Jens Stoltenberg. Países da NATO vão fornecer à Ucrânia "armas mais pesadas e modernas"

por RTP
Jens Stoltenberg Reuters

O secretário-geral da NATO prometeu esta quarta-feira em Davos, Suíça, que os membros da organização vão fornecer a Kiev armas "mais pesadas e mais modernas" para auxiliar a resistência às ofensivas russas. E avisou que este apoio "é urgente".

"Vamos reunir-nos em Ramstein no seio do grupo de contacto para a Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos e a principal mensagem será um apoio acrescido com armas mais pesadas e mais modernas", anunciou Jens Stoltenberg, em pleno Fórum Económico Mundial que decorre em Davos.

"Será muito perigoso subestimar a Rússia", advertiu o secretário-geral da Aliança Atlântica. "Vladimir Putin prevê novas ofensivas e está pronto a sacrificar os seus jovens, Mobilizou mais de 200.000 combatentes e está a adquirir armas a regimes autoritários como o Irão", acrescentou.

"O tempo está a esgotar-se. A situação é urgente. A Ucrânia necessita de mais apoio. Trata-se de um combate pelos nossos valores. A democracia deve vencer a tirania", insistiu, num evidente recado a Berlim.

No ultimo domingo, em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) já tinha dado garantias semelhantes.

"As recentes promessas de armamento pesado são significativas - e espero que mais venham no futuro próximo", disse Jens Stoltenberg. "Estamos numa fase decisiva da guerra", acrescentou, admitindo ainda que "é importante fornecer à Ucrânia as armas de que precisa para vencer".

A reunião referida por Stoltenberg esta quarta-feira irá realizar-se dentro de dois dias na base militar de Ramstein, na Alemanha. Em cima da mesa vai estar o fornecimento de blindados pesados e sistemas modernos de defesa aérea.

O Reino Unido já prometeu 14 carros armados Challenger 2 e a Polónia diz estar pronta a enviar 14 carros blindados Léopard 2 de fabrico alemão, se Berlim autorizar.

Apesar de pressionado para dar esta autorização, não só a Varsóvia mas a outras nações NATO equipadas com os Léopard 2 que queiram disponibiliza-los a Kiev, o chanceler alemão Olaf Scholz ignorou contudo o assunto, na sua intervenção em Davos.

A Alemanha tem sido cautelosa quanto à aprovação do envio de tanques Leopard, alegando temer que essa ação possa ser vista como uma escalada na guerra.

Esta quarta-feira, o Presidente ucraniano Volodimyr Zelensky apelou a "rapidez na tomada de decisão" quanto à ajuda à Ucrânia.
Uma intervenção realizada em Davos por videoconferência.
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