A Associação de Imprensa Estrangeira na Venezuela (APEX) pediu aos políticos locais que respeitem a imprensa e agências de notícias internacionais e não envolvam os jornalistas no debate político para as presidenciais deste mês.
"A APEX apela ao respeito pelo trabalho dos meios [de comunicação social] e agências internacionais e condena as agressões, de qualquer tipo, contra o trabalho jornalístico de parte das autoridades ou dos atores políticos no calor da campanha eleitoral na Venezuela", de acordo com um comunicado divulgado no sábado, em Caracas.
A Associação pediu ainda aos políticos venezuelanos para "não envolver a imprensa internacional em debates políticos, nem em acusações infundadas".
"O trabalho que realizamos é feito com respeito pelas tendências políticas da Venezuela. A nossa única função é informar", sublinhou.
O pedido da APEX surgiu depois de o Presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, ter acusado as agências de notícias internacionais de ter um plano para "gritar fraude", no final das eleições presidenciais marcadas para 28 de julho, de acordo com a imprensa local.
Em resposta à APEX, o presidente do parlamento da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou: "é precisamente essa a nossa exigência", numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).
"Que não se envolvam, tomando partido pela fação mais extremista e violenta da Venezuela. Tentem dizer a verdade e não encorajar fantasias que apoiem a violência. Não o permitiremos!", acrescentou, na mesma mensagem.
Jorge Rodríguez, que também lidera a representação do Governo venezuelano nas negociações com a oposição, considerou a afirmação da APEX de que a única função da imprensa internacional é informar, "é simplesmente risível".