A China pede à comunidade internacional esforços para "evitar um impacto no desenvolvimento económico mundial". "O Golfo Pérsico e as suas águas circundantes são canais importantes para o comércio internacional de bens e energia", afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun.
Em conferência de imprensa em Pequim, esta segunda-feira, este porta-voz sublinhou que "manter a segurança e a estabilidade na região está no interesse comum da comunidade internacional".
É preciso intensificar "os esforços para promover a distensão dos conflitos".
Pequim insiste em acusar Washington de "exacerbar as tensões no Médio Oriente" ao atacar infraestruturas nucleares iranianas.
A China, juntamente com a Rússia e o Paquistão, apresentou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução que apela a "um cessar-fogo imediato e incondicional" entre Irão, Israel e Estados Unidos.
"Atacar instalações nucleares sob as salvaguardas do Organismo Internacional de Energia Atómica constitui uma violação grave dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional", sublinha o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
Defendendo o regresso ao "caminho da solução política", a diplomacia chinesa não comentou diretamente os apelos do secretário de Estado norte-americano.
Marco Rubio pediu à China para interceder junto do Irão para evitar o encerramento do estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.
Um apelo após a emissora estatal iraniana Press TV divulgar que o parlamento aprovou um plano para encerrar o estreito. No entanto, a decisão final está nas mãos do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
O encerramento do estreito de Ormuz tem implicações diretas no fornecimento de petróleo e gás no Mundo.

Ilustração - Dado Ruvic - Reuters
Cerca de 20 por cento do petróleo mundial passa pelo estreito de Ormuz, com os principais produtores de petróleo e gás do Médio Oriente a utilizarem esta ligação marítima para transportar a energia da região.
Qualquer interrupção destas ligações vai fazer os preços globais do petróleo dispararem com consequências profundas para a economia. Em particular para a China que é o maior importador mundial de petróleo iraniano e mantém uma relação próxima com Teerão.
Os dois países assinaram um acordo de cooperação económica em 2021 que
inclui um investimento chinês nos setores da energia e das
infraestruturas do Irão.
A Arábia Saudita, o Irão, o Iraque e os
Emirados Árabes Unidos, que estavam entre os principais fornecedores de
crude para a China em 2024, enviam grande parte da sua carga através
desta passagem estratégica.
Por isso, Marco Rubio tornou público um apelo a Pequim, numa entrevista à Fox News no domingo. "Eu encorajo o governo chinês a contatá-los (aos líderes do Irão) sobre isso (o encerramento), porque eles dependem muito do estreito de Ormuz para terem petróleo".
"Se eles [fecharem o estreito]... será um suicídio económico. Nós temos opções para lidar com isso, mas outros países não têm outras soluções e isso prejudicaria as suas economias muito mais do que a nossa", garantiu Rubio.
Os preços do petróleo subiram após o ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas.
O preço do petróleo Brent, de referência, atingiu o nível mais alto em cinco meses. No domingo à noite, o preço do barril de Brent chegou aos 78,89 dólares, o maior nível desde janeiro.