Legislativas francesas. Youtuber sobe à arena para combater fogo com fogo
Marcadas as legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho, a luta pelo poder em França está a fazer-se numa arena que ferve. Com os Républicains (RL, na sigla em francês) a defenestrarem o seu presidente após este propor uma aliança com o RN de Marine Le Pen, vencedor das europeias no país com um cabeça de lista jovem e de presença eficaz nas redes sociais, Squeezie, um dos mais conhecidos youtubers franceses, vem agora intrometer-se na corrida eleitoral.
Numa carta aberta publicada na sua conta do Instagram, este famoso youtuber deixa o apelo aos “jovens que o seguem” para que votem nas próximas legislativas contra a extrema-direita do Rassemblement National (RN), que considera ser “um partido que defende o ódio, a discriminação e o medo do outro”.
Num momento em que as redes sociais são um dos mais importantes fóruns de recrutamento dos jovens eleitores, a decisão de Squeezie dificilmente será visto como um mero fait-divers, já que se trata do segundo youtuber mais seguido de França, com 19 milhões de subscritores.
Por outro lado, se é vulgar o mundo da política encostar-se ao universo das redes, o movimento contrário de figuras das redes é tão raro que o posicionamento de Squeezie já está a fazer notícia. O youtuber adverte assim numa longa mensagem no Instagram contra a “ascensão drástica da extrema-direita”, deixando àqueles que o seguem um apelo para votarem nas legislativas contra o RN de Le Pen.
“Vão votar a 30 de junho e 7 de julho e percebam que votar num partido que defende o ódio, a discriminação e o medo do outro nunca foi uma solução”, escreve, acrescentando que “o RN não vai ajudar”.
Num momento em que as redes sociais são um dos mais importantes fóruns de recrutamento dos jovens eleitores, a decisão de Squeezie dificilmente será visto como um mero fait-divers, já que se trata do segundo youtuber mais seguido de França, com 19 milhões de subscritores.
Por outro lado, se é vulgar o mundo da política encostar-se ao universo das redes, o movimento contrário de figuras das redes é tão raro que o posicionamento de Squeezie já está a fazer notícia. O youtuber adverte assim numa longa mensagem no Instagram contra a “ascensão drástica da extrema-direita”, deixando àqueles que o seguem um apelo para votarem nas legislativas contra o RN de Le Pen.
“Vão votar a 30 de junho e 7 de julho e percebam que votar num partido que defende o ódio, a discriminação e o medo do outro nunca foi uma solução”, escreve, acrescentando que “o RN não vai ajudar”.
Fogo contra fogo
Como nas eleições europeias, o cabeça de cartaz do RN – e candidato a primeiro-ministro de França – voltará a ser Jordan Bardella. A confirmação surgiu logo que as Legislativas foram marcadas pela boca da própria Marine Le Pen, apostada em controlar o partido desde os bastidores, deixando o protagonismo mediático para Bardella, com a frescura dos seus 28 anos, um ídolo carismático para os jovens que vivem nas redes sociais e que já têm idade para votar.
Jordan Bardella, com todas as suas forças e contradições, um político contra a imigração e pelo controle de fronteiras, é ele próprio um produto da imigração, do lado tanto do pai como da mãe: o pai de origens italianas e a mãe uma italiana que entrou em França nos anos 1960, década em que também muitos portugueses foram a salto para esse país, indocumentados, em busca de melhores condições de vida.
Quem é Bardella e o que vale fora do espaço mediático é uma prova a fazer apenas se e quando chegar a governar. Por agora a certeza é a de que tanto a sua imagem como a sua mensagem passam muito bem nas redes sociais, a arena para onde a extrema-direita e a direita populista estão a levar a confrontação e o debate políticos.
Em 2022, Bardella recebeu de Marine Le Pen o testemunho para liderar o RN herdeiro da Frente Nacional fundada pelo seu pai Jean-Marie Le Pen. Nas internas em que foi escolhido o sucessor de Le Pen, Jordan Bardella assegurou 84,4 por cento dos votos.
Agora subiu à arena um opositor inabitual, que se transporta do universo onde Bardella determinava mais do que qualquer protagonista da política francesa e que, apesar de tudo, era um universo inócuo, onde não sopravam ventos contra, por não ser essa a vocação dos “artistas” das redes.
O próprio Squeezie, também ele com 28 anos, sempre manteve discrição relativamente às suas posições políticas. Até agora.
“Não quero que [as minhas opiniões] influenciem as vossas. Mas penso que opormo-nos fortemente a uma ideologia extremista que defende o ódio e a discriminação vai além de assumir qualquer posição política”, escreve, sublinhando que o RN “conseguiu suavizar a sua imagem e fingir que não é um partido de extrema-direita”.
“Nunca é tarde para reconsiderar as coisas e mudar o pensamento”, apelou Squeezie. Em três horas a publicação tinha um milhão de gostos.
Como nas eleições europeias, o cabeça de cartaz do RN – e candidato a primeiro-ministro de França – voltará a ser Jordan Bardella. A confirmação surgiu logo que as Legislativas foram marcadas pela boca da própria Marine Le Pen, apostada em controlar o partido desde os bastidores, deixando o protagonismo mediático para Bardella, com a frescura dos seus 28 anos, um ídolo carismático para os jovens que vivem nas redes sociais e que já têm idade para votar.
Jordan Bardella, com todas as suas forças e contradições, um político contra a imigração e pelo controle de fronteiras, é ele próprio um produto da imigração, do lado tanto do pai como da mãe: o pai de origens italianas e a mãe uma italiana que entrou em França nos anos 1960, década em que também muitos portugueses foram a salto para esse país, indocumentados, em busca de melhores condições de vida.
Quem é Bardella e o que vale fora do espaço mediático é uma prova a fazer apenas se e quando chegar a governar. Por agora a certeza é a de que tanto a sua imagem como a sua mensagem passam muito bem nas redes sociais, a arena para onde a extrema-direita e a direita populista estão a levar a confrontação e o debate políticos.
Em 2022, Bardella recebeu de Marine Le Pen o testemunho para liderar o RN herdeiro da Frente Nacional fundada pelo seu pai Jean-Marie Le Pen. Nas internas em que foi escolhido o sucessor de Le Pen, Jordan Bardella assegurou 84,4 por cento dos votos.
Agora subiu à arena um opositor inabitual, que se transporta do universo onde Bardella determinava mais do que qualquer protagonista da política francesa e que, apesar de tudo, era um universo inócuo, onde não sopravam ventos contra, por não ser essa a vocação dos “artistas” das redes.
O próprio Squeezie, também ele com 28 anos, sempre manteve discrição relativamente às suas posições políticas. Até agora.
“Não quero que [as minhas opiniões] influenciem as vossas. Mas penso que opormo-nos fortemente a uma ideologia extremista que defende o ódio e a discriminação vai além de assumir qualquer posição política”, escreve, sublinhando que o RN “conseguiu suavizar a sua imagem e fingir que não é um partido de extrema-direita”.
“Nunca é tarde para reconsiderar as coisas e mudar o pensamento”, apelou Squeezie. Em três horas a publicação tinha um milhão de gostos.