Hamas altera táctica e apanha soldados israelitas através de sites de namoro

por RTP
Reuters

Os palestinianos islamitas do Hamas estão a usar as redes sociais para se infiltrarem nos telemóveis dos militares israelitas e, em última instância, acederem às redes de comunicação da estrutura das Forças Armadas de Israel. As suspeitas de uma ofensiva dos radicais islamitas têm meses e obrigaram os serviços de informações do Exército e do Shin Bet a lançar uma operação para detectar e neutralizar os operacionais do Hamas.

A operação lançada pelos serviços secretos israelitas apurou a infiltração de umas três mil contas só da rede social Facebook relacionadas com o IDF (Israel Defense Forces, na designação em inglês para as forças armadas israelitas), muitas delas de grupos fechados, o que constituiu uma preocupação acrescida, já que seria ali que os soldados falariam abertamente das operações militares em curso.
 “Onde estava o telefone, também estava o inimigo”

Oficial do IDF

A táctica do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, adaptou-se aos novos tempos, com equipas dedicadas unicamente à arte do namoro online. Os alvos eram os militares israelitas, que se deixaram seduzir por perfis falsos e imagens de raparigas insinuantes.

Após garantirem que estava ganha a confiança dos interlocutores do IDF, a prioridade era levá-los a descarregar aplicações que passariam a monitorizar os telemóveis israelitas. A partir daí era só recolher a informação que passava pelo aparelho.

“Há, evidentemente, a possibilidade de séria ameaça à segurança nacional, mas o mal infligido não foi assim tão grande e quem foi infectado já não está infectado neste momento”

Oficial do IDF
A estratégia do grupo palestiniano poderá ter garantido a recolha de informação sensível, colocando em causa a própria segurança nacional de Israel, o que levou os serviços de informações do exército israelita a reformular os manuais de procedimentos online para os elementos do IDF.

Restrições especiais foram desenhadas para os postos superiores, de tenente-coronel para cima, agora proibidos, por exemplo, de colocar fotos online (upload).

Outra das normas que devem agora ser atendidas pelos militares tem a ver com a própria constituição da rede de contactos, que não deve ser acrescentada sem que conheçam pessoalmente a pessoa que pede amizade. Acresce a necessidade de evitar descarregar aplicações (downloads) que não seja através da App Store ou o upload de informação classificada. E qualquer actividade suspeita deve ser reportada aos comandantes, seguindo, aliás, o exemplo que levou a desmantelar esta rede do Hamas.

Estes casos estão a ser tratados como uma forte ameaça à segurança de Israel e, de acordo com o site do Jerusalem Post, apesar de os serviços militares e do Shin Bet terem colocado um ponto final na operação do Hamas, Israel não faz ideia da informação que terá sido acedida pelos seus operacionais.
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