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Jogos Olímpicos. Macron admite mudar local da abertura caso haja indícios de ameaça terrorista

por RTP
Jogos Olímpicos em Paris com planos B e C Reuters

O presidente francês declarou que a França dispõe de planos alternativos para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos 2024 caso existam indícios de ameaça terrorista. A abertura dos Olímpicos vai acontecer a 26 de julho deste ano e será a primeira fora de um estádio, sendo que o local escolhido é o rio Sena.

A informação foi avançada por Emmanuel Macron numa entrevista num canal francês que explicou também que os organizadores continuam a criar uma abertura inédita. São esperadas mais de 300 mil pessoas e as comitivas por países vão ser apresentadas em barcos no rio Sena.

No entanto, foram realizados ajustamentos devido à segurança. “Se acreditarmos que há risco, dependendo da análise do contexto, temos planos alternativos”, disse Macron. “Há planos B e C e estamos a prepará-los em paralelo”.

A menos de 100 dias do início da maior competição desportiva do mundo, Macron afirmou que os planos alternativos são pequenas cerimónias em Trocadéro, perto da Torre Eiffel ou no Stade de France, que fica a norte de Paris, o local onde a seleção portuguesa de futebol se sagrou campeã europeia em 2016.

“Vamos analisar a situação em tempo real e preparar a cerimónia limitada ao Palácio do Trocadéro em que não usaríamos o Sena na totalidade, ou então uma cerimónia no Stade de France, o que é aquilo que fazemos tradicionalmente”.

Macron ainda acrescentou que os terroristas não querem deixar os parisienses “sonhar” e que essa “será a sua grande vitória”.

Sobre zonas de segurança, Macron explicou que vão existir algumas zonas que estarão prontas até oito dias antes da competição. “Existem sempre riscos na vida, mas estamos a usar todos os meios. Planeámos com antecedência e criámos um perímetro de segurança amplo e vamos revistar as pessoas e restringir o trânsito. Se há um sítio em que vossos filhos vão estar seguros é por lá” respondeu Emmanuel Macron às preocupações de um parisiense.

Estas medidas anunciadas pelo presidente francês vêm no seguimento da insistência dos organizadores dos Jogos Olímpicos que diziam não haver planos alternativos. França tem estado em alerta máximo de segurança desde os ataques ao Crocus City Hall, em Moscovo.

Para além do perímetro de segurança, serão 30 mil polícias destacados para estar em Paris mas 20 mil seguranças privados. Os soldados também vão ser mobilizados. Portugal garantiu a Paris que vai enviar um contingente para a capital francesa para ajudar a supervisionar Paris durante os Jogos Olímpicos.

“Vamos continuar a viver e mostrar que somos capazes de organizar os grandes eventos”, concluiu Macron.

Já o ministro do Interior de França, Gérald Darmanin,disse ao Le Parisien que não existem indícios concretos de ameaça terrorista e que, por isso, não existe necessidade de questionar a organização da cerimónia de abertura.

Apesar destas explicações, o ministro garantiu que caso essas ameaças sejam concretas a decisão de mudar de local a cerimónia de abertura vai caber ao presidente francês.
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