Israel pede a habitantes de Rafah que procurem "zonas humanitárias"

por Lusa
Hatem Khaled - Reuters

O exército israelita pediu hoje aos habitantes de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para se deslocarem para "zonas humanitárias".

 

"O exército está a encorajar os residentes da parte oriental de Rafah a deslocarem-se para as zonas humanitárias alargadas", declarou, em comunicado.

A ONU estimou que cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maior parte delas deslocadas pelos combates, estão em Rafah, contra a qual Israel insiste há meses que tenciona levar a cabo uma ofensiva militar de grande envergadura.

O exército israelita garantiu que a operação de retirada dos habitantes da parte oriental da cidade de Rafah, era temporária e "de âmbito limitado".

"Iniciámos uma operação de escala limitada para retirar temporariamente as pessoas que vivem na parte oriental de Rafah", disse um porta-voz do exército numa conferência de imprensa, repetindo: "Esta é uma operação de escala limitada".

Questionado sobre o número de pessoas afetadas, o porta-voz disse que "a estimativa é de cerca de 100 mil pessoas (...) por enquanto".

Em comunicado, o exército indicou que "os apelos à deslocação temporária para a zona humanitária serão transmitidos através de folhetos, SMS, chamadas telefónicas e mensagens em árabe nos meios de comunicação social".

Um residente de Rafah disse à agência de notícias France-Presse que algumas pessoas tinham recebido mensagens de voz nos telemóveis para saírem e mensagens de texto com um mapa a mostrar para onde ir.

No mesmo comunicado, o exército disse ter "alargado a zona humanitária a Al-Mawasi", a cerca de 10 quilómetros de Rafah, onde foram instalados "hospitais de campanha, tendas e um volume crescente de alimentos, água, medicamentos e outros artigos".

"Este plano de evacuação foi concebido para manter os civis fora de perigo", disse o porta-voz do exército, "o objetivo é lutar contra o Hamas, não contra o povo de Gaza. É por isso que estamos a proceder a esta evacuação temporária específica".

A 07 de outubro, um ataque do Hamas no sul de Israel causou perto de 1.200 mortos, na maioria civis. O movimento islamita fez mais de 250 reféns, dos quais 128 permanecem em cativeiro em Gaza e 35 terão morrido, de acordo com dados israelitas.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou mais de 34.600 mortos, na maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano.

O Hamas é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo Israel, Estados Unidos e União Europeia.

 

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