Israel. Explosões de autocarros em série abalam Telavive em provável atentado

Várias explosões abalaram esta quinta-feira pelas 20h00 em Portugal, a área de Bat Yam em Telavive, Israel, destruindo três autocarros, com dois engenhos explosivos a serem encontrados depois pela polícia noutros veículos de transporte urbano.

RTP /
As explosões causaram incêndios que destruíram os autocarros Nir Elias - Reuters

Os veículos estavam vazios, tendo chegado ao terminal, e não há notícia de vítimas, mas o evento está a ser considerado um atentado. Os residentes da cidade foram aconselhados a permanecer em casa.

Mais de de três horas depois das explosões, nenhum grupo tinha ainda reivindicado o ataque.

Foram lançadas buscas por pelo menos um suspeito identificado num mercado, Carmel, de Telavive. A polícia esclareceu contudo que um homem identificado em vídeos que circularam nas redes sociais é na verdade "inocente" e não está relacionado com o incidente.

De acordo com o município de Bat Yam, "milagrosamente, os autocarros chegaram aos estacionamentos um momento antes da explosão".


Todos os autocarros do sistema de transportes da área metropolitana de Telavive receberam ordem de parar e evacuar quaisquer passageiros, devendo os condutores e agentes nas proximidades realizar buscas por outros dispositivos.

As primeiras duas explosões em simultâneo provocaram incêndios que destruiram por completo dois veículos, estacionados e isolados no parque de estacionamento de autocarros junto ao Hospital Wolfson em Holon, no sul de Telavive. Um terceiro autocarro explodiu pouco depois. O ministro dos Transportes, Miri Regev, ordenou em seguida a paragem de todos os autocarros, comboios e outros meios de transporte público para investigar a presença de outros engenhos explosivos no sistema.

O chefe da polícia do distrito de Telavive, Haim Sargarof, referiu que cinco dispositivos explosivos idênticos que detonaram ou foram desativados esta noite tinham temporizadores e que o ataque "parece algo ter tido origem na Cisjordânia". As bombas parecem ser improvisadas, acrescentou.

Em conferência de imprensa, Sargarof afirmou que a polícia concluiu uma hora depois as buscas em autocarros e comboios e que está ainda a tentar descobrir quantas pessoas estiveram envolvidas no suposto ataque terrorista.
Atentado na sexta-feira

As investigações aos suspeitos e à forma como foi possível colocar os engenhos nos veículos está a ser efetuada pelo Shin Beit, a unidade nacional responsável pela prevenção do terrorismo.

O ministro da Defesa de Israel ordenou entretanto às Forças de Defesa de Israel, IDF, para intensificarem as operações na Cisjordânia.

Todos os cinco dispositivos explosivos que detonaram ou foram desativados esta noite tinham dispositivos temporizadores, e todas as explosões deveriam acontecer simultaneamente amanhã de manhã, referiram notícias dos media hebraicos citando uma fonte de segurança não identificada. 

A intenção era que fosse um “ataque terrorista estratégico”, referiu o Canal 12 de Israel. "É um milagre que ninguém tenha sido atingido" reagiu uma internauta. Cada um dos dispositivos continha cinco quilos de explosivos, afirmam os relatórios.


Além disso, pelo menos um dos dispositivos não detonados traria uma mensagem coma frase Vingança de Tulkarem, uma referência a uma cidade da Cisjordânia onde as IDF conduziram recentemente uma operação antiterrorista em grande escala.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi informado e está a companhar a situação. Em comunicado, o seu gabinete anunciou que "Netanyahu recebeu atualizações contínuas do seu adido militar sobre os incidentes explosivos na região de Gush Dan e vai em breve reunir-se sobre questões de segurança".
Gantz quer "ataques diretos"

O líder do partido Unidade Nacional, Benny Gantz, apelou para que a série de explosões "seja tratada como um mega ataque terrorista".

"Não devemos concentrar-nos no resultado, mas na intenção", afirmou o deputado da oposição em comunicado.

"Não podemos repetir o erro cometido no ataque frustrado em Megiddo", acrescentou, referindo-se a um carro-bomba em março de 2023 no norte de Israel, perpetrado por um terrorista do Hezbollah que atravessou o país, vindo do Líbano, e que não foi seguido por uma escalada israelita.

“Uma tentativa de assassinar dezenas de israelitas neste dia difícil deve ser enfrentada não apenas com acções tácticas, mas também com ataques directos a quem planeou e financiou o ataque, bem como com a utilização de medidas poderosas contra os redutos dos terroristas”, disse Gantz.

"Devem pagar caro – a um preço que as organizações terroristas não esquecerão", defendeu.
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