Luxemburgo financia dessalinizadora em ilha cabo-verdiana para resolver excesso de fluor na água

por Lusa

Um pacote de ajuda externa a Cabo Verde vai financiar a solução para o excesso de flúor que está a prejudicar a saúde na ilha da Brava, anunciou hoje o encarregado de negócios da Embaixada luxemburguesa.

Este ano vai ser instalada "a primeira unidade de dessalinização 100% solar do país", afirmou Thomas Barbancey, na Praia, na abertura da terceira reunião da comissão de acompanhamento.

A comissão deverá aprovar este ano, no quadro do programa Água e Saneamento, "um plano de trabalho de mais de seis milhões de euros", com o objetivo de apoiar os esforços do Governo e dos municípios e assegurar que todos tenham acesso a serviços de saneamento e "água potável de qualidade, a um custo acessível".

A empresa de abastecimento de água na ilha Brava é um dos beneficiários dessa ajuda externa do Luxemburgo, que prevê instalar, este ano, uma dessalinizadora, pretendendo ultrapassar o problema de excesso de flúor, depois de divulgado um estudo sobre as consequências deste para a saúde.

O ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, que presidiu hoje à abertura da reunião do Comité de Pilotagem, sublinhou que essa dessalinizadora vai resolver o problema, não só da quantidade, mas da qualidade da água, até às zonas mais altas da ilha.

"Uma dessalinizadora que vai ser 100% solar, o que significa termos investimentos com um olhar no futuro muito sensível ao clima e que leva em conta toda a política nacional referente à transição energética", sublinhou.

O encarregado de negócios da Embaixada luxemburguesa garantiu, ainda, que, no quadro do programa Água e Saneamento, pretende continuar a apoiar as empresas municipais de água e saneamento, dedicando uma "especial atenção" às das ilhas de Santo Antão e São Nicolau, com um orçamento de mais de três milhões de euros.

"É evidente constatar que muitos foram os progressos alcançados pelo país nesta área, especialmente no setor da água", apontou Thomas Barbancey, destacando que, ao contrário de há 20 ou 30 anos, a problemática essencial deixou de ser a disponibilidade de água para as pessoas e passou a ser a universalização da ligação de água potável às casas.

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