Índia aprova lei de protecção das mulheres contra violência doméstica
O Parlamento indiano aprovou hoje por unanimidade a Lei de Protecção das Mulheres contra a Violência Doméstica, num país onde as mulheres ainda são cidadãos de segunda categoria.
A norma, que protege as mulheres contra a violência física, sexual, verbal, emocional, económica e contra ameaças, foi aprovada após dois dias de debate parlamentar na Câmara Baixa com o apoio de todos os partidos.
Esta lei permite a um juiz ditar ordens de protecção para as mulheres que sejam vítimas de agressões, uma medida cuja violação implicará penas que podem ir até a um ano de cadeia.
A norma tem espacial relevância num país como a Índia, no qual as mulheres depois de casarem, quase sempre através de casamentos concertados, passam a fazer parte da família do marido e mudam-se para casa dos pais deste para viver com o resto da família.
A mulher, então, muda o seu apelido e passa a depender totalmente do marido e a obedecer a ordens dos elementos da sua nova família.
A discriminação da mulher é claramente visível no país, onde as ruas estão sempre cheias de homens e elas só ocupam oito por cento dos cargos da administração.
A ministra indiana do Desenvolvimento e Recursos Humanos, Kanti Singh, revelou que as denúncias de violência doméstica crescem 9,2 por cento ao ano.
"O objectivo desta lei é dar poder às mulheres sem voz e reduzir a sua exploração", acrescentou.