Golpe de Estado na Guiné-Bissau. Militares anunciam "controlo total do país"
Foram registados tiros de armas ligeiras na cidade de Bissau, capital da Guiné-Bissau. Há relatos de que o presidente Umaro Sissoco Embaló foi detido, enquanto os militares anunciaram o "controlo total do país". Acompanhamos aqui, ao minuto, todos os desenvolvimentos.
A Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau informou suspendeu os atos consulares agendados, devido à situação política no país africano.
A Embaixada portuguesa informa, através dos canais oficiais, "que, tendo em conta a atual situação de segurança, se encontra temporariamente suspensa a realização dos atos consulares agendados na Secção Consular".
"Os atendimentos afetados serão reagendados para a primeira oportunidade possível, logo que as condições o permitam", lê-se na nota divulgada, que acrescenta que "a Secção Consular mantém-se em funcionamento para efeitos de apoio consular de emergência aos cidadãos portugueses".
Na mesma nota informativa, a Embaixada de Portugal em Bissau indica que "continua a acompanhar de perto a situação de segurança na cidade de Bissau" e reitera "a recomendação de prudência e vigilância, bem como de evitar deslocações desnecessárias".
C/Lusa
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Principal líder da oposição preso por "homens armados"
O líder da oposição guineense, Domingos Simões Pereira, que foi impedido de concorrer às eleições presidenciais, foi também preso por "homens armados", esta quarta-feira.
De acordo com AFP, o líder do PAIGC, o partido histórico que conduziu a Guiné-Bissau à independência, foi inicialmente excluído da corrida presidencial por ter apresentado a candidatura fora do prazo. Posteriormente, declarou apoio à candidatura de Fernando Dias, que reivindica a vitória nas eleições presidenciais e cujo destino permanecia incerto no final da tarde de quarta-feira.
"Ele não está seguro porque o prenderam", disse um membro da família de Pereira à AFP, acrescentando que não podiam especificar quem estava por trás da detenção.
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RTP
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Guineenses em Portugal protestam junto à embaixada
Em Lisboa, guineenses juntaram-se em protesto contra atrasos no apuramento eleitoral e denunciam falsa tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau.
Um grupo de jovens guineenses concentrou-se esta tarde, à frente da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal. A manisfestação espontânea, aconteceu logo depois do golpe militar em Bissau.
"Unidade" e "luta" foram as duas palavras mais proferidas pelos jovens guineenses.
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RTP
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Chefe de Estado-Maior das Formas Armadas suspendeu processo eleitoral
O chefe de Estado-Maior das Formas Armadas da Guiné-Bissau, o General Biagué Nan Tam que fez campanha a favor do presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendeu o processo eleitoral em que Umaro Sissoco foi derrotado logo na primeira volta. A informação foi avança nas redes sociais do Bissau On-Line.
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RTP
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Guterres "profundamente preocupado" apela à contenção
O secretário-geral da ONU diz estar a acompanhar a situação na Guiné-Bissau "com profunda preocupação" e apela à contenção e respeito pelo Estado de direito, indicou o porta-voz de António Guterres.
"Sobre a situação na Guiné-Bissau, posso afirmar que o secretário-geral está a acompanhar a situação com profunda preocupação. Apela a todas as partes interessadas nacionais na Guiné-Bissau para que exerçam contenção e respeitem o Estado de direito", afirmou Stéphane Dujarric, na conferência de imprensa diária em Nova Iorque.
Guterres continuará a acompanhar de perto o desenrolar da situação no país, concluiu o porta-voz.
C/Lusa
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Candidato presidencial Fernando Dias também foi detido
O candidato à presidência da República da Guiné-Bissau, Fernando Dias, considera que o que está a acontecer no país é uma "intentona". O líder do PRS falava aos jornalistas na sede de campanha.
A RTP sabe que milícias armadas invadiram o local onde o candidato falava aos jornalistas. Fernando Dias e também Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, terão sido detidos.
O ainda presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse entretanto à FRANCE 24 que foi deposto depois de os militares terem reivindicado o controlo total do país, alegando a necessidade de esclarecer a situação antes de retornar à ordem constitucional.
Já ao início da tarde desta quarta-feira, Sissoco Embaló tinha afirmado que tinha sido alvo de um golpe de Estado e confirmou, em declarações ao jornal Jeune Afrique, que foi detido por militares esta quarta-feira, por volta das 12h00, no seu gabinete no palácio presidencial, em Bissau.
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Governo português apela a que se retome a normalidade do funcionamento das instituições
Face aos últimos acontecimento na Guiné-Bissau, o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado a apelar a que "todos os envolvidos se abstenham de qualquer acto de violência institucional ou cívica e que se retome a regularidade do funcionamento das instituições, de modo que se possa finalizar o processo de apuramento e proclamação dos resultados eleitorais".
O Ministério diz estar em contacto permanente com a embaixada portuguesa em Bissau "para se assegurar da situação dos cidadãos portugueses e, bem assim, da posição em geral".
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RTP
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Militares assumem "controlo total do país" e "suspendem" processo eleitoral
Os militares na Guiné-Bissau anunciaram esta quarta-feira que assumiram o "controlo total do país", "suspenderam o processo eleitoral" e fecharam as fronteiras, enquanto o país aguarda os resultados das eleições presidenciais e legislativas realizadas no domingo.
O anúncio foi feito pelos próprios militares, que leram um comunicado na sede do Estado-Maior das Forças Armadas, na capital Bissau, segundo a agência France-Presse.
Num comunicado lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, foi informado que os militares assumiram a liderança do país.
Na comunicação informa-se que foi "instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública" e que o mesmo "acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau".
O Alto Comando Militar informa que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que encerrou, “até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau”.
Informa ainda que estão suspensas “as atividades de todos os órgãos de comunicação social", assim como decidiu “suspender imediatamente o processo eleitoral em curso”.
Os militares encerraram também todas as fronteiras do país, terrestres, marítimas e espaço aéreo nacional, e estabeleceram “recolher obrigatório das 19:00 até 06:00, até repostas as condições necessárias para restaurar a normalidade constitucional do Estado guineense”.
No comunicado, explica que se trata de uma reação “à descoberta de um plano em curso de destabilização do país”, atribuído a “alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros”.
Segundo os militares, o plano consistiria na “tentativa de manipulação dos resultados eleitorais” das eleições gerais de domingo, cuja divulgação estava agendada para quinta-feira.
O Alto Comando Militar acrescenta que “foi descoberto pelo Serviço de Informação de Estado um depósito de armamento de guerra” destinado à “efetivação desse plano”.
O Alto Comando Militar exercerá o poder do Estado a contar da data de hoje “até que toda a situação seja convenientemente esclarecida e respostas as condições para o pleno retorno à normalidade constitucional”, acrescenta.
Os militares apelam “à calma, à colaboração dos guineenses e compreensão de todos perante” o que classificam como “grave situação imposta por uma emergência nacional".
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Ponto de situação
RTP
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Tiros em Bissau junto ao Palácio Presidencial. Sissoco Embalô detido
Há relatos de tiros de armas ligeiras e de guerra no centro da cidade de Bissau, capital da Guiné-Bissau. Há ainda a informação de que o presidente Umaro Sissoco Embaló terá sido detido.
De acordo com uma página de Facebook associada ao presidente da República guineense, oficiais militares ligados à etnia balanta, maioritária na Guiné-Bissau, terão levado preso Umaro Sissoco Embaló.
Os relatos indicam que homens em uniformes militares assumiram o controlo da principal via de acesso ao palácio e será uma alegada tentativa de golpe de Estado que membros da sociedade civil e de partidos da oposição denunciam como sendo uma manobra do chefe de Estado para suspender o processo de contagem de votos das eleições presidenciais de domingo que lhe seria desfavorável.
Um porta-voz de Embaló, Antonio Yaya Seidy, disse à agência Reuters que homens armados não identificados atacaram a comissão eleitoral para impedir o anúncio dos resultados da votação, previsto para acontecer na quinta-feira.
Tanto Sissoco Embaló como o candidato da oposição, Fernando Dias, reclamaram a vitória na primeira volta.
A Guiné-Bissau ainda está a aguardar os resultados oficiais das eleições gerais, presidenciais e legislativas, de domingo.