Israel conclui ao terceiro dia incursão em Tulkarem que fez cinco mortos

por Lusa

Os soldados israelitas abandonaram hoje à tarde a cidade de Tulkarem, no norte da Cisjordânia, pondo fim a uma incursão que começou na terça-feira e fez cinco mortos, indicou uma porta-voz do Exército.

Três combatentes da brigada de Tulkarem da Jihad Islâmica Palestiniana foram mortos na quarta-feira num bombardeamento com um `drone` (aeronave não-tripulada) da viatura em que seguiam, ao passo que na terça-feira os soldados dispararam sobre dois jovens, uma rapariga e um rapaz, que sucumbiram aos ferimentos das balas e não tinham aparentemente qualquer ligação a grupos armados palestinianos.

"A Jihad Islâmica Palestiniana afirma que continua no firme caminho da `jihad` (guerra santa) e da resistência até à libertação e ao retorno", indicou hoje o grupo armado num comunicado, saudando a morte de Mohammed Nasser Atiya, Imad Jader Shehadeh e Salah Ammar Badu, os três combatentes mortos pelo `drone` israelita.

O Exército israelita intensificou a 28 de agosto os seus ataques no norte da Cisjordânia, com especial incidência em Tulkarem, Jenin e Tubas. Nesta última cidade, vai no segundo dia consecutivo de uma incursão que já somou seis vítimas mortais.

Desde há mais de duas semanas, os constantes ataques das Forças Armadas israelitas a estas cidades e respetivos campos de refugiados, bastiões das milícias palestinianas naquele território ocupado, saldaram-se em cerca de 50 mortos, segundo um balanço efetuado pela agência de notícias espanhola Efe.

Só em Tulkarem e no campo de refugiados situado nos seus arredores, Nur Shams, 13 palestinianos foram mortos neste pico das incursões israelitas e da violência que grassa na Cisjordânia.

Um dos mortos em Nur Shams foi, a 29 de agosto, o líder da brigada de Tulkarem, Mohammed Jaber, conhecido como `Abu Shujaa`, um alvo principal das Forças Armadas israelitas que tinha escapado aos seus ataques em diversas ocasiões.

Contudo, as operações que Israel define como "antiterroristas" não só mataram membros de milícias palestinianas como também civis, como Ayed Abu al-Hayja, de 62 anos e com um défice intelectual, que os soldados balearam mortalmente no mesmo dia, também em Nur Shams.

Por sua vez, em Tubas, a nova incursão militar israelita prossegue hoje também pelo segundo dia consecutivo, com o acesso a todas as suas entradas bloqueado e francoatiradores e soldados destacados nos vários bairros, segundo fontes locais.

Às 00:00 de hoje (22:00 de quarta-feira em Lisboa), as forças israelitas irromperam no campo de Faraa, a sul da cidade, e mataram a tiro o palestiniano Sufyan Abdul Jawad, de 46 anos.

Na quarta-feira de manhã, cinco jovens morreram no bombardeamento com um `drone` israelita, perto da mesquita de Al-Tawhid, na cidade de Tubas. Segundo o Exército, o ataque era dirigido a "membros de milícias armadas".

A Cisjordânia está a viver a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e, desde o início deste ano, pelo menos 360 pessoas morreram em consequência de fogo israelita, na maioria membros de milícias ou atacantes, mas também civis, entre os quais cerca de 60 menores, segundo uma contagem da Efe.

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