Guterres evita comentar reconhecimento do Estado da Palestina por três países europeus

por Lusa

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, evitou hoje comentar a decisão de Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecerem conjuntamente o Estado da Palestina em 28 de maio.

No seu `briefing` diário à imprensa, Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, recebeu várias perguntas sobre o anúncio dos três países europeus e o seu eventual impacto na guerra em Gaza, mas respondeu de forma contundente: "Vou deixar que outros prevejam quais os efeitos que essas ações terão".

Para a ONU, a prioridade continua a ser um acordo de cessar-fogo, acelerar a entrada de ajuda humanitária e promover a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, além de um objetivo de longo prazo que é a solução dos dois Estados - Israel e Palestina - "em segurança e com direito à autodeterminação", sublinhou Dujarric.

Em referência à resposta israelita face ao anúncio dos países europeus, o porta-voz disse que o pedido de consultas dos três embaixadores em Madrid, Dublin e Oslo era "uma questão bilateral", mas criticou a retenção por Israel dos impostos que financiam parcialmente a Autoridade Palestiniana, sublinhando que "é importante que a parte devida à Autoridade Palestiniana lhe seja paga".

Embora Dujarric tivesse medido as palavras acerca do assunto, a questão do reconhecimento palestiniano pelos três países europeus esteve presente em vários momentos hoje na ONU, como quando o representante da Palestina, Riyad Mansour, se cercou dos embaixadores espanhol, norueguês e irlandês para uma fotografia comemorativa às portas do Conselho de Segurança.

Mansour tomou ainda a palavra para defender que o anúncio dos três países deixa evidente "quem está do lado certo da História e quem está do lado errado".

Para o veterano diplomata palestiniano, o reconhecimento do seu Estado é "um investimento na paz e (serve para) salvar a solução de dois Estados", o israelita e o palestiniano, e é do interesse de Israel "aprender as lições e ouvir este grito massivo internacional".

 

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