Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Bassam Masoud - Reuters
Foto: David Dee Delgado - Reuters
Depois do veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que acabou por chumbar a resolução de António Guterres para um cessar-fogo humanitário em Gaza, Israel disse que para haver o fim do Hamas não pode haver o fim da guerra.
Foto: Clodagh Kilcoyne - Reuters
Os reféns que foram libertados trazem marcas profundas, físicas e psicológicas. Há casos de famílias que continuam em desespero. Parte já regressou a Israel mas os homens, mesmo de mais idade, continuam em Gaza.
Ibraheem Abu Mustafa - Reuters
O Programa Alimentar Mundial diz que metade da população em Gaza está a passar fome. A ONU avança que só três dos 36 hospitais do enclave, conseguem dar os cuidados básicos de saúde aos feridos. As agências internacionais avisam que o colapso total é eminente, mas ainda assim Israel não dá tréguas e os combates prosseguem.
Mais de 25% das zonas urbanas de Gaza foram completamente varridas do mapa pelos ataques israelitas desde o início da guerra, em 07 de outubro, disse hoje o ministro das Obras Públicas e Habitação local, Mohamed Ziara.
De acordo com a agência noticiosa oficial da Palestina, a Wafa, citada pela agência espanhola EFE, o governante afirmou que mais de 250 mil casas foram parcial ou totalmente destruídas e quase um terço das infraestruturas, incluindo estradas, condutas de água, esgotos, eletricidade e linhas de comunicação estão inutilizáveis.
O ministro disse que não há combustível para fazer funcionar a maquinaria pesada necessária para remover os destroços de todo o mobiliário urbano destruído, pelo que "os cidadãos recorreram a métodos manuais" para gerir a grande quantidade de ruínas, onde morreram "milhares de civis, a maioria dos quais crianças, mulheres e idosos".
As declarações de Mohamed Ziara à agência noticiosa oficial local surgem no mesmo dia em que o Ministério da Saúde local anunciou que os bombardeamentos israelitas das últimas horas mataram pelo menos 130 pessoas na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Enquanto combate no norte de Gaza, o exército israelita tenta controlar Khan Younis, no sul, que considera um dos principais redutos do Hamas na Faixa de Gaza.
Desde o início do conflito, pelo menos 17.620 pessoas foram confirmadas como mortas e 46.739 feridas em Gaza, segundo as autoridades de Gaza.
O ataque do Hamas sem precedentes em solo israelita, em 7 de outubro, matou 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas, desencadeando uma espiral de violência na região.
A Organização Não-Governamental (ONG) Save the Children acusou hoje Israel de estar a usar a fome como uma arma de guerra contra a população civil de Gaza, apelando a um "cessar-fogo imediato e definitivo".
"Afastar deliberadamente a população civil de comida, água e combustível e impedir propositadamente os mantimentos de chegarem às populações é usar a fome como arma de guerra, o que inevitavelmente tem um impacto mortal nas crianças", alertou esta ONG, citando vários casos de crianças e famílias que não têm acesso a água, abrigo e comida durante vários dias seguidos.
Esta ONG está a "apelar à comunidade internacional para garantir um cessar-fogo imediato e definitivo e ao Governo de Israel para reverter as condições que tornaram a resposta humanitária praticamente impossível, incluindo o acesso direto a toda a região de Gaza, e o regresso da entrada do comércio em Gaza", lê-se num comunicado colocado no site desta organização.
"A fome nunca deve ser usada como um método de guerra", disse ainda a Save the Children, que dá conta de "vários relatos de colaboradores que falam de famílias que estão vários dias sem comida, abrigo, água ou acesso a cuidados de saúde, incluindo na chamada `zona segura` de Al-Mawasi".
No comunicado, aponta-se ainda que as mudanças consecutivas a que os habitantes de Gaza são sujeitos por ordem dos militares israelitas "estão a empurrar os civis para `zonas seguras` mortais, que só colocam os civis ainda mais em perigo, porque são empurrados para zonas que não os conseguem acomodar ou garantir os serviços básicos necessários, e nas quais continuam a ser atacados".
A ONG cita a Organização Mundial da Saúde para sublinhar que o aumento das doenças motivado pela falta de acesso a alimentos e água potável pode ser mais mortal do que os próprios bombardeamentos, e lamenta que as crianças de Gaza estejam encurraladas "entre bombardeamentos, fome e doenças".
No princípio deste mês, as Nações Unidas disseram que quase 7.700 crianças com menos de cinco anos sofriam de desnutrição severa, a mais mortífera forma de má nutrição, e num relatório separado também citado no comunicado, o Programa Alimentar Mundial alerta que nove em cada dez pessoas em Gaza admitiram ter passado pelo menos 24 horas sem comida, com quase um quinto a terem passado por isso mais de dez dias no último mês.
As estruturas do Hamas publicaram hoje um balanço global de 17.490 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza.
O ataque do Hamas sem precedentes em solo israelita, em 7 de outubro, matou 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.
Foto: Ibraheem Abu Mustafa - Reuters
Multiplicam-se as reações ao veto dos EUA a um cessar-fogo, desde logo no Médio Oriente. Paulo Jerónimo e José Pinto Dias estão em Telavive a acompanhar a evolução dos acontecimentos.
Foto: Ibraheem Abu Mustafa - Reuters
Sem diálogo na Faixa de Gaza há novos avisos sobre ataques iminentes. Já este sábado raides israelitas provocaram mais morte e destruição em Rafah e Khan Younis.
Os chefes da diplomacia de cinco países árabes e da Turquia apelaram hoje pessoalmente ao homólogo norte-americano, Antony Blinken, para que pressione mais Israel a aceitar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O apelo foi feito na chamada Cimeira Conjunta Árabe-Islâmica, que decorreu no Qatar com a presença de Blinken, um dia depois de Washington ter vetado uma resolução do Conselho de Segurança sobre um cessar-fogo em Gaza.
Blinken foi convidado a participar na cimeira pelos homólogos do Qatar, Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Palestina e Turquia.
Os seis ministros pediram a Blinken um "papel mais alargado" dos Estados Unidos "na pressão sobre a ocupação israelita para que se chegue a um cessar-fogo imediato", segundo a agência espanhola Europa Press.
Também manifestaram desapontamento por o Conselho de Segurança não ter votado, pela segunda vez, uma resolução para um cessar-fogo imediato em Gaza por razões humanitárias, "depois de os Estados Unidos terem usado o poder de veto".
"Os membros do comité ministerial renovaram a posição unificada sobre a rejeição da continuação das operações militares pelas forças de ocupação israelitas na Faixa de Gaza, renovando o apelo à necessidade de um cessar-fogo imediato e abrangente", afirmaram.
Reiteraram ainda o empenho na "criação de um verdadeiro clima político conducente a uma solução de dois Estados e à criação de um Estado palestiniano".
Os Estados Unidos vetaram na sexta-feira uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava para um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas em Gaza, em guerra desde 07 de outubro.
A resolução resultou de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter invocado pela primeira vez o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas.
O artigo em causa permite ao secretário-geral chamar a atenção do Conselho de Segurança para uma questão que pode pôr em perigo a paz e a segurança internacionais.
Yosri Aljamal - Reuters
As forças israelitas continuam a avançar em Gaza. No terreno, além das investidas nessa cidade, Israel intensifica também as incursões em várias zonas da Cisjordânia. O relato é do enviado especial da Antena 1 ao Médio Oriente, Luís Peixoto.
Israel manteve hoje a ofensiva contra o Hamas em Gaza, depois de os Estados Unidos terem vetado uma resolução sem precedentes do Conselho de Segurança da ONU que apelava para um "cessar-fogo humanitário imediato".
O Hamas "condenou veementemente" o veto norte-americano numa declaração divulgada hoje por Ezzat al-Rishq, um alto dirigente político grupo islamita palestiniano.
Al-Rishq descreveu o veto como uma "posição imoral e desumana" e como uma "participação direta" na morte dos palestinianos na Faixa de Gaza, segundo a agência francesa AFP.
A resolução, preparada pelos Emirados Árabes Unidos, recebeu 13 votos a favor, o veto dos Estados Unidos e uma abstenção (Reino Unido), depois de o secretário-geral ter invocado o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas.
O artigo em causa permite ao secretário-geral chamar a atenção do Conselho de Segurança para uma questão que pode pôr em perigo a paz e a segurança internacionais.
As autoridades de saúde do Hamas disseram na sexta-feira que os bombardeamentos israelitas tinham matado mais de 17.400 pessoas, mas já hoje deram conta de mais de uma centena de mortos nas últimas horas.
O Hospital Al-Aqsa, no centro do enclave palestiniano, registou 71 mortos e 160 feridos durante as últimas 24 horas em bombardeamentos israelitas, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
No sul de Gaza, o Hospital Nasser registou 62 mortos e 99 feridos, segundo a mesma fonte, citada pela agência espanhola EFE.
Foto: David Dee Delgado - Reuters
O ministro português dos Negócios Estrangeiros lamenta a decisão dos Estados Unidos de rejeitarem a resolução de cessar-fogo imediato em Gaza e insiste na via do diálogo.
Foto: David Dee Delgado - Reuters
Os Estados Unidos vetaram um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza. Washington bloqueou o projeto de resolução, alegando que, embora apoie os apelos a uma paz duradoura, um cessar-fogo apenas plantaria as sementes para a próxima guerra.
A China expressou hoje "profunda deceção" com o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos e patrocinada por 97 países membros.
A proposta "reflete o apelo universal da comunidade internacional e representa a direção certa para o restabelecimento da paz", afirmou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, citado pela televisão estatal CGTN.
"A China apoia totalmente esta iniciativa e juntou-se à pressão para a elaboração deste projeto de resolução", acrescentou Zhang, que acusou Washington de empregar "dois pesos e duas medidas" ao falar da proteção das mulheres, das crianças e dos direitos humanos, enquanto "consente" na continuação do conflito.
Zhang apelou ainda a Israel para que ponha fim à "punição coletiva do povo de Gaza".
Esta é a segunda vez, desde o início da guerra em Gaza, que os EUA vetam uma resolução no mesmo sentido - fizeram-no a 18 de outubro - alinhando assim com Israel, que argumenta que um cessar-fogo deste tipo ajudaria o Hamas a rearmar-se e a manter em cativeiro os 138 reféns na Faixa de Gaza.
A 18 de outubro, os EUA vetaram também, sozinhos, uma resolução de cessar-fogo semelhante apresentada pelo Brasil, argumentando que não mencionava o direito de auto-defesa de Israel.
Esta última votação foi realizada a pedido do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que esta semana recorreu a um mecanismo excecional da carta fundadora do organismo, o artigo 99, que lhe dá poderes para solicitar a intervenção do Conselho de Segurança em casos de ameaças graves à paz e à segurança no mundo.
Esteve internada no hospital de Santa Maria durante duas semanas por questões sociais. O pai da bebé pede agora ao governo português que aceite o resto da família que ainda está em Gaza como refugiados de guerra.