Nações Unidas preparadas para entrar na Faixa de Gaza
Combates serão retomados "com intensidade" após trégua em Gaza - Governo
"O que veremos nos próximos dias é, em primeiro lugar, a libertação dos reféns. Esta trégua será breve", frisou Yoav Gallant, durante uma visita às tropas da unidade Shayetet 13 da Marinha israelita.
Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo de quatro dias, que permitirá a libertação de 50 reféns que as milícias islamitas mantêm dentro da Faixa de Gaza, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos. Em ambos os casos, são mulheres e menores.
Fontes israelitas confirmaram à agência Efe que por cada dez reféns adicionais que o Hamas estiver disposto a libertar após os quatro dias, a trégua poderá ser prorrogada por mais um dia, até um máximo de dez dias.
"O que é exigido neste intervalo é organizar, preparar, investigar, reabastecer armas e prepararem-se para continuar [a combater]", pediu Gallant aos soldados.
"Haverá uma continuação, porque precisamos de completar a vitória e criar impulso para os próximos grupos de reféns, que só regressarão graças à pressão militar", acrescentou.
Estima-se que as milícias palestinianas em Gaza tenham reféns cerca de 240 pessoas, cerca de 210 nas mãos do Hamas e outras 30 nas mãos da Jihad Islâmica Palestiniana.
No total, há pelo menos 40 crianças reféns em Gaza, segundo as autoridades israelitas, que receberam hoje a lista dos 50 reféns que serão entregues pelo Hamas, embora esta não tenha sido tornada pública por precaução.
"O Hamas tentará usar os dias do acordo para espalhar o medo, a desinformação e o terror psicológico. O acordo não é o fim do processo, mas o começo", destacou, por sua vez, o porta-voz do Exército israelita, o contra-almirante Daniel Hagari.
O porta-voz garantiu que as tropas se irão concentrar "no planeamento e na conclusão dos preparativos para as próximas etapas do combate".
A trégua de quatro dias acordada entre Israel e o grupo islamita palestiniano terá início na sexta-feira às 07:00 locais (05:00 em Lisboa).
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Forças israelitas reclamam morte de comandante naval do Hamas
“Amar Abu Jalalah era um agente superior das forças navais do Hamas e esteve envolvido na liderança de vários ataques terroristas por mar que foram frustrados pelas FDI”, afirma o comunicado, acompanhado de um vídeo do alegado bombardeamento.
C/Lusa
Sánchez defende junto de Abbas controlo de Gaza pela Autoridade Palestiniana
Sánchez, juntamente com o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, foram recebidos por Abbas na Mukata, sede da Presidência da AP, tendo o líder do Governo espanhol manifestado a mesma posição - bem como a existência de dois Estados como solução para a crise no Médio Oriente -, nas reuniões que manteve com Presidente israelita, Isaac Herzog, e com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
O Governo espanhol entende que a AP é o único interlocutor legítimo do lado palestiniano e está empenhado em reforçar esse papel, em contraste com o grupo islamita Hamas, cujos membros, Sánchez defendeu, após visitar um `kibutz` atacado em 07 de outubro no sul de Israel, devem "prestar contas" e serem responsabilizados pelos atos sangrentos perpetrados naquele dia.
Por sua vez, o presidente da AP já manifestou que estaria disposto a assumir aquela responsabilidade, mas com certas condições prévias.
A Abbas, à frente da AP desde 2005, o presidente do Governo espanhol reiterou o compromisso de Madrid com a solução de dois Estados, que Sánchez entende ser a melhor forma de alcançar a paz e de garantir a segurança de Israel.
Tanto perante o presidente palestiniano como dos seus interlocutores israelitas, Sánchez defendeu que a Palestina deve ser um "Estado viável".
Durante o debate de investidura, o chefe do Governo espanhol deixou claro que uma das suas prioridades nesta legislatura será o reconhecimento do Estado palestiniano.
Sánchez quer dar esse passo, como exigiu o Congresso em 2014, mas não quer que seja um mero gesto declarativo, antes uma ação coordenada com outros parceiros europeus, com o objetivo de que possa contribuir para a paz na região.
Abbas, com quem Sánchez já teve oportunidade de se reunir no dia 22 de outubro durante uma conferência organizada pelo Presidente egípcio no Cairo, agradeceu ao líder espanhol a sua disponibilidade para trabalhar pelo reconhecimento da Palestina, no qual enquadra a sua proposta de uma conferência internacional de paz.
A visita de Sánchez antecede uma trégua nos combates entre Israel e o Hamas, que entrará em vigor na manhã de sexta-feira, e a libertação dos primeiros reféns à tarde, anunciou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari.
"A pausa humanitária terá início às 07:00 (05:00 hora de Lisboa) de sexta-feira (...) e o primeiro grupo de reféns civis será libertado por volta das 16:00 (14:00 de Lisboa) do mesmo dia", afirmou Majed Al-Ansari.
De acordo com a diplomacia do Qatar, 13 mulheres e crianças detidas pelo movimento islamita Hamas em Gaza, todas da mesma família, serão libertadas, enquanto um número ainda desconhecido de prisioneiros palestinianos detidos por Israel será libertado ao mesmo tempo.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Bebé que resistiu a bombardeamentos israelitas junta-se ao pai
A RTP acompanhou os momentos que antecederam este encontro entre o pai e filha separados pela guerra.
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Christophe Petit Tesson - EPA
Libertação de reféns israelitas a partir da tarde desta sexta-feira
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Embaixador da Palestina em Angola admite que depois da África do Sul mais países cortem relações com Israel
O embaixador da Palestina em Angola disse hoje que mais países africanos podem seguir o exemplo da África do Sul e cortar relações com Israel, apesar de o Estado hebraico manter fortes relações económicas com muitos deles.
Em entrevista à Lusa, depois do Parlamento sul-africano aprovar uma moção para suspender as relações diplomáticas com Israel, Jubrael Shomali saudou novamente a posição assumida por Angola e considerou a decisão da África do Sul "muito importante" para consciencializar Israel para o que está a fazer em Gaza.
"É uma catástrofe, não só para os palestinianos, mas também para os israelitas que querem a paz", disse, a propósito do conflito que se reiniciou a 07 de outubro, admitindo que outros países possam seguir a África do Sul, como a Namíbia ou o Zimbabué.
"Mas penso que a maioria dos paises africanos preferem tomar posição através da União Africana", assinalou o diplomata, afirmando que a proximidade entre África do Sul e Palestina remonta ao "ícone" Nelson Mandela, "que disse que não haveria liberdade no mundo enquanto a Palestina não fosse livre".
Jubrael Shomali salientou que a maioria dos países africanos apoia a Palestina, por se tratar de "uma causa justa", mas também por que sofreram os efeitos da colonização e veem em Israel um Estado colonizador.
Quanto aos países que apoiam o lado israelita, considerou que "Israel tem trabalhado na frente económica e financeira" com muitos destes países, o que contribui para manter uma boa relação.
A título de exemplo, apontou os casos de Israel e Angola: "têm uma relação forte do ponto de vista económico, mas em termos políticos Angola apoia a Palestina", ou seja, a economia não é a chave para que Israel consiga conquistar o apoio dos países africanos.
Além disso, para a Autoridade Palestiniana, "é suficiente" a posição de Angola, já expressa em diversas ocasiões pelo Presidente da Republica, João Lourenço.
A última foi na quarta-feira, na abertura da Bienal de Luanda -- "Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz", em que João Lourenço reafirmou que a solução para o conflito assenta necessariamente na criação do Estado palestiniano, ao abrigo das várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a matéria.
"A posição de Angola é igual à da Palestina a nível internacional. Só queremos uma coisa, implementar as resoluções das Nações Unidas na Palestina", disse o diplomata à Lusa.
Jubrael Shomali disse acreditar que Israel está a perder apoio internacional, apontando as manifestações e marchas que têm ocorrido em todo o mundo, e mostrou-se otimista: "penso que agora o mundão vai querer ser sério quanto à solução do problema da Palestina, implementando os dois Estados.
"Já perdemos mais de 12 mil palestinianos, 6 mil eram crianças e 4 mil eram mulheres", em apenas 45 dias, lamentou o embaixador.
"É uma tragédia e Israel deve pagar a fatura, retirando-se da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental", continuou.
Sobre as tréguas temporárias que foram negociadas para a libertação de reféns, sustentou que só se chegou a acordo por que Israel não conseguiu ainda conquistar nenhum objetivo militar.
"Depois de 45 dias de luta, de matança, de bombardeamentos, o que conquistaram em termos militares é zero e por isso é que concordaram, se não teriam continuado na sua missão", disse o embaixador.
"Falharam e vão continuar a falhar. O Hamas está nos túneis, por que é que estão a matar os civis?", questionou, frisando que "o grande objetivo" é empurrar os palestinianos para sul.
Israel continua ataques no norte de Gaza e encontra mais túneis em Jabalia
Governo israelita já tem primeira lista de reféns
"Israel confirma que recebeu uma lista inicial de nomes. As autoridades estão a verificar os detalhes da lista e estão em contacto com todas as famílias", segundo o gabinete do chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu.
O gabinete não especificou se estava a referir-se a todos os reféns, de todas as pessoas que poderiam ser libertadas, ou dos primeiros potencialmente envolvidos na sexta-feira.
C/Lusa
Netanyahu admite desafios na libertação dos reféns mas promete regresso de todos
Numa conferência de imprensa associada à visita do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, o chefe do executivo israelita insistiu na ideia de que irá libertar todos os reféns e deixou fortes críticas ao Hamas, "seita que defende o genocídio e o terrorismo".
"Esperamos conseguir libertar o primeiro grupo [de reféns] e, depois disso, estamos empenhados em libertá-los a todos", disse Benjamin Netanyahu, referindo-se às tréguas de quatro dias alcançadas com o Hamas, que entrarão sexta-feira em vigor às 07h00 locais e que incluem a libertação de 50 dos reféns em troca de 150 prisioneiros palestinianos por Israel e a autorização de mais ajuda à Faixa de Gaza.
"Vamos continuar com os objetivos da guerra e vamos erradicar o Hamas, pois o Hamas já prometeu que vai fazer a mesma coisa repetidamente. Trata-se de uma seita que defende o genocídio e o terrorismo. Não há esperança de paz entre Israel e os palestinianos e entre Israel e os países árabes se não erradicarmos este movimento assassino, que ameaça o futuro de todos nós", afirmou Netanyahu.
Netanyahu afirmou que se trata de uma "guerra mais alargada", que tem a ver com "a civilização e a barbárie".
"A crueldade a que se assistiu durante os ataques é a mais terrível vivida pelo povo judeu desde o Holocausto. Tal como o mundo se uniu para derrotar os nazis, a al-Qaida depois do 11 de setembro [de 2001] ou o Estado Islâmico, temos de nos unir para derrotar o Hamas".
Sánchez diz a Netanyahu que armas não são a única resposta
Israel já está em contacto com famílias dos reféns
Hamas confirma cessar-fogo de quatro dias
Catar anuncia pausa humanitária de quatro dias a começar às 7h00 de sexta-feira
Netanyahu acusa ONU de ser lenta em fornecer ajuda aos refugiados de Gaza
Unicef diz que Gaza é "o lugar mais perigoso do mundo para ser criança"
Israel confirma que diretor do Hospital al-Shifa está sob custódia
Entre reféns a serem libertados, há três israelitas com ligações a Portugal
Adiamento da libertação de reféns com "muito impacto junto das famílias"
Cessar-fogo em Gaza adiado
Foto: Christophe Petit Tesson - EPA
Presidente do centro de memória do Holocausto Yad Vashem questiona comparações entre ataque do Hamas e crimes da Alemanha nazi
"Os crimes que tiveram lugar a 7 de outubro estão ao mesmo nível de crimes nazis, mas não são a Shoah. Não aceito a comparação simplista com o Holocausto, mesmo que haja semelhanças nas intenções genocidas, no sadismo e na barbárie do Hamas", estima.
"Para qualquer judeu que tenha ouvido as histórias das famílias a colocarem as mãos sobre a boca de um bebé para que este não chorasse, a associação de ideias é óbvia. Todos pensámos nisso", prosseguiu, para contrapor que, ao contrário de muitos dos judeus perseguidos na II Guerra Mundial, os israelitas da atualidade estão longe de serem vítimas indefesas e o Estado respondeu de forma dura ao ataque do início de outubro.
Comité Internacional da Cruz Vermelha afirma que pessoal da organização foi alvo de disparos ao tentar entregar ajuda humanitária no norte de Gaza
Diretor do Hospital al-Shifa, o maior de Gaza, e outros profissionais de saúde estarão sob custódia de forças israelitas
Abu Salmiya tem sido uma das vozes mais citadas pelos meios de comunicação internacionais na denúncia da degradação das condições no Hospital al-Shifa, invadido pelas tropas israelitas. O Tsahal tem insistido na versão de que a unidade serviria de base de operações ao braço armado do Hamas.
Em comunicado, o movimento radical palestiniano veio já condenar a detenção de Mohammad Abu Salmiya, exortando o Comité Internacional da Cruz Vermelha e outras organizações internacionais a trabalharem no sentido da sua "imediata libertação".
Netanyahu afirma que Cruz Vermelha vai poder visitar reféns em Gaza
Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros esteve no kibbutz Be'eri, uma das comunidades atacadas a 7 de outubro pelo Hamas
Exército israelita dá conta de vários lançamentos de rockets, a partir de território libanês, contra território israelita
Fonte palestiniana adianta à AFP que haverá detalhes "de última hora" a definir no que diz respeito à libertação de reféns
Outra fonte do Hamas, citada pela agência francesa, indica que houve "obstáculos ligados à situação no terreno" que impediram a entrada em vigor do acordo na manhã desta quinta-feira, como estava previsto. "Os mediadores estão a deslocar-se entre os dois lados e a atmosfera ainda é construtiva", acrescentou.
Ministério da Saúde da Faixa de Gaza atualiza balanço de vítimas da contraofensiva israelita
Supremo Tribunal israelita rejeita recursos que visavam bloquear acordo com Hamas
Os juízes David Mintz, Alex Stein e Yechiel Meir Kasher, noticia o jornal israelita Haaretz, rejeitaram assim alegações, por parte de alguns peticionários, de discriminação entre reféns.
Exército israelita mantém combates apesar das negociação para trégua
"As tropas terrestres israelitas continuaram a atacar os terroristas, a localizar postos subterrâneos e a atacar as infra estruturas" das milícias palestinianas na Faixa de Gaza, disse hoje um porta-voz militar, enquanto se aguardam mais pormenores sobre o início do anunciado primeiro cessar-fogo.
Segundo o porta-voz, o Exército "está a atacar alvos terroristas na zona de Jabalia", no norte de Gaza, onde também utilizou um `drone` (aparelho aéreo não tripulado) e carros de combate para "eliminar várias células" do Hamas.
O Exército de Israel afirma também ter localizado "um túnel no interior de uma mesquita", e na zona agrícola de Beit Hanoun, no norte de Gaza.
Os soldados, de acordo com a mesma fonte, encontraram e atacaram outro túnel e localizaram numerosas armas e outras infra estruturas subterrâneas no interior de uma residência civil.
"Durante as atividades do Exército em Gaza nas últimas 24 horas, foram efetuados ataques aéreos a mais de 300 alvos do Hamas", incluindo "centros de comando militar, túneis terroristas subterrâneos e instalações de armazenamento, fabrico de armas" e "locais de lançamento de mísseis anti-tanque".
O Movimento de Resistência Islâmica Hamas, que governa Gaza, é considerado organização terrorista por Israel, Estados Unidos e a União Europeia.
A guerra decorre e não se conhecem dados concretos sobre quando vai começar de facto o cessar-fogo temporário que pode vir a interromper a atual ofensiva e que deveria começar hoje.
A verificar-se, as tréguas - na sequência de um pacto entre Israel e o Hamas, mediado pelo Qatar - preveem a libertação de cerca de 50 reféns israelitas em Gaza, em troca de 150 prisioneiros palestinianos, na maioria mulheres e crianças.
No entanto, o conselheiro de segurança nacional israelita, Tzachi Hanegbi, afirmou que a libertação de prisioneiros não vai acontecer antes de sexta-feira e que as negociações continuam.
Este facto levanta dúvidas sobre a aplicação da trégua, que estava inicialmente prevista para durar quatro dias a partir de hoje.
O acordo prevê também a entrada de mais ajuda humanitária, combustível e material médico em Gaza, território sob bombardeamentos incessantes que já mataram mais de 14.500 palestinianos desde o dia 07 de outubro.
O Qatar deverá dar hoje de manhã mais pormenores sobre o início do cessar-fogo.
O emirado afirmou hoje que os contactos entre as partes continuam "de forma positiva".
"Os contactos continuam com as duas partes e com os nossos parceiros no Egito e nos Estados Unidos para garantir o rápido início da trégua e fazer o que for necessário para assegurar o cumprimento do pacto pelas partes", sublinhou um porta-voz oficial do Qatar.
O Hamas atacou o território israelita no passado dia 07 de outubro.
Ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Eslovénia vão visitar Israel, Palestina, Jordânia e Egito
O Governo indica em comunicado que a visita conjunta do ministro português dos Negócios Estrangeiros e da ministra eslovena dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus tem por objetivo "dar continuidade ao diálogo e consultas com atores na região, contribuindo para o diálogo político em curso, indispensável para responder à situação e relançar a via diplomática para a construção de uma paz duradoura e sustentável, ancorada numa solução de dois Estados".
Os ministros têm um encontro, na sexta-feira, com homólogo de Israel, Eli Cohen, no sul do país, e serão recebidos pelo presidente israelita, Isaac Herzog, em Telavive. Nesse mesmo dia, em Ramallah, na Cisjordânia, reúnem-se com o chefe da diplomacia palestiniana, Riyad al-Maliki, e terão um encontro com o primeiro-ministro, Mohammad Shtayyeh.
O dia de sábado será dedicado ao "diálogo sobre a situação atual e as perspetivas de paz na região com dois parceiros regionais de relevo - Jordânia e Egito". Em Amã, os ministros reúnem-se com o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi.
À tarde, no Egito, João Gomes Cravinho e Tanja Fajon têm reunião prevista com o homólogo, Sameh Shoukry, assim como um encontro de cortesia com o presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi. Ainda no Cairo, os ministros têm um encontro marcado com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, no qual pretendem abordar "a situação atual de uma perspetiva regional", nomeadamente sobre o papel da organização e à sua cooperação com a União Europeia, "tendo em vista a paz e a estabilidade no Médio Oriente".
Adiada troca de reféns por prisioneiros. "Hamas não assinou documento"
Os enviados especiais da RTP ao Médio Oriente estão a acompanhar os desenvolvimentos deste processo.
Libertação de reféns e trégua não devem acontecer antes de sexta-feira
- O Governo de Israel adianta que a libertação de reféns não deverá ocorrer antes de sexta-feira. Tal como o início da trégua de quatro dias. Sem mais explicações sobre a decisão, revelou ainda que o processo decorrerá ao abrigo do que ficou estabelecido entre as partes. Ou seja, o Hamas libertará meia centena de reféns e o Estado hebraico deixará sair 150 prisioneiros palestinianos;
- O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, enfatiza que é necessário suspender os ataques para conseguir libertar os reféns. Sem deixar de sublinhar que, apesar da trégua de quatro dias enquadrada pelo acordo com o movimento radical palestiniano, a guerra só vai terminar quando Israel atingir os objetivos;
- O acordo que enquadra a trégua de quatro dias entre Israel e o Hamas entraria em vigor esta quinta-feira. O Governo israelita admite que a trégua, descrita como humanitária, possa ser prolongada. Este é o primeiro entendimento para um calar das armas em quase sete semanas de guerra e foi alcançado com a mediação do Catar e dos Estados Unidos;
- A trégua deverá permitir a entrada em Gaza de cerca de 300 camiões com material humanitário;
- A comissão de prisioneiros da Autoridade Palestiniana considera que a libertação de detidos em solo israelita prevista para os próximos dias poderá criar "uma nova realidade";
- A bebé luso-palestiniana retirada de Gaza está no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para fazer exames médicos. A menor, que chegou ontem à noite a Lisboa, escapou a três bombardeamentos. Quase toda a família morreu durante o conflito, à exceção do pai, que já se encontrava na capital portuguesa;
- O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que já não há portugueses em Gaza. João Gomes Cravinho adianta, todavia, que há cidadãos de outras nacionalidades, com ligações a Portugal, que podem vir a ser retirados nos próximos dias do território palestiniano.
Catar garante que entrada em vigor da trégua será anunciada em breve
Num comunicado, o porta-voz do ministério, Majid bin Mohamed al Ansari, disse que as conversações estão a progredir "positivamente" entre o Catar e o Egito, ambos mediadores da trégua, que prevê a libertação de reféns detidos pelo Hamas.
O comunicado, citado pela agência de notícias catari QNA, referiu que o Catar, o Egito e os Estados Unidos continuam a trabalhar para "garantir o rápido início da trégua" e assegurar que tanto Israel como o Hamas a respeitam.
A posição do Catar surge horas depois do conselheiro de segurança nacional de Israel garantir, na quarta-feira, que a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza e o início da trégua, previstos para esta manhã, não acontecerão antes de sexta-feira.
Tzachi Hanegbi sublinhou que as negociações ainda decorrem e não deu mais explicações para o atraso na troca de reféns por prisioneiros palestinianos, cuja lista já foi divulgada oficialmente pelas autoridades israelitas.
Um responsável palestiniano admitiu hoje à agência de notícias France Presse que o início da trégua na Faixa de Gaza foi adiado devido a discussões de "última hora" sobre os "nomes dos reféns israelitas e os termos de sua entrega" a terceiros.
"O Catar, em coordenação com os egípcios e os norte-americanos, deve anunciar nas próximas horas" o horário de início da trégua, confirmou o responsável, cujo nome não foi revelado pela agência.
O acordo com o Hamas implica, segundo o Governo israelita, a libertação no prazo de quatro dias de pelo menos 50 dos cerca de 240 reféns feitos pelo grupo islamita no dia em que atacou Israel, em 07 de outubro.
Por seu lado, Israel libertará alguns prisioneiros palestinianos, maioritariamente adolescentes.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiantou na quarta-feira ter avisado o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prosseguirá com a guerra depois de o período de "trégua humanitária" expirar.
Um ataque de surpresa e de grande dimensão foi lançado, em 07 de outubro, pelo Hamas contra Israel, provocando, de acordo com as autoridades israelitas, mais de 1.200 mortos e 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A retaliação israelita já matou, segundo o Hamas, mais de 14 mil mortos.
A ONU indicou que mais de dois terços dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra, tendo a maior parte fugido para sul.
Acordo entre Israel e Hamas só deverá efetivar-se na sexta-feira
Benjamin Netanyahu defende que a decisão de suspender ataques para libertar os reféns é a correta. No entanto, apesar do cessar-fogo de quatro dias, o primeiro-ministro de Israel avisa que a guerra não vai terminar até Israel atingir os objetivos.
Acordo para troca de reféns por prisioneiros palestinianos festejado na Cisjordânia
Foto: José Pinto Dias - RTP
A questão palestiniana vista de dentro. Quatro entrevistas com protagonistas dos dois lados do muro
A entrevista aconteceu nos 75 anos da Nakba - nome árabe para catástrofe, a expulsão de 800 mil palestinianos das suas casas e a destruição de aldeias e cidades palestinianas pela mão do recém-formado Estado de Israel. Pappé é visto como um dos novos historiadores israelitas - grupo que tem estudado os acontecimentos de 1948 e a forma como foi criado o Estado de Israel.
Mais de sete décadas depois, numa frase, Ilan Pappé resumia na palestra do dia anterior a realidade dos palestinianos: "Eles só desejam uma vida aborrecida". Os palestinianos querem ter direito a aborrecer-se.
A BTS acaba por ser uma voz singular na denúncia do mecanismo de ocupação israelita, uma voz que aponta o que diz serem as falhas de um sistema de ocupação.
Ori Givati, no inglês quase intraduzível "advocacy director", foi um dos elementos da BTS que trouxe a Lisboa uma exposição ilustrativa do trabalho da Breaking The Silence.
Veterano do IDF, Ori conduziu-nos pela exposição e conversou connosco sobre a missão que liga estes antigos militares: mostrar aos israelitas - e mostrar ao mundo - o que é de facto a realidade do dia-a-dia da ocupação nos territórios palestinianos nos seus detalhes mais sórdidos, uma ocupação que produz ações dirigidas contra palestinianos identificados à partida pelos comandos israelitas como inocentes. Inocentes que servem como medida, não apenas da agressão indiscriminada do IDF, como servem também de aviso às populações palestinianas: ninguém está a salvo.
As operações de mapeamento dos territórios ("mappings" - invasão das casas palestinianas a meio da noite para fazer uma caracterização do local) são um tipo de missão que ilustra o objectivo do exército israelita de remeter os palestinianos à condição degradante de "não conseguirem levantar a cabeça", criando a sensação de uma perseguição sem fim à vista, explica.
Apartheid e limpeza étnica são termos que não ficam fora da conversa. Os métodos israelitas com vista a subjugar todas as vontades são a pedra de toque da BTS. Sem chegar ao ponto de falar da perpetração de crimes pela parte israelita, há na BTS um dedo que aponta o sistema de Apartheid, o modus operandi de um sistema corroído nas suas próprias fundações morais.
O objetivo final da organização, diz Ori Givati, é "mostrar", "servir de espelho", acabar com a indiferença e pôr os israelitas a pensar sobre a folha de serviço dos seus militares nos territórios palestinianos. Obrigar o país a tomar consciência do sistema que se destina a perpetuar uma ocupação injustificada.
Trazido às salas portuguesas, "Gaza Mon Amour" fala da paixão tardia de Issa, um velho pescador que durante a sua conquista encontra uma estátua do deus Apolo perdida no mar, acabando por chamar a atenção do Hamas. Uma sátira de amor e desejo, o filme tem como cenário de fundo o cerco israelita mas está propositadamente desprovido de teor político, centrando-se nos desejos mundanos, como se este fosse um romance que pudesse ser vivido em qualquer lugar.
Telavive diz ter encontrado esconderijo do Hamas sob hospital de Gaza
Dezenas de soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) escoltaram jornalistas através de um estreito túnel de pedra - que, segundo os militares, se estende por 150 metros - até uma série de bunkers subterrâneos sob o hospital al-Shifa, na cidade de Gaza.
De acordo com um jornalista da agência de notícias Associated Press, os alojamentos localizados no final do túnel tinham ar condicionado, cozinha, quarto de banho e duas camas de metal e estavam revestidos de azulejos brancos já amarelados e pareciam há muito não serem usados.
Desde que declarou guerra ao Hamas, em 7 de Outubro, Israel acusou repetidamente o grupo de usar os hospitais de Gaza como cobertura para uso militar.
O exército israelita lançou um ataque a al-Shifa na semana passada, alegando que o hospital albergava uma base do movimento islamita palestiniano, incluindo centros de comando e bunkers.
Israel ainda não revelou este suposto centro, mas os militares descreveram o esconderijo subterrâneo como a sua descoberta mais significativa até agora.
O Hamas e a administração do hospital negaram as alegações do exército israelita.
"O hospital al-Shifa é o maior hospital de Gaza e também a maior instalação terrorista do Hamas", disse o porta-voz das IDF.
"Os comandantes do batalhão do Hamas conduziam o comando e controlo, disparando foguetes daqui", acrescentou o contra-almirante Daniel Hagari.
Na quarta-feira, soldados israelitas mostraram aos jornalistas estrangeiros o armamento que dizem ter encontrado no hospital, incluindo dezenas de metralhadoras de assalto AK-47, 20 granadas e vários drones.
Hagari disse que era apenas uma pequena parte do armamento encontrado em al-Shifa.
Centenas de pacientes e médicos permanecem retidos no hospital. Milhares de pessoas que tinham procurado abrigo no complexo fugiram para o sul da Faixa de Gaza na semana passada, enquanto os tanques israelitas se aproximavam e os combates se intensificavam.
EUA intercetam no Mar Vermelho drones explosivos lançados do Iémen
"O USS Thomas Hudner disparou e destruiu numerosos drones de ataque lançados a partir da região do Iémen controlada pelos Huthis", disse o Centcom na rede social X (antigo Twitter).
"Os drones foram abatidos enquanto o navio de guerra patrulhava o Mar Vermelho. O navio e a tripulação não sofreram danos ou ferimentos", acrescentou.
Os Huthis anunciaram, no final de outubro, que realizariam ataques contra Israel até que este pusesse fim à sua ofensiva contra Gaza, para defender "o direito do povo palestiniano à autodefesa".
Os rebeldes do Iémen reivindicaram na quarta-feira o disparo de um míssil de cruzeiro contra o sul de Israel e que foi intercetado pela aviação israelita, afirmou o porta-voz do grupo armado apoiado pelo Irão.
"As nossas forças lançaram mísseis contra vários alvos militares da entidade israelita", escreveu no X o porta-voz do braço armado dos Huthis, Yahia Saree.
"Continuaremos a realizar operações militares até que a agressão israelita contra o povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia termine", acrescentou.
O Exército israelita afirmou na quarta-feira ter intercetado um míssil de cruzeiro que avançava em direção ao sul do país.
Uma aeronave de combate "intercetou com sucesso um míssil de cruzeiro disparado contra Israel", após relatos de uma intrusão no espaço aéreo perto da cidade de Eilat, afirmou-se num comunicado do exército, acrescentando que "não houve infiltração em território israelita".