Guterres "chocado" com elevado número de jornalistas mortos em Gaza

por Lusa

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou hoje o trabalho dos jornalistas na guerra em Gaza e disse estar "chocado" com o elevado número de profissionais mortos no enclave palestiniano.

"As Nações Unidas reconhecem o trabalho inestimável dos jornalistas e dos profissionais da comunicação social para garantir que o público esteja informado e empenhado", afirmou hoje o ex-governante português, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas informou que pelo menos 97 jornalistas e profissionais da comunicação social foram mortos desde o início do conflito em Gaza, a 07 de outubro.

O líder das Nações Unidas também sublinhou o papel dos jornalistas que informam sobre a "emergência ambiental sem precedentes que representa uma ameaça existencial para esta e para as gerações futuras".

Guterres citou os dados divulgados quinta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO): nos últimos 15 anos, registaram-se cerca de 750 ataques a jornalistas e meios de comunicação social que relatavam questões ambientais.

A UNESCO informou também sobre a morte de 44 jornalistas que faziam reportagens sobre questões ambientais e pelo menos 24 tentativas de assassinato.

Neste dia, Guterres denunciou ainda o "uso indevido" de procedimentos legais para "censurar, silenciar, deter e assediar" repórteres ambientais, "à medida que uma nova era de desinformação climática se concentra em minar soluções comprovadas, incluindo as energias renováveis".

"Sem factos, não podemos combater a desinformação. Sem responsabilidade, não teremos políticas sólidas. Sem uma imprensa livre, não teremos liberdade. Uma imprensa livre não é uma escolha, é uma necessidade", sublinhou.

Criticando a impunidade de quem cometeu crimes contra os jornalistas, "Guterres acrescentou que a "liberdade de imprensa está ameaçada e o jornalismo ambiental é uma profissão cada vez mais perigosa".

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas e pela própria UNESCO desde 03 de maio de 1993, o português apelou a "governos, ao setor privado e à sociedade civil" para que se comprometam a salvaguardar os direitos dos "profissionais da comunicação social" em todo o mundo.

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