Intercalares. Biden diz-se "pronto" para trabalhar com oposição republicana

por RTP
Tom Brenner - Reuters

O presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu esta quarta-feira que está "pronto" para trabalhar com oposição. Considerou ainda que terça-feira foi "um bom dia para a democracia" e garantiu que irá tomar uma decisão sobre a recandidatura à Casa Branca no início de 2023.

Em declarações horas depois de se conhecerem os primeiros resultados das eleições intercalares, que se realizaram a 8 de novembro, o presidente norte-americano considera que foi “um bom dia para a democracia” e também “um bom dia para os Estados Unidos".

Numa conferência de imprensa a partir da Casa Branca, Biden destacou que não se registou nenhuma “onda vermelha” (a cor do partido Republicano), ao contrário do que sondagens e os analistas previam.

Indicou no entanto que está “pronto para trabalhar” com os republicanos que conquistem lugares na Câmara dos Representantes e no Senado.

"O povo americano deixou claro, acho eu, que espera que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também", acrescentou.

Por outro lado, Joe Biden confirmou que vetaria quaisquer esforços legislativos dos republicanos no sentido de aprovar uma restrição ao aborto a nível nacional ou um corte de impostos para os mais ricos.
Ucrânia, China e recessão
O presidente norte-americano falou ainda da situação na Ucrânia. Joe Biden disse esperar apoio dos dois partidos para continuar a confrontar a invasão russa e prometeu trabalhar no tema com membros dos dois partidos.

A abordagem a seguir neste tema será discutida num encontro a decorrer na Casa Branca após a cimeira do G20. Biden disse ainda esperar que o presidente russo, Vladimir Putin, queira discutir seriamente uma troca de prisioneiros para conseguir a libertação da jogadora de basquete norte-amerciana, Brittney Griner, detida numa prisão russa.

"A minha esperança é que, agora que a eleição terminou, Putin possa conversar connosco mais seriamente sobre uma troca de prisioneiros", disse em conferência de imprensa.

Na cimeira do G20 que se avizinha, Joe Biden pretende discutir as "linhas vermelhas" que a China não pode cruzar. O presidente norte-americano quer conversar com Xi Jinping para discutir os limites a serem respeitados.

Questionado sobre o estado da economia, Joe Biden garantiu que o governo irá tentar reduzir a inflação, mas não pode garantir que esse objetivo é alcançado. No entanto, o presidente norte-americano considera que a economia não está "nem próximos de uma recessão".

"Estou otimista porque continuamos a crescer e a um ritmo racional. Não estamos nem próximos de uma recessão, em termos de crescimento, mas acho que podemos ter o que a maioria dos economistas chama de uma 'aterragem suave'", sublinhou.
Candidatura a 2024 e Elon Musk
Sobre o futuro na presidência, Joe Biden disse esta quarta-feira que planeia recandidatar-se. No entanto, a decisão definitiva será tomada em contexto "familiar" no "início do próximo ano", anunciou.

O presidente norte-americano acrescentou ainda que "não tem pressa" relativamente à decisão de se submeter eleições para um segundo mandato na Casa Branca, mas que o seu plano é recandidatar-se.

Donald Trump, antecessor de Joe Biden, prometeu fazer "um anúncio muito importante" a 15 de novembro. Espera-se que o ex-presidente norte-americano anuncie já a recandidatura à Casa Branca.

Questionado sobre se aquisição do Twitter pelo magnata Elon Musk constitui uma ameaça à segurança nacional, Joe Biden consideoru que as relações de Musk com outros países "merecem ser analisadas".


"Acho que a cooperação ou as relações técnicas de Elon Musk com outros países merecem ser analisadas. Se está a fazer algo errado... não é isso que estou a sugerir. Estou apenas a dizer que vale a pena olhar para elas", acrescentou.
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