Mundo
Harvard. Ex-ministro do Ensino Superior apela à Europa: "temos de nos mobilizar" por "obrigação democrática"
Manuel Heitor condena os cortes anunciados à Universidade de Harvard pela administração norte americana de Donald Trump, situação em que vê uma "perseguição política" que julgava "impensável".
Foto: José Sena Goulão - Lusa
"A posição só pode ser de um repúdio total face àquilo que deveria ser um princípio adquirido nas nossas democracias, sobretudo a autonomia das universidades e do sistema científico", considerou o antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2015-2022).
Recordando dois anos em que foi professor convidado nesta universidade dos Estados Unidos, afirma que nunca notou "qualquer situação de antissemitismo", que tem sido uma das acusações do presidente Trump, não deixando de notar um "espírito aberto e crítico".
Em declarações à Antena 1, Manuel Heitor disse que falta uma resposta do Partido Democrático nos Estados Unidos e que este caso "pode e deve" ser uma oportunidade para a União Europeia.
Para concretizar, diz que "temos que nos mobilizar e criar uma ação de atração de financiamento público e de investimento público a um nível que não tem sido tomado na Europa".
"Sabemos que os níveis de investimento público em ciência e na inovação na Europa têm sido muito inferiores àquilo que se passa nos Estados Unidos ao longo das últimas décadas, hoje já são inferiores também à situação de investimento na China", defende.
Tendo coordenado um grupo que desenvolveu um estudo sobre o futuro da ciência e da inovação na Europa, com propostas feitas à União Europeia, sublinha que aumentar o investimento nesta área "começa a ser uma obrigação democrática".
Esta é uma entrevista completa que pode ouvir no Ponto Central de hoje, do Programa da Manhã da Antena 1.