Juiz manda Casa Branca restabelecer acreditação a jornalista da CNN

por RTP
"Vamos voltar ao trabalho", disse Jim Acosta, em reação à decisão do tribunal Carlos Barria - Reuters

Um juiz federal decidiu que a Casa Branca deve restabelecer o acesso do correspondente da CNN, Jim Acosta. Com esta decisão, o tribunal deu razão à estação de televisão e a outros órgãos de comunicação social em detrimento da administração norte-americana, que tomou a medida inédita de retirar a acreditação do jornalista após este insistir em perguntas incómodas ao Presidente Trump.

A estação de televisão CNN argumentou que a Casa Branca estava a punir o jornalista por discordar da sua cobertura. A CNN também alega que não foram seguidas as medidas adequadas de revogação do acesso.

No processo que interpôs contra a Casa Branca, a estação invoca que a suspensão do passe de imprensa de Jim Acosta viola os direitos instituídos pela Primeira e Quinta Emendas.

De acordo com a CNN, o juiz federal Thimothy J.Kelly, que escutou as alegações das duas partes na última quarta-feira, decidiu apenas sobre parte do processo, autorizando o restabelecimento temporário da acreditação de Jim Acosta, com base na Quinta Emenda. O juiz – nomeado por Trump no ano passado - sublinhou a natureza “muito limitada” da sua decisão.

Deste modo, a Casa Branca poderá ainda tentar revogar o acesso do jornalista se seguir todas as formalidades legais.

“Estamos satisfeitos com este resultado e esperamos uma decisão completa nos próximos dias. Os nossos sinceros agradecimentos a todos que apoiaram, não apenas a CNN, mas uma imprensa americana livre, forte e independente", refere a estação em comunicado.

A estação, que já entrou em contato com a Casa Branca para obter a acreditação do jornalista, está a aguardar resposta.

A CNN também pediu ao tribunal uma sentença que lhe dê garantias permanentes contra eventuais arbitrariedades do inquilino da Casa Branca. A CNN quer ainda que a medida de Trump seja declarada inconstitucional, para evitar que outros jornalistas sejam alvo de idênticas medidas de retaliação.

Esta posição valeu à CNN o apoio das maiores empresas de comunicação social dos Estados Unidos, incluindo a cadeia de televisão Trump, habitualmente consierada pró-TRump, o que torna este processo determinante para a liberdade de imprensa.
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