países, que o custo do seguro - se quiser transportar mercadorias - aumentará e que há riscos de um aumento no número de refugiados em países que já acolhem muitos deles.
Mais de seis mil delegados participam em Riade durante três dias na conferência anual da Iniciativa de Investimento no Futuro, incluindo os dirigentes dos principais bancos e empresas mundiais, e os presidentes da Coreia do Sul, do Quénia e do Ruanda.
Danos ou falta de meios fecham um terço dos hospitais em Gaza
Ahmed Zakot - Reuters
Nas últimas 24 horas, oito camiões atravessaram a fronteira de Rafah para levar comida, água e medicamentos à Faixa de Gaza. Uma ajuda, ainda assim, escassa, referindo as Nações Unidas que seriam necessários 100 camiões por dia.
Forças de Defesa de Israel afirmam ter atingido "operacionais do Hamas e infraestrutura terrorista"
As forças israelitas dizem que os ataques visaram túneis, quartéis militares e armazéns de munições. Na terça-feira, o Tsahal havia atingido pelo menos 400 alvos e, no dia anterior, 320.
Há registo de pelo menos três palestinianos mortos na Cisjordânia
Oito soldados sírios mortos em ataques aéreos israelitas
"Por volta das 01:45 [23:45 de terça-feira em Lisboa], o inimigo israelita realizou um ataque aéreo a partir dos Golãs ocupados", visando posições do exército sírio na província de Daraa, de acordo com uma fonte militar citada pela agência de notícias SANA.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram esta madrugada o lançamento de ataques aéreos contra infraestrutura militar na Síria, em retaliação por ataques sírios em direção a território israelita.
"Em resposta ao lançamento de foguetes da Síria contra Israel ontem [na terça-feira], os caças das IDF atacaram a infraestrutura militar e os lançadores de morteiros pertencentes ao exército sírio", informaram as forças armadas na rede social X (antigo Twitter).
Pelo menos dois projéteis foram lançados na terça-feira da província de Deraa, no sul da Síria, em direção a Israel, que respondeu com fogo de artilharia, no terceiro incidente desse tipo desde o início da guerra em Gaza, relataram várias fontes.
"Foram identificados dois lançamentos da Síria contra território israelita, que caíram em locais abertos. As Forças de Defesa de Israel responderam com fogo de artilharia contra as origens do lançamento", disseram os militares israelitas, sem oferecer mais detalhes.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização não-governamental com sede no Reino Unido e uma ampla rede de fontes no terreno, indicou que o lançamento foi feito da região de Deraa e atribuiu a ação a "combatentes leais" ao grupo xiita libanês Hezbollah.
Tanto o Hezbollah como outros grupos armados apoiados pelo Irão estão presentes no território sírio e são aliados do Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, considerando Israel a sua permanência nesse país vizinho uma ameaça para a segurança israelita.
O movimento xiita já está envolvido em intensos ataques transfronteiriços com Israel a partir do sul do Líbano.
Este é o terceiro ataque deste tipo efetuado a partir da Síria desde o início da guerra entre Israel e os combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, depois de outros realizados a partir de Deraa e da província vizinha, Quneitra, a 14 e 10 de outubro, respetivamente.
O Estado hebraico respondeu aos últimos projéteis, no dia 14, disparando mísseis sobre o Aeroporto Internacional de Alepo, no noroeste da Síria.
Desde que eclodiu a guerra de Gaza, há mais de duas semanas, a aviação militar israelita também efetuou outros dois ataques simultâneos contra esse aeroporto e o de Damasco, deixando-os temporariamente fora de serviço, por danos sofridos.
Israel ataca o território sírio com relativa frequência, a maioria das vezes com mísseis disparados do ar, tendo como alvo o Hezbollah e outras milícias pró-iranianas.
Guterres condena "ataques horríficos" do Hamas e "punição coletiva" dos palestinianos
- O embaixador israelita nas Nações Unidas, Gilad Erdan, exigiu um pedido de desculpas ou mesmo a demissão do secretário-geral da ONU. Foi esta a reação da delegação do Estado hebraico às declarações de António Guterres, diante do Conselho de Segurança, sobre o conflito no Médio Oriente. A ofensiva do Hamas, disse Guterres, não aconteceu "do nada" e há 40 anos que o povo palestiniano é alvo de ocupação;
- Perante o Conselho de Segurança, o secretário-Geral da ONU afirmou-se "profundamente preocupado com as claras violações" do direito humanitário internacional em Gaza e voltou a apelar a um imediato cessar-fogo humanitário;
- António Guterres voltou entretanto a pronunciar-se sobre o conflito. Nas últimas horas, o secretário-geral das Nações Unidas escreveu na rede social X, ex-Twitter, que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os ataques horríficos do Hamas" e que estes "ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano";
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana denunciou, por sua vez, a inação do Conselho de Segurança da ONU. Riyad Al-Malqi considerou que esta é uma postura indesculpável;
- O Tribunal Internacional de Justiça está a analisar as consequências legais da ocupação israelita. O principal órgão judicial das Nações Unidas vai levar a cabo audiências públicas sobre "as consequências jurídicas das políticas e práticas de Israel no Território Palestiniano". As audiências, que terão início em fevereiro do próximo ano, vão debruçar-se sobre os argumentos de ambas as partes. Será depois emitido um parecer jurídico não vinculativo;
- A administração do Hamas adianta que, na última noite, morreram pelo menos 80 pessoas em diferentes sectores da Faixa de Gaza atingidos por ataques das Forças de Defesa de Israel. Estes bombardeamentos causaram também centenas de feridos;
- Um ataque israelita contra posições militares no sudoeste da Síria, esta quarta-feira, matou pelo menos oito soldados e feriu outros sete, noticia a agência estatal síria SANA. A "agressão aérea" israelita, escreve a agência, visou alvos próximo da cidade de Deraa. Há também notícia de importantes danos materiais;
- O presidente francês esteve reunido na terça-feira com o presidente da Autoridade Palestiniana. Emmanuel Macron encontrou-se com Mahmoud Abbas depois de ter estado com o presidente e o primeiro-ministro de Israel. A reunião realizou-se em Ramallah, na Cisjordânia. A informação foi confirmada pelo gabinete do líder palestiniano;
- Já tem nacionalidade portuguesa o cidadão israelita refém do Hamas que aguardava a certidão de Portugal. De acordo com o Público, o Governo acelerou os procedimentos e o homem tem agora dupla nacionalidade, podendo beneficiar de um eventual acordo para a libertação de reféns. A certidão foi imediatamente enviada para a unidade dos serviços de segurança israelita, que a fará chegar ao movimento radical palestiniano. Ofer Calderon aguardava desde 2021 a nacionalidade portuguesa, ao abrigo da lei dos sefarditas. Foi raptado a 7 de outubro e levado para a Faixa de Gaza com os dois filhos menores.
Guterres acusa Hamas e Israel de claras violações dos Direitos Humanos
Médio Oriente. Palavras de António Guterres levantaram mais problemas
Portugal defende "solução de dois Estados" e libertação de reféns
Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para abordar o conflito no Médio Oriente, na terça-feira, Francisco André condenou ainda o grupo islamita Hamas e apoiou os apelos do secretário-geral da ONU, António Guterres, à entrada de ajuda humanitária em Gaza.
"O terrorismo, em todas as suas formas, deve ser condenado e serei muito claro: os reféns devem ser libertados imediatamente e sem condições prévias. Ao mesmo tempo, as ações de Israel devem respeitar estritamente o direito humanitário internacional, independentemente de quão legítimos sejam os seus objetivos", defendeu o secretário de Estado.
Manifestando solidariedade e apoio ao direito de Israel à autodefesa, Francisco André definiu como prioridade evitar que mais vidas de civis sejam perdidas no conflito, sublinhando que a "punição coletiva das populações civis é contrária ao direito humanitário internacional".
"Estamos a testemunhar uma catástrofe humanitária, que aumenta a cada dia. Devemos agir rapidamente. Portugal apoia o apelo do secretário-geral, António Guterres, por um cessar-fogo humanitário", declarou.
O secretário de Estado defendeu que a natureza e a complexidade das questões em jogo devem ser tidas em conta, observando que, apesar das grandes expectativas geradas pelos Acordos de Oslo há três décadas, o povo palestiniano não obteve o estatuto de Estado.
"Milhões de pessoas foram deslocadas durante gerações e, de facto, continuam a ser desenraizadas nos tempos contemporâneos. Deve ser demonstrado que o caminho político não-violento é o caminho que vale a pena seguir. Temos de regressar à via diplomática. É a única forma de quebrar o ciclo de violência e extremismo", reforçou.
Com um olhar no futuro depois da guerra, o secretário de Estado defendeu que seja estabelecido um caminho claro e sólido para um Estado palestiniano, que cumpra a solução de dois estados.
"Este é o único caminho para uma paz duradoura e sustentável", concluiu.
Reação às declarações de António Guterres
A reunião do Conselho de Segurança da ONU de terça-feira ficou marcada pelas declarações de António Guterres, que disse que os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas "não aconteceram do nada", o que resultou na indignação do governo de Israel, que pediu a demissão do líder da ONU.
Guterres condenou inequivocamente os "atos de terror" e "sem precedentes" de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel, mas admitiu ser "importante reconhecer" que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".
"Viram as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas. As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer", prosseguiu Guterres, na mesma intervenção.
O líder da ONU sublinhou, porém, que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas", frisando ainda que "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".
Face a essas declarações, o embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, disse à Lusa que Israel vai reavaliar as relações com a ONU e pediu a demissão de Guterres.
"Depois daquilo que o líder desta organização acabou de dizer, apoiando o terrorismo, não há outra forma de explicar. Obviamente, o nosso Governo terá de reavaliar as relações com a ONU e os seus funcionários que estão estacionados na nossa região", afirmou o representante diplomático.
Ataques aéreos causam mais de 700 mortos em Gaza
Num comunicado, o ministério disse que os ataques causaram o desabamento de prédios residenciais, causando em alguns casos a morte de dezenas de moradores.
Duas famílias perderam um total de 47 membros numa casa destruída em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, disse o ministério.
Também no sul de Gaza, em Khan Younis, um ataque a um prédio de quatro andares matou pelo menos 32 pessoas, incluindo 13 membros de uma só família, disse Ammar al-Butta, um familiar que sobreviveu ao ataque.
Cerca de 100 pessoas encontravam-se abrigadas no prédio, incluindo muitas que haviam sido retiradas da Cidade de Gaza, no norte do enclave, notou Ammar al-Butta.
"Achávamos que a nossa área seria segura", continuou al-Butta à agência de notícias Associated Press (AP).
Isto porque, a 13 de outubro, Israel emitiu uma "ordem de deslocação" para cerca de 1,1 milhões de pessoas no norte da Faixa de Gaza para sul, ameaçando lançar uma incursão terrestre no território palestiniano.
Um outro ataque destruiu um movimentado mercado no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, disseram testemunhas à AP.
Na Cidade de Gaza, pelo menos 19 pessoas morreram quando um ataque aéreo atingiu uma habitação, de acordo com sobreviventes, que afirmaram que dezenas de outras pessoas permaneceram soterradas.
Na terça-feira, o ministério tinha anunciado que 5.791 pessoas, na grande maioria civis, incluindo mais de 2.300 crianças, foram mortas desde 7 de outubro, quando iniciaram os ataques contra Gaza, em retaliação a uma ofensiva levada a cabo pelo Hamas contra Israel.
No mesmo dia, a diretora Regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para o Médio Oriente e Norte de África, Adele Khodr, disse que pelo menos 2.360 crianças tinham morrido e 5.364 ficado feridas.