Mundo
Líder da Coreia do Norte coloca exército em estado de prontidão nuclear
O Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou que as armas nucleares norte-coreanas estejam prontas a ser utilizadas, "a qualquer momento" e disse que os comandantes militares devem estar prontos a lançar ataques preventivos, afirmou a Agência Central de Notícias Coreana, KNCA.
Foi a resposta do líder norte-coreano às novas sanções impostas por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira, após recentes testes com armas nucleares e o lançamento de mísseis.
A resolução, elaborada pelos Estados Unidos, restringe fortemente as trocas comerciais norte-coreanas e, pela primeira vez, obriga os países membros da ONU a inspecionar todas as mercadorias provenientes ou destinadas à Coreia do Norte, em portos e aeroportos.
A resolução proíbe ainda as exportações de carvão, de ferro e de minério de ferro. Pyongyang também não pode vender ouro, titânio e os minerais raros usados na tecnologia de ponta e não poderá adquirir combustível para aviões ou foguetões.A eficácia da resolução - a quinta desde 2006 - irá depender muito do zelo chinês em aplica-la, consideram analistas. Pequim, apesar de contestar as recentes ações da sua aliada, esforçou-se por limitar o alcance de várias das sanções propostas. Em termos comerciais pode ter muito a perder.
Para o líder norte-coreano, a decisão do Conselho de Segurança antecipa uma "fase muito perigosa," coincidente com exercícios militares conjuntos sul-coreanos e americanos.
Quinta-feira, a Coreia do Norte lançou seis mísseis de curto alcance para o mar do Japão.
Apesar da retórica do regime norte-coreano, não se sabe qual a real capacidade do armamento nuclear do país e a maioria dos analistas duvida que PyongYang tenha a capacidade de produzir uma bomba nuclear suficientemente pequena para equipar misseis funcionais.
"Não temos visto a Coreia do Norte testar ou demonstrar a sua capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear e a colocar num míssil balístico", declarou à Agência France Presse um responsável americano da Defesa. A mesma fonte reafirmou a sua certeza na capacidade norte-americana em contrariar um eventual ataque nuclear de Pyongyang.
Resolução "digna de bandidos"
A KCNA diz que Kim deu as suas ordens durante um exercício militar, provavelmente o que originou o lançamento dos seis mísseis.
Kim Jong-un disse que "devemos estar sempre pronta a disparar as nossas armas nucleares, a qualquer momento", porque os inimigos estão a ameaçar a sobrevivência do Norte.
"Numa altura limite, em que os americanos estão a levar a guerra e o desastre a outros países e povos, a única forma de defender a nossa soberania e direito à vida é impulsionar a nossa capacidade nuclear", afirmou Kim, citado pela agência.
Após a resolução "digna de bandidos", os norte-coreanos esperam agora a "ordem de combate para aniquilar o inimigo com fúria redobrada", declarou ainda Kim Jong-un.
"O reforço da nossa dissuasão nuclear é um exercício legítimo dos nossos direitos à auto-defesa, que se manterá tanto tempo se mantiver a política hostil norte-americana," alertou em comunicado o ministério norte-coreano dos Negócios Estrangeiros.
A resposta dos Estados Unidos à ameaça foi rápida.
"Apelamos a Coreia do Norte a refrear ações provocatórias que agravem tensões e em vez disso focar-se no cumprimento das suas obrigações e compromissos internacionais," afirmou o porta-voz do Pentágono, o comandante Bill Urban.

Sistema anti-míssil: escudo ou problema?
Washington e Seul iniciaram esta sexta-feira conversações sobre a possibilidade de colocar na Coreia do Sul o sistema Área de Defesa Terminal de Alta Altitude (THAAD), um escudo norte-americano de defesa antimíssil.
A China vê com maus olhos a colocação deste sistema que, a realizar-se, poderá deitar a perder a aplicação da resolução de quarta-feira.Pequim receia também as consequências da queda do regime comunista norte-coreano, desde um possível fluxo de refugiados no seu próprio território como a unificação da península coreana sob influência norte-americana. Uma hipótese olhada de esguelha também pelos russos.
Os primeiros dossiers a analisar esta sexta-feira estão relacionados com custos, eficácia e impacto ambiental da instalação do THAAD, revelou a agência de notícias Yonhap.
A Presidente sul-coreana Park Geun-Hye prometeu por seu lado uma resposta "severa" a qualquer provocação do Norte.
"Devemos fazer com que a Coreia do Norte compreenda que o seu regime não irá sobreviver se não renunciar aos seus programas nucleares", afirmou num discurso transmitido na televisão.
A resolução, elaborada pelos Estados Unidos, restringe fortemente as trocas comerciais norte-coreanas e, pela primeira vez, obriga os países membros da ONU a inspecionar todas as mercadorias provenientes ou destinadas à Coreia do Norte, em portos e aeroportos.
A resolução proíbe ainda as exportações de carvão, de ferro e de minério de ferro. Pyongyang também não pode vender ouro, titânio e os minerais raros usados na tecnologia de ponta e não poderá adquirir combustível para aviões ou foguetões.A eficácia da resolução - a quinta desde 2006 - irá depender muito do zelo chinês em aplica-la, consideram analistas. Pequim, apesar de contestar as recentes ações da sua aliada, esforçou-se por limitar o alcance de várias das sanções propostas. Em termos comerciais pode ter muito a perder.
Para o líder norte-coreano, a decisão do Conselho de Segurança antecipa uma "fase muito perigosa," coincidente com exercícios militares conjuntos sul-coreanos e americanos.
Quinta-feira, a Coreia do Norte lançou seis mísseis de curto alcance para o mar do Japão.
Apesar da retórica do regime norte-coreano, não se sabe qual a real capacidade do armamento nuclear do país e a maioria dos analistas duvida que PyongYang tenha a capacidade de produzir uma bomba nuclear suficientemente pequena para equipar misseis funcionais.
"Não temos visto a Coreia do Norte testar ou demonstrar a sua capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear e a colocar num míssil balístico", declarou à Agência France Presse um responsável americano da Defesa. A mesma fonte reafirmou a sua certeza na capacidade norte-americana em contrariar um eventual ataque nuclear de Pyongyang.
Resolução "digna de bandidos"
A KCNA diz que Kim deu as suas ordens durante um exercício militar, provavelmente o que originou o lançamento dos seis mísseis.
Kim Jong-un disse que "devemos estar sempre pronta a disparar as nossas armas nucleares, a qualquer momento", porque os inimigos estão a ameaçar a sobrevivência do Norte.
"Numa altura limite, em que os americanos estão a levar a guerra e o desastre a outros países e povos, a única forma de defender a nossa soberania e direito à vida é impulsionar a nossa capacidade nuclear", afirmou Kim, citado pela agência.
Após a resolução "digna de bandidos", os norte-coreanos esperam agora a "ordem de combate para aniquilar o inimigo com fúria redobrada", declarou ainda Kim Jong-un.
"O reforço da nossa dissuasão nuclear é um exercício legítimo dos nossos direitos à auto-defesa, que se manterá tanto tempo se mantiver a política hostil norte-americana," alertou em comunicado o ministério norte-coreano dos Negócios Estrangeiros.
A resposta dos Estados Unidos à ameaça foi rápida.
"Apelamos a Coreia do Norte a refrear ações provocatórias que agravem tensões e em vez disso focar-se no cumprimento das suas obrigações e compromissos internacionais," afirmou o porta-voz do Pentágono, o comandante Bill Urban.
Sistema anti-míssil: escudo ou problema?
Washington e Seul iniciaram esta sexta-feira conversações sobre a possibilidade de colocar na Coreia do Sul o sistema Área de Defesa Terminal de Alta Altitude (THAAD), um escudo norte-americano de defesa antimíssil.
A China vê com maus olhos a colocação deste sistema que, a realizar-se, poderá deitar a perder a aplicação da resolução de quarta-feira.Pequim receia também as consequências da queda do regime comunista norte-coreano, desde um possível fluxo de refugiados no seu próprio território como a unificação da península coreana sob influência norte-americana. Uma hipótese olhada de esguelha também pelos russos.
Os primeiros dossiers a analisar esta sexta-feira estão relacionados com custos, eficácia e impacto ambiental da instalação do THAAD, revelou a agência de notícias Yonhap.
A Presidente sul-coreana Park Geun-Hye prometeu por seu lado uma resposta "severa" a qualquer provocação do Norte.
"Devemos fazer com que a Coreia do Norte compreenda que o seu regime não irá sobreviver se não renunciar aos seus programas nucleares", afirmou num discurso transmitido na televisão.