Jean Castex nomeado primeiro-ministro francês

por Ana Sofia Rodrigues - RTP
Reuters

O nome foi anunciado pelo Eliseu, depois de o Executivo de Edouard Philippe ter apresentado esta sexta-feira a demissão. Era o homem que detinha a missão da organização dos Jogos Olímpicos em 2024 desde 2017 e trabalhou diretamente com o primeiro-ministro demissionário. Castex tinha sido designado em abril para organizar toda a arquitetura do desconfinamento da pandemia da Covid-19.

Próximos dos Presidente já tinham comentado à imprensa francesa no início de junho, altura em que cessou, a 5 de junho, as suas funções temporárias de "Senhor Desconfinamento", como é muitas vezes referido, que Castex podia ser "o que quisesse" numa possível remodelação governamental.

Édouard Philippe referiu-se a Castex como de uma “irredutível eficácia” e de uma discrição a toda a prova.

Jean Castex tem 55 anos e era até agora autarca da cidade de Prades, no sul de França, junto à fronteira espanhola. O novo primeiro-ministro pertencia até agora ao partido de direita Les Republicains.
Vem de uma direita social e moderada. Servia agora no Ministério da Saúde e tinha passado pelo Trabalho, e juntou-se a Nicolas Sarkozy, em fevereiro de 2011, como secretário-geral adjunto do Eliseu, cargo que ocupou até 2012.

Macron dá assim um sinal de enveredar por uma linha à direita na sua governação.
Mudança desejada por Macron

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, demitiu-se esta sexta-feira, com toda a sua equipa. Uma mudança desejada por Emmanuel Macron, que anunciou uma "nova equipa" para seguir um "novo caminho" político durante a última parte de seu mandato até eleições presidenciais de 2022.

“Vou fazer escolhas para conduzir um novo caminho. São os novos objetivos de independência, de reconstrução, de reconciliação e de novos métodos para avançar. Por trás, haverá uma nova equipa”, considerou Macron numa entrevista publicada esta sexta-feira.
Rosário Salgueiro, correspondente da Antena 1 em Paris

A demissão já era esperada, dados os resultados das eleições do último fim de semana, em que o partido de Macron foi fortemente castigado e em que os Verdes conseguiram uma clara ascensão.

A meio do mês de junho, Macron argumentava estar na altura de "reinventar" a sua presidência e de se reposicionar no espetro político, quando faltam apenas 21 meses para as eleições presidenciais.

A mudança acontece quando o primeiro-ministro vinha a apresentar níveis de popularidade mais elevados do que Macron. Edouard Philippe estava em funções há três anos e estava a ganhar popularidade junto do eleitorado, graças à forma como tem gerido a crise pandémica no país.

Philippe foi a votos nas eleições municipais em França, sendo eleito para a autarquia do Havre.

Edouard Philippe veio da Direita e nunca chegou a juntar-se ao partido de Macron República em Marcha.
Tópicos
pub