"Noite de Cristal" lembrada subliminarmente em cartaz a apelar a protesto pró-palestiniano
Numa carta enviada aos estudantes e funcionários da Universidade, Deep Saini referiu que "considerando todos os factos e contextos relevantes, posso apenas concluir que estes cartazes são anti-semitas. São deploráveis e inaceitáveis e não têm lugar na nossa comunidade".
Devido ao "tom" do materal promocional, o vice-reitor anunciou ainda que requesitou o reforço dos meios de segurança previstos para a manifestação denominada "a favor de Gaza".
"Incitar o ativismo através de comunicações que se referem a um dia extremamente negro da história mundial, marcado por violência anti-semita, é abominável. Isto irá exarcebar as tensões existentes e irá alienar e elevar o risco de ataques aos membros judeus da nossa comunidade, assim como contra aqueles que são ostaensivamente muçulmanos e árabes. cada um destes grupos está especialmente vulnerável agora", acrescentou o vice-reitor.
Também esta quinta-feira, duas escolas judaicas foram alvejadas a tiro no Canadá, sem fazer feridos.
Tensão crescente
O episódio é apenas mais um sinal dos episódios anti-semitas que têm vindo a ocorrer em universidades norte-americanas, já denunciadas por vários líderes norte-americanos, e nas ruas de cidades europeias, nomeadamente francesas e alemãs, com estrelas de David a serem pintadas para assinalar residências de judeus, cidadãos israelitas atacados e lojas e negócios propriedade de judeus a serem invadidos por multidões em fúria durante manifestações convocadas para apoiar a palestina.
Esta quinta-feira, ao assinalar mais um aniversário da Noite de Cristal, o chanceler alemão Olaf Scholz prometeu proteger os judeus alemães e denunciou as recentes manifestações de anti-semitismo no país, garantindo que "nunca mais" este seria tolerado.
A promessa foi feita na sinagoga de Beth Zion, em Berlim, um dos lovcais que na noite de 9 para 10 de novembro de 1938 foi devastado e vandalizado pelos nazis, tal como numerosos outros locais de cultos, comércio e lares judeus. "É uma promessa na qual assenta a Alemanha democrática", frisou Scholz.
Também esta sexta-feira, o Conselho para as relações Islamo-Americanas (CAIR) afirmou que tem estado a documentar um "aberrante" aumento de 216 por cento nos pedidos de ajuda e nos relatos de incidentes anti-árabes e anti-muçulmanos no país.
Ao todo, a organização recebeu, só desde 7 de outubro, 1.283 pedidos de ajuda e relatos de ofensas, contra 406 no mesmo período em 2022.
"A retórica islamofóbica e anti-palestiniana tem sido usada para justificar a violência tanto contra os palestinianos em Gaza como para silenciar apoiantes dos direitos humanos dos palestinianos aqui na América e tem contribuído para um aumento sem precedentes da intolerância", afirmou em comunicado o diretor da pesquisa e advocacia da CAIR, Corey Saylor.
MSF. 165 palestinianos mortos na Cisjordânia desde ataque do Hamas
Desde o ataque sem precedentes contra Israel pelo movimento islamita palestiniano Hamas, organização que é considerada terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, tem-se registado um aumento em massa de violência e dos deslocamentos forçados por forças israelitas e colonos em toda a Cisjordânia, realçou a organização não-governamental (ONG), em comunicado.
"As nossas equipes têm respondido com o atendimento a traumas, apoio à saúde mental e doações essenciais às comunidades deslocadas", frisou a MSF.
Só em Jenin, durante outubro as forças israelitas mataram 30 pessoas e feriram pelo menos outras 162, de acordo com dados das autoridades palestinianas citados pela ONG.
Na província de Hebron, no sul da Cisjordânia, a violência envolvendo forças israelitas e colonos, as deslocações forçadas e as restrições aos movimentos populares tiveram impacto em todos os aspetos da vida quotidiana dos palestinianos, alertou este organismo.
Desde 07 de outubro, pelo menos 111 famílias palestinianas, compreendendo cerca de 905 pessoas, não tiveram outra escolha senão deixar as suas casas na Cisjordânia devido à violência e intimidação por parte das forças e colonos israelitas, segundo a ONU, apontou esta ONG.
Além disso, cerca de 6.000 habitantes de Gaza que tinham empregos em Israel antes da guerra, mas cujas autorizações de trabalho foram entretanto canceladas, encontram-se agora a viver em centros de deslocados em toda a Cisjordânia, de acordo com o Ministério do Trabalho palestiniano, referiu a MSF
De acordo com a ONG, testemunhas relataram que foram espancadas, humilhadas e abusadas enquanto estiveram detidas pelas forças israelitas nas semanas desde 07 de outubro, dia do ataque que motivou a resposta de Israel, que declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Também a Amnistia Internacional (AI) alertou hoje, em comunicado, que as autoridades israelitas "aumentaram o recurso à detenção administrativa de palestinianos em toda a Cisjordânia ocupada".
"Esta é uma forma de detenção arbitrária, sem acusação nem julgamento e que pode ser renovada indefinidamente. Além disto, as autoridades do país alargaram as medidas de emergência que facilitam o tratamento desumano e degradante dos prisioneiros e não investigaram casos de tortura e morte sob custódia nas últimas quatro semanas", sublinhou a AI.
Esta ONG relatou, divulgando dados do Clube dos Prisioneiros Palestinianos, que desde 07 de outubro as forças israelitas detiveram mais de 2.200 palestinianos (homens e mulheres).
Os dados da organização israelita de defesa dos direitos humanos HaMoked revelam que, entre 1 de outubro e 1 de novembro, o número total de palestinianos em detenção administrativa, sem acusação nem julgamento, aumentou de 1.319 para 2.070, apontou ainda.
As autoridades israelitas adiantaram que desde 07 de outubro quatro detidos palestinianos morreram em instalações de detenção israelitas, destacou a AI, referindo que estas mortes ocorreram "em circunstâncias que ainda não foram investigadas de forma imparcial".
A AI revelou também entrevistas de 12 pessoas, incluindo seis reclusos entretanto libertados, três familiares de reclusos e três advogados especializados em direitos humanos a trabalhar com as recentes detenções.
Um detido palestiniano, recentemente libertado, partilhou à AI sob condição de anonimato que foi sujeito por interrogadores israelitas "a espancamentos severos que o deixaram com nódoas negras e três costelas partidas".
Heba Morayef, diretora regional da AI para o Médio Oriente e norte de África, realçou que "as execuções sumárias e a tomada de reféns pelo Hamas e outros grupos armados em 07 de outubro são crimes de guerra e devem ser condenados como tal, mas as autoridades israelitas não devem utilizar estes ataques para justificar os seus próprios ataques ilegais e a punição coletiva de civis na Faixa de Gaza e o recurso à tortura, à detenção arbitrária e a outras violações dos direitos dos prisioneiros palestinianos".
PIB palestiniano perde 4% num único mês de guerra, "algo nunca visto" indica ONU
O relatório sobre o impacto económico da guerra foi apresentado hoje na sede da ONU, em Nova Iorque, por Abdallah Al Dardari, diretor do escritório regional para o mundo árabe do PNUD, que alertou ainda que, se os combates continuarem mais um mês, a queda será de 8%. E, se não pararem até ao final do ano, será de 12% do PIB.
Para mostrar a gravidade dos dados, Dardari explicou que nos piores anos da guerra na Síria a queda foi de 1% ao mês no seu PIB, e a Ucrânia perdeu 20% num ano inteiro, pelo que a magnitude do que está a acontecer em Gaza é "massiva e sem precedentes".
O diretor insistiu no facto de estes cálculos afetarem não só Gaza, mas também a Cisjordânia, onde pesa seriamente a interrupção repentina do turismo e das colheitas de citrinos e azeitonas, uma vez que o turismo e a agricultura representam normalmente 40% do seu PIB.
Mas é em Gaza que a situação é mais grave, com a destruição massiva de edifícios - metade das casas foram perdidas - e a demolição de centros de saúde, estações de energia solar, estações de purificação de água ou centros de apoio ao setor privado, devido aos bombardeamentos israelitas.
O especialista comparou mais uma vez o impacto desta guerra com a situação na Síria: ali, foram necessários quatro anos para somar a mesma perda de casas, que em Gaza foi alcançada num único mês.
Os palestinianos -- continuou Al Dardari -- perderam 390 mil empregos, e o estudo estima que 500 mil terão caído abaixo do nível de pobreza se a guerra durar dois meses.
Dito de outra forma, a guerra significará que a Palestina recuará 16 anos no índice de desenvolvimento humano.
Mas no início da sua apresentação, Al Dardari quis deixar claro que "o verdadeiro custo transcende números simples: é medido na perda de vidas humanas, mais de 11.000 palestinianos e 1.400 israelitas, vidas cuja perda não pode ser medida", enfatizou.
Israel declarou guerra ao Hamas a 07 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islamita Hamas - considerado terrorista pela União Europeia e EUA - que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração de cerca de 3.000 milicianos que massacraram cerca de 1.400 pessoas - na sua maioria civis - e raptaram mais de 240 pessoas de aldeias israelitas perto de Gaza.
Desde então, o exército israelita tem respondido com bombardeamentos pesados diários na Faixa de Gaza e uma incursão terrestre sem precedentes nos últimos anos, deixando milhares de palestinianos mortos, feridos e desaparecidos, a grande maioria dos quais civis, no meio de uma terrível crise humanitária.
Biden otimista quanto a uma solução sobre reféns do Hamas
Foto: Amir Cohen - Reuters
Enquanto isso prosseguiam os bombardeamentos israelitas.
Israel aceita pausas humanitárias de quatro horas diárias em Gaza
Foto: Evelyn Hockstein - Reuters
Oitenta mil pessoas fugiram do norte de Gaza através de um corredor de retirada
"Sinal de Vida". Porta-voz israelita saúda vídeo de reféns publicado pela Jihad Islâmica
Manifestantes tentam invadir residência onde está a viver Benjamin Netanyahu
Netanyahu esteve hoje reunido com famílias dos reféns raptados pelo Hamas a sete de outubro último, sublinhando que a sua libertação é uma prioridade.אירוע מדהים מול ביתו החדש של ביבי ברחוב כספי. עשרות מבוגרים ומשפחות של חטופים שרים שירי ערש מסרבים לתת לשוטרים לחסום אותם, מזיזים את המחסומים ומגיעים מול הבית. pic.twitter.com/YDCTg0DHQx
— نير حسون Nir Hasson ניר חסון (@nirhasson) November 9, 2023
EUA anunciam abertura de dois corredores humanitários em Gaza
Médicos do Mundo anuncia morte de socorrista num bombardeamento
Cruz Vermelha retoma escolta de doentes até à fronteira de Gaza
Chegou ao Egito novo grupo de feridos e de cidadãos estrangeiros
O Ministério da Saúde do Egito disse, em comunicado, que um grupo de 12 palestinianos feridos chegou ao território egípcio para receber atendimento médico aos seus ferimentos causados pelos incessantes bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.
"Todos os casos vão receber cuidados médicos das equipas médicas presentes na passagem de Rafah ou dentro dos hospitais", disse o porta-voz oficial do Ministério, Hossam Abdel Ghaffar, citado no comunicado.
O hospital Al Arish, a 40 quilómetros de Rafah, é o centro de saúde de referência indicado para cuidar destes feridos, embora o Governo egípcio também tenha preparado outros hospitais perto da Península do Sinai, como Port Said e Ismailia.
Organizações humanitárias também informaram que um número indeterminado de cidadãos estrangeiros entrou no Egito, enquanto uma caravana composta por cerca de 30 camiões carregados de ajuda humanitária ainda aguarda luz verde para aceder ao enclave palestiniano.
Contudo, mais uma vez, esta nova vaga de assistência não inclui combustível, recurso de extrema necessidade para o funcionamento de hospitais, padarias e estações de purificação de água, devido ao veto imposto por Israel, por receio de que sirva os interesses do grupo islamita Hamas.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, mais de 10.800 pessoas morreram em consequência dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, incluindo 4.412 crianças, enquanto outras 27.000 pessoas ficaram feridas, segundo os mais recentes dados do Ministério da Saúde de Gaza.
Rússia "chocada" com atrasos na retirada de seus cidadãos de Gaza
"Ontem ficámos chocados quando ouvimos uma declaração do embaixador israelita em Moscovo, segundo a qual a elaboração das listas russas (para retirada) poderia demorar até duas semanas", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em conferência de imprensa.
"É uma lógica inaceitável", denunciou, assegurando que, do lado russo, "está tudo pronto" para evacuação através da passagem de Rafah, sob controlo egípcio.
"Não conseguimos compreender porque é que este processo não foi desencadeado, apesar das nossas ações operacionais e do nosso cumprimento de todos os pedidos e condições estabelecidos nas medidas de segurança", acrescentou.
O embaixador de Israel em Moscovo, Alexander Ben Zvi, disse à agência de notícias russa TASS que o Egito decidiu permitir a passagem de apenas 600 pessoas por dia pela passagem de Rafah.
"Se apenas 600 pessoas por dia forem autorizadas a passar, poderá demorar duas semanas" para retirar os cidadãos russos, disse Ben Zvi, acrescentando que um total de 7.000 pessoas estão à espera para saírem da Faixa de Gaza.
Zakharova disse ainda que "muitas crianças" estavam à espera de ser retiradas, acrescentando que cerca de "300 menores russos" estavam nesta situação.
A passagem de Rafah, controlada pelas autoridades egípcias, reabriu a 01 de novembro para permitir a retirada de estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade retidos no território palestiniano.
Três dias após a abertura da passagem de Rafah, dezenas de palestinianos feridos e centenas de portadores de passaportes estrangeiros puderam sair de Gaza para o Egito.
Após esse período, o Hamas suspendeu as evacuações durante dois dias antes de as autorizar novamente.
A 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.400 mortos e mais de duas centenas e meia de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Israel. Pausas de quatro horas serão declaradas somente em áreas específicas
Nos últimos dias de combate, Israel diz ter destruído também "infraestruturas terroristas, incluindo uma extensa rede de túneis subterrâneos", fábricas de produção de mísseis anti-tanque e locais de lançamento de `rockets`.
De acordo com Hetch, "os combates continuam acima e abaixo do solo, onde há veículos a aceder com equipamento militar para lidar com os túneis" no centro da cidade de Gaza, onde Israel alega que o Hamas tem o seu maior esconderijo militar, sob e à volta do Hospital al Shifa.
Este local, disse, "é um importante reduto no centro da cidade de Gaza", e perto do centro médico "há batalhas muito intensas" para quebrar "a rede de túneis subterrâneos do Hamas".
O porta-voz do exército israelita afirmou ainda que Israel está a autorizar a entrada de mais ajuda humanitária do Egito em Gaza, embora o combustível, essencial para a produção de eletricidade no enclave, continue a não estar disponível, o que faz com que muitos dos hospitais não funcionem ou funcionem em condições mínimas.
Entretanto, as autoridades israelitas reiteram que não vão parar a sua ofensiva até à libertação dos cerca de 240 reféns feitos pelas milícias em Gaza.
Chefe das prisões de Israel anuncia transferência de dúzias de terroristas da força de elite do Hamas
Colômbia apoia denúncia da Argélia contra Netanyahu por crimes de guerra
"A Colômbia vai apoiar a denúncia apresentada pela República da Argélia perante o TPI por crimes de guerra contra o senhor Benjamin Netanyahu, face ao massacre de crianças e civis do povo palestiniano que ele tem protagonizado", disse o Presidente colombiano.
Petro disse através da sua conta na rede social X (antigo Twitter) que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva, vai reunir-se esta sexta-feira com o procurador do TPI, Karim Khan, aproveitando a sua presença no Fórum da Paz de Paris, que se realiza este fim de semana na capital francesa.
O Presidente colombiano tem sido um dos líderes internacionais mais críticos da resposta de Israel aos ataques do movimento islamita Hamas de 07 de outubro, lembrando as ligações de vários agentes israelitas Ao conflito interno colombiano.
"Se as relações externas com Israel tiverem de ser suspensas, nós suspendemos. Não apoiamos genocídios. O presidente da Colômbia não se insulta", disse Petro em meados de outubro. Dias depois, convocou a embaixadora em Telavive, Margarita Eliana Manjarrez, para consultas após o bombardeamento israelita do campo de refugiados de Jabaliya, o maior de todo o enclave palestiniano.
"Se Israel não parar o massacre do povo palestiniano, não podemos estar lá", explicou o presidente colombiano através das redes sociais.
As autoridades de Gaza, controladas pelo movimento islamita Hamas desde 2007, disseram que os ataques israelitas mataram até agora mais de 10.500 pessoas, enquanto mais de 160 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste.
O ataque surpresa realizado contra o sul de Israel em 07 de outubro pelo Hamas, organização que é considerada terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, deixou quase 1.400 mortos e mais de 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Israel reage a vídeo de reféns. "Terrorismo psicológico da pior espécie"
Conferência de Paris. Novos compromissos ultrapassam mil milhões de euros em auxílio a Gaza
Uma grande parte deste auxílio será utilizada para satisfazer as necessidades das Nações Unidas para ajudar a população de Gaza e da Cisjordânia, estimadas em 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,120 mil milhões de euros) até ao final de 2023.
Portugal vai contribuir com dez milhões de euros para a assistência humanitária à Faixa de Gaza, anunciou hoje em Paris o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, durante a Conferência Humanitária para a População Civil de Gaza, promovida pelo Presidente da República francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
"O Governo português, através do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, anunciou uma contribuição voluntária no montante total de 10 milhões de euros, para reforçar a assistência humanitária na Faixa de Gaza, apoiando os esforços do sistema das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias presentes no terreno, designadamente o Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa), a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla inglesa) e o Comité Internacional da Cruz Vermelha", segundo uma nota de imprensa da diplomacia portuguesa.
Qualquer pausa nos confrontos tem de passar pelas Nações Unidas
O porta-voz da ONU enfatizou a importância de todas as partes no conflito, que inclui também o Hamas, chegarem a acordo sobre as áreas e horários destas pausas para que possam ser aproveitadas pela população civil do enclave sitiado.
Recordou também a posição do secretário-geral da ONU, António Guterres, de que provavelmente será necessário um período de transição após a guerra em que a Autoridade Nacional Palestiniana, que governa a Cisjordânia ocupada, assuma o controlo político na Faixa de Gaza, e disse que a ONU poderia desempenhar um papel nesta transição.
Stéphane Dujarric indicou também hoje que chegou a 99 o número de funcionários da agência da ONU para os refugiados da Palestina (UNRWA) que foram mortos durante os contínuos bombardeamentos israelitas.
Respondendo a perguntas dos jornalistas, Dujarric disse que "quando este conflito terminar, será necessário que haja responsabilização" pelas mortes.
Oficial israelita "não vê crise humanitária" na Faixa de Gaza
UNRWA apela a mais de 480 milhões de dólares
Cisjordânia. 15 palestinianos mortos em confrontos com exército israelita
Na tarde de hoje, o som dos disparos continuava em Jenin, uma das principais cidades do norte da Cisjordânia, e no campo de refugiados palestinianos contíguo, cobertos por um espesso fumo negro, observou um jornalista da agência noticiosa France-Presse (AFP).
De acordo com a agência EFE, o número de mortos nos confrontos de hoje na Cisjordânia ascende a 16, o maior balanço diário de vítimas desde 2002, no "pico" da segunda Intifada.
Neste reduto dos grupos armados palestinianos, têm sido ouvidas várias explosões, sendo também audíveis numerosos disparos de armas ligeiras.
A agência noticiosa oficial palestiniana WAFA afirmou que uma "grande força do exército de ocupação", referindo-se a Israel, tinha invadido várias estradas em Jenin.
A mesma agência disse que o exército israelita destruiu estradas e outras infraestruturas com `bulldozers`, tendo disparado contra um grupo de palestinianos e que um paramédico estava entre os feridos. O Crescente Vermelho Palestiniano disse que uma ambulância foi atingida e um dos seus trabalhadores ficou ferido.
Israel confirmou um ataque aéreo ao campo de Jenin, um dos epicentros das operações de segurança dos últimos meses, incluindo uma operação em julho, a maior na Cisjordânia desde a segunda Intifada, há quase duas décadas.
Um avião militar atacou "indivíduos armados que representavam um perigo para as forças armadas", declarou o exército israelita num comunicado.
Os militares disseram que "terroristas dispararam" tiros e lançaram explosivos contra os soldados durante o ataque. O exército fez ainda seis detenções.
Desde o ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro, foram detidas na Cisjordânia ocupada 1.430 pessoas, incluindo mais de 900 suspeitos de pertencerem ao grupo islamita que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
As operações tiveram lugar um dia depois de cerca de 20 palestinianos terem sido baleados e feridos, incluindo um em estado crítico, numa operação do exército israelita na cidade de Belém.
A mesma operação deixou cinco outros feridos por estilhaços, segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA.
As Nações Unidas afirmaram na semana passada que a situação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental era "alarmante e urgente", face ao aumento das violações dos direitos humanos contra os palestinianos que residem nestes territórios.
Disseram também que "as forças israelitas têm utilizado cada vez mais táticas e armas militares nas operações de segurança".
De acordo com a Autoridade Palestiniana, o número de palestinianos mortos pelas forças israelitas e por ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ascende a mais de 160 desde 07 de outubro.
Nesse dia, o Hamas realizou ataques em Israel que causaram cerca de 1.400 mortos e raptou mais de 240 pessoas que mantém como refém na Faixa de Gaza, segundo as autoridades israelitas.
Os ataques desencadearam uma ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza que, até agora, causou a morte de mais de 10.500 palestinianos, de acordo com o Hamas.
A Jihad Islâmica divulgou esta quinta-feira um vídeo de dois reféns israelitas, uma mulher na casa dos setenta anos e um jovem adolescente, detidos em Gaza, dizendo estar pronta para os libertar "se as condições de segurança forem adequadas".
"Estamos prontos para libertá-los por razões humanitárias quando as condições de segurança no terreno estiverem reunidas", disse o porta-voz da ala militar da Jihad Islâmica, que luta ao lado do Hamas contra Israel na Faixa de Gaza.
Além do Hamas, a Jihad Islâmica também já reclamou ter na sua posse dezenas das cerca de 240 pessoas mantidas em cativeiro em Gaza.
Nas declarações em vídeo, os dois reféns - que parecem estar sob sinais de `stress` e coação, e cuja localização e estado de saúde não foram especificados -- pedem a sua libertação e agradecem à Jihad Islâmica pelas condições em que se encontram, atribuindo responsabilidades pela sua situação ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
"Agora estou num lugar que não é meu e sinto falta da minha casa, dos meus filhos, do meu marido e de toda a minha querida família. Espero vê-los na próxima semana", disse Katzir, uma refém de 70 anos, sentada numa cadeira de rodas.
O grupo Jihad Islâmica em Gaza diz-se pronto para libertar dois reféns israelitas por razões humanitárias e médicas. É uma mulher e um menino, explicou um porta-voz das Brigadas Al Quds numa mensagem gravada esta quinta-feira, acrescentando que a libertação ocorrerá assim que as medidas apropriadas forem tomadas.
Moscovo considera "inaceitável" "opção" nuclear de ministro israelita
A Rússia considerou "totalmente inaceitável" a sugestão de um ministro israelita de lançar uma bomba atómica sobre Gaza, dizendo que "nada pode justificar tais declarações". Numa entrevista a uma rádio israelita, o ministro de extrema-direita Amichay Eliyahu respondeu ser "uma opção" a um jornalista que lhe perguntou se defendia o lançamento de "algum tipo de bomba nuclear" em Gaza para "matar toda a gente".
Conversações entre israelitas, qataris e americanos em Doha sobre trégua humanitária em Gaza
Os chefes dos serviços secretos israelitas e norte-americanos discutiram com responsáveis do Qatar uma "possível trégua humanitária" na guerra entre Israel e o Hamas, segundo um responsável próximo das negociações. O diretor da CIA, Bill Burns, e o chefe do Mossad, David Barnea, "estão em Doha para conversações trilaterais com os qataris para definir os detalhes de uma possível trégua humanitária que veria a libertação de reféns e mais ajuda a entrar em Gaza. As conversações progrediram bem no sentido de um acordo".
Alemanha acusada de silenciar vozes pró-palestinianas em fórum de Direitos Humanos da ONU
A Alemanha foi acusada por países muçulmanos de silenciar vozes pró-palestinianas e de não fazer o suficiente para combater a islamofobia. As autoridades alemãs reprimiram os grupos pró-palestinianos desde os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro e recusaram-se a autorizar muitos dos protestos, dizendo que as restrições são para parar a desordem pública e prevenir o antissemitismo público.
O enviado da Indonésia à ONU em Genebra instou a Alemanha a "garantir que a liberdade de opinião e expressão seja cumprida, evitando tratamentos discriminatórios por parte da polícia contra ativistas, em particular os protestos pacíficos pró-palestinianos".
Portugal vai contribuir com 10 milhões de euros para ajuda humanitária à Faixa de Gaza
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) indicou que o governante português fez esse anúncio no âmbito da Conferência Humanitária para a População Civil de Gaza, promovida pelo Presidente da República francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
"O Governo português, através do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, anunciou uma contribuição voluntária no montante total de 10 milhões de euros, para reforçar a assistência humanitária na Faixa de Gaza, apoiando os esforços do sistema das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias presentes no terreno, designadamente o Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa), a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla inglesa) e o Comité Internacional da Cruz Vermelha", lê-se na nota de imprensa.
A conferência, que reuniu os principais atores internacionais envolvidos na resposta à catástrofe humanitária em curso naquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo movimento islamita Hamas, foi organizada com o objetivo de "assegurar o respeito pelo direito humanitário internacional, a proteção dos civis e funcionários humanitários, bem como o alargamento do acesso à ajuda humanitária e o reforço da resposta humanitária internacional nos domínios da saúde, água, energia e alimentação", precisou o MNE no comunicado.
Na conferência, Francisco André reiterou igualmente "o compromisso de Portugal com a solução de dois Estados e com o pleno respeito pelo Direito Internacional Humanitário, frisando a necessidade imperiosa de uma resposta humanitária urgente e robusta face à situação na Faixa de Gaza, que tem vindo a deteriorar-se diariamente, de forma a aliviar o sofrimento de todos os civis", segundo o comunicado.
A Faixa de Gaza tem sido fortemente bombardeada por Israel desde o ataque de dimensões sem precedentes do movimento islamita Hamas ao território israelita, a 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
A retaliação de Israel começou por cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que já cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 34.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 10.569 mortos, entre os quais 4.324 crianças, mais de 26.000 feridos, 2.450 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.
Casa Branca diz que Israel vai começar pausas de quatro horas nos ataques no norte de Gaza
Israel vai iniciar pausas de quatro horas no norte de Gaza para que os habitantes abandonem a região. A Casa Branca considera que Telavive está na direção certa.
Um cessar-fogo em Gaza está posto de parte, diz o presidente norte-americano, Joe Biden, com a Casa Branca a falar de dois corredores para permitir a saída dos palestinianos daquela região.
Roma sugere capacetes azuis em Gaza
A ONU tem "um papel a desempenhar" para acalmar a situação em Gaza, disse o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, referindo-se a uma solução semelhante à Força Interina da ONU no Líbano.
"Se quisermos tentar empurrar a ideia (...) de uma solução de dois Estados, um palestiniano e outro israelita, não basta dizê-lo, temos de agir, (...) temos de trabalhar para uma solução (...) e colocar ideias em cima da mesa", disse Tajani numa conferência de imprensa.
"Não sei se esta será a solução que todos aceitarão, mas penso que a ONU pode desempenhar um papel como está a fazer com a UNIFIL entre o Hezbollah e Israel", continuou o ministro.
Forças de Defesa de Israel confirmaram ataque na cidade de Eilat. Origem do aparelho ainda não foi identificada
Pelo menos dez palestinianos morreram em bombardeamentos israelitas sobre o campo de refugiados de Jenin
Porém, Israel "está a agir para garantir as suas próprias estabilidade e segurança". Quem o diz é o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros
Périplo diplomático germânico agendado para sexta-feira
Macron diz que é indispensável a proteção dos civis da Faixa de Gaza
Negociações para libertação dos reféns israelitas a decorrerem no Catar
Ataques israelitas já mataram quase 11.000 palestinianos, 4.412 eram crianças
A operação israelita contra a Faixa de Gaza já fez 10.812 mortos, entre os quais 4.412 crianças, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde em Gaza.
Egito denuncia "silêncio internacional sobre as violações ao Direito" cometidas por Telavive
"O que o governo israelita está a fazer vai muito além do direito à autodefesa", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Choukri, que lamentou a vigência de um "desequilíbrio na consciência internacional".
Choucki discursava numa conferência humanitária sobre Gaza, organizada por Paris, em que, ao abrir os trabalhos, o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou à tomada de iniciativas no sentido de um "cessar-fogo" entre Israel e o Hamas.
"No imediato, temos de trabalhar para proteger os civis. Para isso, precisamos de uma pausa humanitária muito rápida e precisamos de trabalhar para um cessar-fogo. Isto tem de se tornar possível", declarou o chefe de Estado francês.
Macron insistiu ser "absolutamente essencial" proteger os civis na Faixa de Gaza e que não pode haver "dois pesos e duas medidas" na proteção de vidas humanas.
"Isto não é negociável", sublinhou.
O Presidente de França reiterou que Israel tem "o direito de se defender e o dever de proteger o seu próprio povo", mas também afirmou que o governo israelita tem "uma responsabilidade eminente [...] de respeitar a lei e proteger os civis".
"A luta contra o terrorismo nunca pode ser levada a cabo sem regras", continuou, lembrando que a situação humanitária em Gaza está a deteriorar-se "a cada dia que passa".
O objetivo da conferência que se realiza hoje em Paris é "identificar as necessidades em termos de fundos e de ajuda para as pessoas".
Anunciada à pressa na semana passada, a conferência contou sobretudo com a participação de representantes do "segundo escalão", tal como a definiu a agência noticiosa France-Presse (AFP).
A Autoridade Palestiniana enviou o seu primeiro-ministro e o Egito, que controla o único ponto de passagem para Gaza, em Rafah, que não é detido por Israel, enviou, sublinhou a AFP, "uma simples" delegação ministerial, liderada por Choukri.
O Governo israelita foi informado da iniciativa, mas não esteve representado no Palácio do Eliseu.
"Sabemos que a situação dos civis na Faixa de Gaza não é fácil", afirmou hoje o coronel Moshe Tetro, responsável em Gaza pelo organismo do Ministério da Defesa israelita que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinianos, negando, no entanto, a existência de uma crise humanitária.
As organizações humanitárias, representadas em força em Paris, por seu lado, denunciaram em uníssono a impossibilidade de entregar ajuda enquanto os bombardeamentos em Gaza continuarem.
Na conferência, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apelou também a que a ajuda seja coordenada e organizada de uma forma prática para que possa chegar ao destinatário.
"Precisamos de um cessar-fogo humanitário. Precisamos de silenciar as armas para fins humanitários", afirmou Martin Griffiths, responsável da ONU para os Assuntos Humanitários.
"Não podemos esperar nem mais um minuto por um cessar-fogo humanitário em Gaza e pelo levantamento de um cerco que é um castigo coletivo para um milhão de crianças", afirmou, por seu lado, Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).
"A lei está a ser violada diante dos nossos olhos por ambos os lados", frisou.
Os pedidos de "pausas", "tréguas" ou "cessar-fogo" multiplicaram-se nas últimas semanas para facilitar o acesso à ajuda e a libertação dos mais de 240 reféns capturados pelo Hamas em solo israelita.
Mas, na quarta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a excluir qualquer cessar-fogo sem a libertação dos reféns, afirmando querer "excluir todo o tipo de rumores vãos".
Uma fonte próxima do Hamas em Gaza disse à AFP que o Qatar estava a mediar a libertação de 12 reféns, incluindo seis norte-americanos, em troca de "uma trégua humanitária de três dias".
"Quantos palestinianos têm de ser mortos para que a guerra acabe? Será suficiente matar seis crianças e quatro mulheres por hora?", protestou o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, apelando ao "fim da duplicidade de critérios".
"As Nações Unidas nunca registaram tantas mortes num conflito num espaço de tempo tão curto", afirmou Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), na quinta-feira, referindo-se à quase centena de mortos nas suas fileiras.
Segundo o Eliseu, não haverá uma declaração comum no final da conferência para "não cair" num debate interminável "sobre uma ou outra palavra".
O território palestiniano está sob bloqueio israelita desde que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir de Gaza, a 07 de outubro, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis.
Os ataques de retaliação de Israel, que prometeu aniquilar o Hamas, já mataram mais de dez mil pessoas, sobretudo civis, segundo o movimento palestiniano que governa o enclave.
Aliados da NATO apoiam pausas humanitárias
Os aliados da NATO apoiam pausas humanitárias na guerra entre Israel e o Hamas para permitir que a ajuda chegue a Gaza, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
"A guerra em Gaza não deve transformar-se num grande conflito regional. O Irão e o Hezbollah devem ficar de fora desta luta", acrescentou.
Autoridade Palestiniana deve trabalhar com a comunidade internacional contra o terrorismo, diz Macron
"A Autoridade Palestiniana tem uma elevada responsabilidade nos três pilares que mencionei para trabalhar com a comunidade internacional e encontrar uma solução na luta clara contra o terrorismo, nas questões humanitárias que hoje levantamos e na questão política", declarou o Presidente francês.
"Eu sei que posso contar convosco", afirmou Macron, durante a conferência humanitária para tentar desbloquear a ajuda humanitária para Gaza - uma iniciativa do chefe de Estado francês e que acontece hoje em Paris -, que se tornou quase impossível pelos incessantes bombardeamentos de Israel desde o início da guerra contra o movimento islamita Hamas em 07 de outubro.
A situação humanitária deteriora-se "cada dia mais" na Faixa de Gaza, lamentou o Presidente francês.
A ambição da conferência é "identificar as necessidades em dinheiro e materiais para as populações", segundo Macron.
O Governo francês vai enviar 80 milhões de euros adicionais para ajuda humanitária às populações palestinianas, atingindo um total de 100 milhões de euros neste ano, anunciou.
"Após o 7 de outubro, a França anunciou 20 milhões de euros adicionais para a ajuda humanitária e vamos aumentar este esforço para 100 milhões de euros para 2023", declarou o Presidente francês, durante a conferência humanitária.
Emmanuel Macron apelou também para que a ajuda humanitária seja coordenada e organizada de uma forma muito concreta para que possa ser entregue.
"No futuro imediato, é na proteção dos civis que devemos trabalhar. Para isso, precisamos de uma pausa humanitária muito rápida e temos de trabalhar para um cessar-fogo (...). Isso deve ser possível", declarou o chefe de Estado francês.
Emmanuel Macron insistiu que era " absolutamente essencial" proteger os civis na Faixa de Gaza e que não poderia haver duplicidade de critérios em termos de proteção de vidas humanas.
"Isto não é negociável", sublinhou.
Macron reiterou que Israel tem "o direito de se defender e o dever de proteger os seus", mas argumentou que os israelitas também têm "uma responsabilidade (...) de respeitar a lei e proteger os civis".
"A luta contra o terrorismo nunca pode ocorrer sem regras", afirmou.
O território palestiniano está sob bloqueio israelita desde que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir de Gaza, a 07 de outubro, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis.
Os ataques de retaliação de Israel, que prometeu aniquilar o Hamas, já mataram mais de dez mil pessoas, sobretudo civis, segundo o movimento palestiniano que governa o enclave.
Colonos israelitas armados expulsam palestinianos de aldeias na Cisjordânia
Foto: Raneen Sawafta - Reuters
Reportagem dos enviados especiais da RTP Cândida Pinto e David Araújo.
Itália envia navio-hospital para ajudar palestinianos e prepara hospital de campanha
A Itália enviou um navio-hospital para o Oriente Médio que deve chegar à região "em alguns dias" para ajudar a população palestiniana. Batizado de Vulcano, o navio da Marinha italiana com blocos operatórios, equipamento de diagnóstico, medicamentos e pessoal médico especializado está agora a caminho do Chipre, de acordo com indicação do Ministério italiano da Defesa.
Crosetto dizia ontem que ao carregamento do navio se seguiria o envio de um hospital de campanha, iniciativas que refletem "um sinal concreto da ajuda humanitária que o nosso país está a enviar para a Faixa de Gaza".
"Uma iniciativa deste tipo será bem recebida tanto por Israel como pelos palestinianos: ninguém pode ter uma queixa sobre uma ação humanitária", disse o ministro na altura, citado pela agência de notícias italiana AGI.
Turquia pronta para assumir papel na resolução da crise em Gaza
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse ao seu homólogo iraniano, Ibrahim Raisi, que Ancara está pronta para assumir o papel de garante para resolver a crise entre Israel e os palestinianos em Gaza.
Arábia Saudita acolhe cimeiras este fim de semana
Este fim de semana a Arábia Saudita recebe líderes árabes e o Presidente do Irão para duas cimeiras dedicadas à guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas. Reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) realizam-se em Riade no sábado e no domingo, pouco mais de um mês após o início da guerra.
Confrontada com a crescente raiva pela morte de mais de milhares de pessoas em Gaza e o risco de desestabilização regional que pode ameaçar os seus planos de diversificação económica, a Arábia Saudita, tal como os seus vizinhos, "teme (...) uma escalada mais ampla", disse Elham Fakhro, do think tank Chatham House, com sede em Londres.
Egito denuncia "silêncio internacional sobre violações" cometidas por Israel em Gaza
Na conferência realizada em Paris, o Egito denunciou "o silêncio internacional sobre as violações do direito humanitário internacional por parte de Israel" nos territórios palestinianos.
A França vai elevar a sua ajuda a Gaza a 100 milhões de euros.
Macron quer cessar-fogo para proteger civis em Gaza
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta quinta-feira a que se "trabalhe para um cessar-fogo" entre Israel e o Hamas. Macron falava na abertura da conferência humanitária sobre Gaza, em Paris.
"Deve ser possível fazê-lo", acrescentou Macron, considerando que é "absolutamente essencial" proteger os civis na Faixa de Gaza e que não pode haver dois pesos e duas medidas quando se trata de proteger vidas humanas. "Isto é inegociável", sublinhou.
Embora tenha reiterado que Israel tem "o direito de se defender e o dever de proteger os seus", o presidente francês reiterou que o governo israelita também tem "uma responsabilidade eminente para respeitar a lei e proteger os civis".
"A luta contra o terrorismo nunca pode ficar sem regras", afirmou Emmanuel Macron.
ONU reitera pedido para tréguas humanitárias em Gaza
Lazzarini, que participa hoje em Paris numa conferência humanitária sobre a população de Gaza organizada pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, considerou que a situação no enclave palestiniano "é uma crise de humanidade", de valores e do direito internacional.
Em entrevista à rádio France Inter, o responsável da agência da ONU frisou que mais de 750 mil pessoas - dos 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza - encontram-se em instalações das Nações Unidas.
Philippe Lazzarini recordou que na semana passada, quando esteve em Gaza, viu crianças em filas para conseguirem uma garrafa de água.
"É indigno", considerou.
O responsável pela UNRWA disse que - desde o início da resposta de Israel contra o ataque do Hamas de 07 de outubro - morreram mais de 10 mil pessoas na Faixa de Gaza, entre as quais quatro mil crianças e vinte mil ficaram feridas.
Por isso, pediu um cessar-fogo humanitário e a aplicação do direito humanitário e do início de uma operação de "verdadeira assistência" porque o número de camiões com ajuda básica que entram em Gaza através do Egito é insuficiente para enfrentar as necessidades da população.
Questionado sobre a exigência de Israel sobre a libertação de todos os reféns que foram feitos prisioneiros do Hamas no dia 07 de outubro, o comissário geral recordou que o sequestro "é um crime de guerra" mas acrescentou que a ação militar de Israel "é um castigo coletivo contra a população" do enclave.
Na conferência que vai decorrer hoje em Paris não se encontram nenhum representante de Israel, apesar dos esforços de Emmanuel Macron que esteve em contacto com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, com quem tem agendado um novo contacto, após a conclusão da reunião de hoje.
Além da presença do primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohamed Stayyeh, os países árabes estão representados a nível ministerial.
Devem intervir na conferência, além de Macron, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu, o Presidente do Chipre e os chefes de governo da Grécia e da Irlanda.
Forças de Defesa de Israel garantem que estrada para saída de Gaza voltou a ser aberta para que os civis palestinianos possam deslocar-se para o sul do enclave
#عاجل يا سكان غزة،
— افيخاي ادرعي (@AvichayAdraee) November 9, 2023
🔴أخبركم ان اليوم مثل الأيام الماضية يسمح جيش الدفاع من جديد التنقل عن طريق صلاح الدين بين الساعة العاشرة (10:00) صباحًا والساعة الرابعة (16:00) مساء.
🔴لقد شاهدنا استجابة كبيرة للمطالبات والنداءات حيث توجه أمس نحو 50 ألف من سكان منطقة شمال القطاع الى جنوب… pic.twitter.com/w6y57D6kRA
As organizações humanitárias repetem os avisos para a impossibilidade, nesta fase, de deslocar doentes e feridos, além de bebés prematuros.
Vice-primeira-ministra da Bélgica afirma que Governo do país deve investigar bombardeamentos sobre hospitais e campos de refugiados da Faixa de Gaza
Mais de 4.200 manifestações globais em resposta ao conflito
De acordo com um levantamento do ACLED, o total de manifestações pró-palestinianas e pró-Israel no período representou 38% de todos as protestos ao nível mundial.
Do total de 4.200 manifestações, cerca de 90% (3.700) foram pró-palestinianas e cerca de 13% (520) pró-Israel. O maior número de protestos foi registado nos EUA e países da região Médio Oriente e norte de África (MENA).
Esta região registou a maior concentração de manifestações, com um total de cerca de 1.400. A maioria das manifestações nestes países muçulmanos ocorreram no Iémen (490), na Turquia (357), no Irão (276) e em Marrocos (267).
Apesar das manifestações nestes países terem sido, na sua esmagadora maioria, pacíficas, foram registados confrontos com as autoridades.
Alguns participantes tentaram invadir a embaixada de Israel durante uma manifestação na Jordânia e no Líbano ocorreram confrontos à porta das embaixadas norte-americana e francesa, bem como dos consulados israelitas na Turquia.
Os EUA contaram com mais de 600 protestos e este é o país com o maior número de contramanifestações (60) pró-Israel e pró-Palestina, refletindo divisões significativas da opinião pública.
Na Alemanha, mais de uma dúzia de manifestações tornaram-se violentas, com vários confrontos entre as autoridades locais e os manifestantes pró-palestinianos.
A violência concentrou-se em Berlim, onde a polícia deteve centenas de participantes ao longo de vários dias de confrontos.
No dia 21 de outubro, assistiu-se a uma participação massiva em Londres, que contou com cerca de 100 mil pessoas, onde se apelou para o fim imediato dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.
Durante a manifestação, a polícia afirmou terem ocorrido alguns episódios de desordem e casos de "discurso de ódio", mas "a maior parte da atividade de protesto decorreu dentro da lei e sem incidentes".
No dia 26 de outubro, a Assembleia Geral da ONU votou numa resolução que apela a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" entre as forças israelitas e os militantes do Hamas em Gaza.
Recentemente, no dia 04 de novembro, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em cidades de todo o mundo para exigirem o cessar-fogo imediato em Gaza, incluindo na capital norte-americana, Washington e em Paris.
No dia 06 de novembro, um homem de origem judaica, com 69 anos, morreu na sequência de um traumatismo craniano, causado durante confrontos em manifestações pró-palestinianas, em Los Angeles.
A 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.400 mortos e mais de duas centenas e meia de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Além das mortes, a ofensiva israelita no enclave provocou mais de 26.000 feridos e 2.450 desaparecidos, na maioria civis.
ONU diz que 50 mil civis deslocaram-se para o sul de Gaza em 24 horas
O relatório diário do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) indica que pelo quinto dia consecutivo, o Exército de Israel continua a ordenar aos habitantes do norte de Gaza para se dirigirem para o sul do enclave.
Tratam-se ainda "de centenas de milhares de pessoas" que continuam na zona que Israel pretende que se desloquem em direção ao sul do território através da estrada de Saladino, a principal artéria da região.
Segundo a ONU a retirada é cada vez mais numerosa tendo vindo a aumentar nos últimos dias.
"Os combates, os bombardeamentos na estrada continuam, colocando em perigo os deslocados e há testemunhos que indicam a existência de cadáveres junto à via", refere o relatório diário.
A ONU sublinha que a passagem entre o norte e o sul e que atravessa o rio de Gaza continua aberta mas apenas entre as 10:00 e as 14:00 (08.00 e as 12:00 em Lisboa).
A maioria dos deslocados faz o percurso a pé, caminhando "quatro ou cinco quilómetros" sendo que os que viajam e automóvel são obrigados a abandonar as viaturas na rotunda Al Kuwaiti no extremo sul da cidade de Gaza.
O documento da ONU reitera que a situação dos hospitais da parte norte de Gaza, entre os quais o Al Quds, foi obrigado a cancelar todas as cirurgias por falta de combustível.
O outro hospital da zona (Al Auda) é o único que oferece serviços de maternidade no norte do enclave, mas dispõe de reservas de combustível apenas para as próximas 30 horas.
Responsáveis em território egípcio citados pela Associated Press adiantam que estarão em curso negociações para um "cessar-fogo humanitário de três dias" em Gaza
Hamas "nunca vai desaparecer", estima investigador Zaki Chehab
O autor do livro "Por dentro do Hamas: A história desconhecida do movimento militante islâmico", publicado em 2007, reafirma o que escreveu há 16 anos.
"Eu disse na altura que, depois de tantas invasões de Israel em Gaza, o Hamas estava a ficar cada vez mais forte. O Hamas nunca vai desaparecer, e a paz vai ter de ser feita com os líderes palestinianos eleitos", afirmou, em entrevista à agência Lusa em Londres.
Chehab afirma que o movimento, que é classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, faz parte da sociedade palestiniana, que se divide no apoio ao Hamas, à Fatah ou à Jihad Islâmica Palestiniana.
O Hamas foi fundado em 1987, durante a primeira intifada, marcada por protestos generalizados na Faixa de Gaza contra a ocupação de Israel.
Hamas é o acrónimo árabe para Movimento de Resistência Islâmica, uma referência aos laços iniciais com um dos grupos sunitas mais proeminentes do mundo, a Irmandade Muçulmana, fundada no Egito na década de 1920.
O grupo prometeu aniquilar Israel e foi responsável desde então por muitos atentados suicidas e outros ataques mortais contra civis e soldados israelitas, prejudicando os acordos de paz de Oslo assinados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e pelo governo israelita em 1993 e 1994.
Os EUA designaram o Hamas como organização terrorista em 1997, o que foi replicado pela União Europeia e por outros países ocidentais.
O Hamas venceu as eleições parlamentares de 2006 e em 2007 tomou o controlo da Faixa de Gaza até então detido pela Autoridade Palestiniana, que administra áreas da Cisjordânia ocupada por Israel e é reconhecida internacionalmente, mas é dominada pelo movimento rival Fatah.
Israel respondeu à tomada do poder pelo Hamas com um bloqueio a Gaza, restringindo a circulação de pessoas e bens dentro e fora do território, arrasando a economia.
Zaki Chehab recorda à Lusa uma passagem do livro que escreveu, na qual revela que foram as autoridades israelitas a financiar o Hamas no início para enfraquecer a OLP.
"Israel deu aos fundadores do Hamas permissão para se estabelecerem, e o primeiro arsenal de armas foi dado pelos serviços secretos israelitas", sustenta.
Ao longo dos anos, o Hamas recebeu apoio de países árabes e muçulmanos, como o Qatar e a Turquia, mas recentemente, aproximou-se do Irão e respetivos aliados, continuando o rearmamento.
Foi graças a este apoio que têm continuado o lançamento de `rockets` para Israel ao longo de décadas e que conseguiu preparar-se para os ataques de 07 de outubro, que resultaram em 1.400 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos, além dos mais de 200 reféns.
Chehab nasceu em 1956 num campo de refugiados no sul do Líbano e vive em Londres há cerca de 40 anos, onde tem trabalhado para vários meios de comunicação britânicos e árabes cobrindo guerras na região.
Em contacto com outros repórteres na Palestina através do telemóvel, Chehab mostrou à Lusa vídeos no terreno de guerrilheiros a combater as forças israelitas e de equipamento material destruído.
"O Hamas não vai aparecer com bandeiras brancas, não esperem vê-los de joelhos", avisou.
Apesar da devastação, a população de Gaza também não desmoralizou porque os palestinianos "já estão habituados" a centenas de mortes cada vez que Israel ataca território, aumentando o ressentimento.
"Nenhum palestiniano se queixou desta guerra. As pessoas sentiam-se encurraladas como se estivessem numa grande prisão, nem sequer podiam atravessar o muro, não havia emprego, faltava-lhes tudo. As pessoas preferem morrer porque não há esperança", explicou.
Para este jornalista, o fim do conflito e uma paz duradoura implica concessões da parte de Israel para a criação do Estado da Palestina, independentemente de ser o Hamas ou a OLP a negociar.
"Se amanhã houver um acordo de paz sério, o Hamas não terá problemas em aceitar a solução de dois Estados", garante.
Há crimes de guerra perpetrados por ambos os lados, afirmou alto comissário da ONU para os Direitos Humanos
"A punição coletiva, por parte de Israel, de civis palestinianos também constitui crime de guerra, tal como a ilegal deslocação forçada de civis. Os bombardeamentos de Israel mataram, mutilaram e feriram, em particular, mulheres e crianças", acrescentou o responsável.
Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos acusa Israel e Hamas de crimes de guerra
- Em visita à passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, acusa Israel e o Hamas de crimes de guerra. Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres condenou o movimento radical palestiniano por usar civis com escudos. Ao mesmo tempo, afirmou que o número de mortos em Gaza demonstra que há algo "claramente errado" com a contraofensiva israelita;
- Um advogado francês anuncia ter remetido denúncias ao Tribunal Penal Internacional, em nome de três organizações não-governamentais palestinianas, relativas a alegados crimes de guerra e contra a humanidade perpetrados por Israel na Faixa de Gaza. As denúncias apresentadas pela Al-Haq, pelo Centro Al Mezan e pelo Centro Palestiniano para os Direitos Humanos referem "intenção genocida, incitamento ao genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra". São igualmente pedidos ao TPI mandados de captura para "os principais responsáveis por estes crimes", incluindo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o presidente, Isaac Herzog;
- As Forças de Defesa de Israel indicam que 50 mil palestinianos terão já fugido para o sul do enclave administrado pelo Hamas;
- O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a descartar um cessar-fogo;
- O gabinete de Gaza do Comité Internacional da Cruz Vermelha descreve uma "catástrofe humanitária" no sul daquele território palestiniano. A liderança da estrutura diz ter visto mulheres grávidas, crianças descalças e idosos num êxodo a pé à procura de segurança, alimentos e água potável;
- A Organização Mundial da Saúde avisa que a Faixa de Gaza enfrenta um risco acrescido de doenças, uma vez que os contínuos bombardeamentos israelitas impedem o acesso a água limpa;
- Entretanto, uma coluna de camiões com material médico chegou ao Hospital Al-Shifa, o maior de Gaza;
- Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o número de vítimas mortais da contraofensiva israelita é agora de 10.569. O ataque desencadeado a 7 de outubro pelo Hamas fez 1.400 mortos.
Entrevista à RTP. Embaixador de Israel em desacordo com a posição de Portugal
O embaixador de Israel em Portugal diz que depois da guerra contra o Hamas a intenção do seu país não é regressar à Faixa de Gaza, que deixou em 2015 e explica que decidiram avançar com a guerra contra o Hamas porque não podiam "continuar a viver assim, ao lado de uma organização terrorista que ameaça a nossa vida, que invadiu o nosso país e chacinou civis".
Nesta entrevista, Dor Shapira afirma que Israel viveu há um mês "o pior e mais horroroso ataque terrorista da sua história", na realidade israelita, "20 vezes maior que o 11 de setembro", e que o seu país decidiu avançar com esta guerra para devolver a segurança a Israel, para garantir que o Hamas não tenha capacidade de efetuar ações como a do dia 7 de outubro no futuro e por último para recuperar os reféns.O representante de Israel em Portugal assumiu que "houve erros" na prevenção do ataque do Hamas contra Israel e garantiu que depois de "acabar com esta guerra" e "atingir os objetivos" israelitas, "haverá investigações para ver onde se errou (...) que informações tínhamos ou não e como abordámos isso".
Sobre a recusa de Israel aceitar um "cessar-fogo" na Faixa de Gaza, Shapira afirma que o país teve "um cessar-fogo, até às 6h35 de 7 de outubro", e que neste momento está "num estado de guerra para garantir que a organização terrorista será eliminada".
"Não quebrámos o cessar-fogo e não iniciámos esta guerra", sublinhou.
Disse que Israel tem atualmente a "capacidade de controlar a situação humanitária na Faixa de Gaza" e que está trabalhar com o Egito para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano e "garantir que vai para os sítios certos", acusando o Hamas de ficar com os alimentos e os medicamentos que entram em Gaza
"Ao lutarmos contra esta organização terrorista garantindo que será eliminada, também estamos a ajudar Mahmoud Abbas (...) assim como o povo palestiniano na Faixa de Gaza e também na Cisjordânia" defende Shapira.
Entrevista à RTP. Representante da Palestina em Portugal esperava "palavras de empatia" de Marcelo
Tropas israelitas já combatem na cidade de Gaza
Foto: Ronen Zvulun - Reuters
Milhares de palestinianos fugiram para o sul da Faixa de Gaza
Foto: Haitham Imad - EPA
Hamas quis chamar à atenção para a causa palestiniana com ataque de 7 de outubro
Candidatos republicanos defendem que Israel "acabe com o Hamas"
Com a política externa a dominar mais de metade do debate de duas horas, os candidatos republicanos que subiram ao palco em Miami apressaram-se a alinhar-se com Telavive e a apoiar firmemente o cerco a Gaza - que já resultou na morte de mais de 10 mil palestinianos.
O governador da Florida, Ron DeSantis, instou o governo de Benjamin Netanyahu a "acabar de uma vez por todas com os carniceiros do Hamas", e denunciou os críticos da invasão de Israel, afirmando estar "farto de ouvir pessoas a culparem Israel por se defender".
Também a antiga embaixadora norte-americana na ONU Nikki Haley disse que Israel deve destruir o Hamas e que os Estados Unidos devem fornecer a Televive "tudo o que precisar".
Posição semelhante foi defendida pelo senador Tim Scott, da Carolina do Sul, que acrescentou que os EUA precisam de "cortar a cabeça da cobra", referindo-se ao Irão.
Já o empresário Vivek Ramaswamy adotou uma posição mais isolacionista sobre esta questão ao dizer que apoia a operação de Israel, mas que quer que os EUA assumam um papel mais limitado no conflito.
O grande ausente da noite foi o ex-presidente norte-americano Donald Trump, que optou por faltar ao evento pela terceira vez consecutiva.
Candidato favorito nas primárias do seu partido, Trump esteve à mesma hora num comício no sul da Florida, mas nem assim deixou de ser criticado pelos seus rivais que subiram ao palco do Adrienne Arsht Center, no centro de Miami.