Japão critica manobras chinesas junto a Taiwan e expressa preocupação a Pequim
O Japão afirmou hoje que os exercícios militares com fogo real levados a cabo pela China em torno de Taiwan "aumentam as tensões" na região e indicou que "transmitiu a sua preocupação" ao governo chinês.
"As recentes manobras militares realizadas pelo Exército chinês em torno de Taiwan constituem ações que agravam a tensão no estreito de Taiwan, e o Governo do Japão transmitiu a sua preocupação à parte chinesa", lê-se num breve comunicado do Ministério nipónico.
Na primeira reação aos exercícios, que decorreram segunda e terça-feira, Tóquio sublinhou que a questão de Taiwan deve ser resolvida "de forma pacífica, através do diálogo".
Isto após Pequim ter afirmado que é irreversível a tendência histórica para o que descreveu como a `reunificação` de Taiwan com a China continental.
O Governo de Taipé alega que a ilha nunca fez parte da China comunista e que as pretensões de soberania chinesas são ilegítimas.
Os exercícios chineses, realizados 11 dias depois dos Estados Unidos aprovarem um plano recorde de venda de armas a Taiwan no valor de 11 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros), serviram para reforçar a pressão estratégica sobre Taipé através do estreitamento do cerco militar à ilha.
As manobras coincidem ainda com um agravamento das relações sino-japonesas, marcado nas últimas semanas por incidentes militares, trocas de protestos diplomáticos e medidas económicas punitivas.
A escalada foi desencadeada por declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que afirmou, durante uma sessão parlamentar, que um eventual ataque chinês contra Taiwan poderia colocar o Japão numa "situação de crise", o que justificaria a intervenção das Forças de Autodefesa nipónicas.