Israel começou a libertar presos palestinianos após entrega de reféns pelo Hamas
Israel começou a libertar dezenas de prisioneiros palestinianos depois de o Hamas ter libertado mais três reféns na Faixa de Gaza, de acordo com o estabelecido no frágil cessar-fogo, que permanece intacto.
No âmbito deste acordo, deverão ser libertados por Israel 369 prisioneiros e detidos palestinianos, incluindo 36 que cumprem penas de prisão perpétua por ataques mortais.
Autocarros com prisioneiros palestinianos libertados deixaram uma prisão no Negev (sul de Israel) com destino a Gaza, e outros autocarros chegaram a Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Os prisioneiros libertados chegaram à Cisjordânia ocupada e foram recebidos por aplausos da multidão, observou um jornalista da AFP.
Vestindo o tradicional keffiyeh, os prisioneiros libertados foram içados sobre os ombros da multidão e abraçaram os familiares antes de serem submetidos a um rápido controlo.
Esta libertação acontece depois de o grupo islamita Hamas ter libertado três reféns israelitas, na Faixa de Gaza, que foram entregues à Cruz Vermelha e já se encontram em Israel.Os reféns libertados este sábado pelo grupo islamita Hamas apelaram à continuação do acordo de cessar-fogo, nas suas declarações durante uma cerimónia organizada pelo grupo islamita em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, transmitida em direto pela Al Jazeera.
No seu discurso, Sagui Dekel-Chen, um dos três libertados, agradeceu a todos os que contribuíram para a sua libertação e apelou ao governo israelita para que faça tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a continuidade do acordo.
Por seu lado, Iair Horn repetiu várias vezes que "o tempo está a esgotar-se", referindo-se à urgência de continuar o processo.
Autocarros com prisioneiros palestinianos libertados deixaram uma prisão no Negev (sul de Israel) com destino a Gaza, e outros autocarros chegaram a Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Os prisioneiros libertados chegaram à Cisjordânia ocupada e foram recebidos por aplausos da multidão, observou um jornalista da AFP.
Vestindo o tradicional keffiyeh, os prisioneiros libertados foram içados sobre os ombros da multidão e abraçaram os familiares antes de serem submetidos a um rápido controlo.
Esta libertação acontece depois de o grupo islamita Hamas ter libertado três reféns israelitas, na Faixa de Gaza, que foram entregues à Cruz Vermelha e já se encontram em Israel.Os reféns libertados este sábado pelo grupo islamita Hamas apelaram à continuação do acordo de cessar-fogo, nas suas declarações durante uma cerimónia organizada pelo grupo islamita em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, transmitida em direto pela Al Jazeera.
No seu discurso, Sagui Dekel-Chen, um dos três libertados, agradeceu a todos os que contribuíram para a sua libertação e apelou ao governo israelita para que faça tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a continuidade do acordo.
Por seu lado, Iair Horn repetiu várias vezes que "o tempo está a esgotar-se", referindo-se à urgência de continuar o processo.
Hamas libertou mais três reféns
São homens, têm dupla nacionalidade e idades entre os 29 e os 46 anos. Foram raptados do Kibutz Nir Oz durante um ataque de escala e violência sem precedentes levado a cabo em 7 de outubro de 2023 pelo movimento islamita no sul de Israel a partir da vizinha Faixa de Gaza, que desencadeou a guerra no território palestiniano.
Ramadan Abed - Reuters
O grupo islamita Hamas entregou os três reféns israelitas ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), numa cerimónia em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Após quase 500 dias de cativeiro, Sacha Trupanov, um russo-israelita de 29 anos, Sagui Dekel-Chen, um americano-israelita de 36 anos, e Yair Horn, um argentino-israelita de 46 anos, foram libertados.
Horn foi raptado juntamente com o seu irmão, Eitan, que permanece em cativeiro.
Em troca, o acordo prevê que Israel liberte 369 prisioneiros e detidos palestinianos.A libertação de três israelitas, de dupla nacionalidade, mantidos em cativeiro em Gaza há 16 meses, e de 369 prisioneiros palestinianos, teve lugar no dia em que o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, é esperado em Israel.
Entre os mais proeminentes dos 369 prisioneiros palestinianos que deverão ser libertados encontra-se Ahmed Barghouti, 48 anos, um colaborador próximo do líder militante e figura política palestiniana icónica Marwan Barghouti.
Das 251 pessoas feitas reféns na altura, 73 ainda se encontram em Gaza, incluindo pelo menos 35 mortos, de acordo com o exército israelita.
O Egito e o Catar atuaram como mediadores para salvaguardar as tréguas, depois de o Hamas ter ameaçado suspender as libertações e Israel retomar a guerra, com ambas as partes a acusarem-se mutuamente de violar o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor a 19 de janeiro.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 19 de janeiro, esta é a sexta troca de reféns por prisioneiros. Até à data, foram libertados 16 reféns israelitas ou com dupla nacionalidade, bem como cinco reféns tailandeses libertados à margem do acordo. Como em todas as libertações de reféns, centenas de combatentes do Hamas, encapuzados e armados, formaram um cordão à volta de um pódio, desta vez em Khan Younis, no sul do território palestiniano devastado por 15 meses de guerra.
Um grande cartaz foi pendurado com o logótipo das Brigadas Ezzedine Al-Qassam, o braço armado do Hamas, e várias mensagens políticas em árabe, inglês e hebraico, uma das quais dizia “Nenhuma deslocação, exceto para Jerusalém”, em alusão à rejeição pelos palestinianos de um plano americano para retirar os habitantes de Gaza do território.
Combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, um outro grupo armado em Gaza, apresentaram-se diante de uma multidão de espectadores, enquanto canções nacionais eram transmitidas por altifalantes.
Preocupação em Israel
Em Israel, existe uma grande preocupação quanto ao estado físico e psicológico dos três homens. Um antigo refém, Keith Siegel, de 65 anos, libertado a 1 de fevereiro, disse ter sido “morto à fome e torturado”.O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que transfere os reféns do Hamas para o exército israelita em Gaza, afirmou estar “muito preocupado com as condições de vida” dos prisioneiros, depois de ter apelado a que as libertações se processassem de forma “digna”.
Em Telavive, os israelitas, com as bandeiras nacionais na mão, esperavam em frente a ecrãs gigantes pela transmissão em direto da libertação dos reféns.
Durante a libertação anterior, a 8 de fevereiro, o Hamas obrigou três reféns fisicamente muito fracos a saudar uma multidão de habitantes de Gaza, um acontecimento encenado que provocou a ira de Israel.
Sete detidos palestinianos libertados por Israel nessa altura foram hospitalizados na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, “devido à brutalidade” da sua detenção, segundo o Clube dos Prisioneiros.
Dos detidos palestinianos que deverão ser libertados este sábado, 36 foram “condenados a prisão perpétua”, 24 dos quais serão deportados, segundo esta fonte.
A primeira fase da trégua, que durou inicialmente 42 dias, já permitiu a libertação de 16 reféns israelitas e de 765 prisioneiros palestinianos.
Durante esta fase, está prevista a libertação de um total de 33 reféns e 1.900 detidos.
Reinício das conversações
A continuação do cessar-fogo continua incerta, uma vez que as negociações previstas para a segunda fase ainda não começaram. O Hamas declarou que espera que estas negociações comecem “no início da próxima semana”. Os mediadores - Catar, Estados Unidos e Egito - esperam iniciá-las “na próxima semana em Doha”, de acordo com uma fonte próxima das negociações.
A segunda fase do acordo deverá conduzir à libertação de todos os reféns e ao fim definitivo da guerra, antes de uma fase final consagrada à reconstrução de Gaza, um projeto gigantesco estimado pela ONU em mais de 53 mil milhões de dólares.
De acordo com uma fonte próxima das negociações, os mediadores garantiram ao Hamas que Israel “autorizaria a entrada de caravanas e de equipamento pesado assim que o processo de troca de prisioneiros estivesse concluído”.
Quanto ao destino a longo prazo de Gaza, está prevista para 20 de fevereiro, em Riade, uma cimeira de cinco países árabes, em resposta ao plano do Presidente norte-americano Donald Trump - criticado internacionalmente, mas bem acolhido por Israel - de os Estados Unidos assumirem o controlo do território palestiniano e transferirem a sua população para o Egito e a Jordânia, o que estes dois países recusaram.
O ataque do Hamas de 7 de outubro provocou a morte de 1.211 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais e incluindo os reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro em Gaza.
A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza deixou pelo menos 48.222 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, que a ONU considera fiáveis.
c/ agências