A Burisma, empresa ucraniana de gás que teve o filho de Joe Biden nos quadros superiores, terá sido em novembro alvo de um ciberataque por parte de hackers russos. A empresa é uma peça fundamental do processo de destituição de Donald Trump, que é acusado de ter pedido ao Presidente da Ucrânia que investigasse Joe Biden, Hunter Biden e a própria Burisma.
A empresa de cibersegurança garante que o ataque está ligado ao Departamento Central de Inteligência da Rússia, conhecido por GRU, e diz ter encontrado semelhanças entre este ataque e aquele realizado em dezembro de 2016 contra democratas, incluindo Hillary Clinton.
“A altura em que ocorreu este ataque do GRU, antes das eleições presidenciais de 2020, faz aumentar as suspeitas de que este é um aviso prévio daquilo que temos antecipado desde os ciberataques de 2016”, explicaram os co-fundadores da Area 1.
“Mais uma vez, [os piratas informáticos] roubaram acessos de e-mail naquela que acreditamos ser uma repetição da ingerência russa nas últimas eleições norte-americanas”.
Também desta vez os hackers terão utilizado e-mails com vírus informáticos para obter nomes de utilizador e palavras-passe de funcionários da Burisma, conseguindo depois acesso aos servidores internos da empresa.
Uma fonte da Burisma disse à agência Reuters que o website da empresa tem sido alvo de várias tentativas de invasão informática nos últimos seis meses.
Burisma no centro do impeachment
Em julho de 2019, Donald Trump realizou uma chamada telefónica com o seu homólogo ucraniano durante a qual lhe pediu que conduzisse uma investigação sobre Joe Biden, principal rival do atual Presidente norte-americano nas eleições deste ano. Pediu ainda que Hunter Biden e a empresa de gás Burisma fossem investigados.
Trump terá feito o pedido por acreditar que a família Biden está envolvida em crimes de corrupção na Ucrânia – onde Hunter Biden trabalhou na Burisma – e na China. O Presidente dos Estados Unidos veio mais tarde, aliás, afirmar que também a China deveria investigar os Biden.
O telefonema veio a público em setembro, quando alguém o denunciou anonimamente. Desde então multiplicaram-se as críticas contra Trump por este ter alegadamente tentado interferir nas eleições presidenciais que se avizinhavam.
Em dezembro de 2019 a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou artigos de acusação contra Donald Trump por abuso de poder e obstrução aos trabalhos do Congresso. Esses artigos deverão ser enviados ao Senado ainda este mês para que, depois de um novo julgamento, possam ser alvo de uma votação final que determinará se o Presidente será ou não destituído.
Tendo em conta a maioria republicana no Senado, Donald Trump não deverá ser destituído e poderá continuar a preocupar-se com a campanha eleitoral que termina em novembro deste ano.
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