Irão garante que ataque ao consulado em Damasco "não ficará sem resposta"
O alegado ataque de Israel ao consulado do Irão em Damasco, capital da Síria, na segunda-feira, "não ficará sem resposta", afirmou esta terça-feira o presidente iraniano, Ebrahim Raisi. O ataque aéreo provocou 11 mortos: oito iranianos, dois sírios e um libanês.
"Dia após dia, assistimos ao reforço da frente de resistência e à repulsa e ao ódio das nações livres contra a natureza ilegítima" de Israel "e este crime cobarde não ficará sem resposta", acrescentou o presidente iraniano em comunicado.
Teerão prometeu retaliar por este ataque sem precedentes a um edifício diplomático iraniano na Síria, onde o Irão e os seus aliados apoiam o governo do presidente Bashar al-Assad.
Ebrahim Raisi condenou um "ato de invasão desumano, agressivo e desprezível que constitui uma violação flagrante das regras internacionais".
Ebrahim Raisi condenou um "ato de invasão desumano, agressivo e desprezível que constitui uma violação flagrante das regras internacionais".
Para Raissi, Israel "inscreveu os assassinatos indiscriminados na sua agenda" depois de ter sofrido "repetidas derrotas e fracassos contra a fé e a vontade dos combatentes da Frente de Resistência", mas "deve saber que nunca conseguirá atingir os seus objetivos sinistros com meios tão desumanos".
"O inimigo israelita lançou ataques aéreos a partir do Golan sírio ocupado, visando o consulado iraniano em Damasco", disse o Ministério da Defesa da Síria.
Já o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Mekdad, que esteve no local juntamente com o ministro do Interior, condenou “veementemente este atroz ataque terrorista que teve como alvo o edifício do consulado iraniano em Damasco e matou um inocentes". O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, convocou o encarregado de negócios da Suíça em Teerão, que representa os interesses dos Estados Unidos no país.O embaixador do Irão na Síria revelou que o ataque atingiu um edifício consular no complexo da embaixada e que a sua residência ficava nos dois últimos andares.
"Uma mensagem importante foi enviada ao governo norte-americano, uma vez que apoia a entidade sionista [expressão usada para Israel]. A América deve assumir as suas responsabilidades", sublinhou o ministro, citado pela agência de notícias iraniana Irna, apelando ainda "à comunidade internacional" para que dê "uma resposta séria" aos ataques israelitas.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se esta segunda-feira para discutir o ataque, revelou o embaixador da Rússia junto da ONU, Dmitry Polyansky, pedido já aceite, escreveu o diplomata na rede social X (antigo Twitter).
Há muito que Israel tem como alvo as instalações militares do Irão na Síria e as dos seus representantes, mas no ataque de segunda-feira foi a primeira vez que Israel atingiu o vasto complexo da embaixada.
Questionado na noite de segunda-feira sobre o ataque durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, respondeu que "não comenta informações da imprensa estrangeira".
Israel intensificou esses ataques em paralelo com a campanha contra o movimento radical Hamas, apoiado pelo Irão, que desencadeou a guerra de Gaza com um ataque a Israel a 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez 253 reféns, de acordo com os dados israelitas.
Desde o início de outubro, as Forças de Defesa de Israel intensificaram os ataques aéreos na Síria contra o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irão e o grupo armado libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão, que apoiam o governo do presidente sírio Bashar al-Assad.