O Presidente da Macedónia, Gjorge Ivanov, fez um balanço severo e muito crítico do comportamento europeu sobre os refugiados, que, afirma, deixou todo o peso da crise sobre alguns Estados e foi mesmo laxista em termos de segurança.
"Nós não somos nada, nem membros da Europa, nem de Schengen, nem da NATO, ninguém nos quer. No entanto, nós protegemos a Europa de um país europeu (a Grécia) onde o controle dos refugiados é deficiente", afirma Gjorge Ivanov.
"Foi só depois dos atentados de Paris que nos interrogaram. E nessa altura pudemos dizer às autoridades que, no total, dez pessoas entraram na Europa", com a mesma identidade que um dos autores, explicou.
A Macedónia é o primeiro país na rota dos Balcãs para os refugiados vindos da Grécia e que tentam chegar à Europa central.
O Presidente da Macedónia aplaude a atitude humanitária alemã de abrir as portas aos refugiados, mas é duro nas críticas quanto à segurança. E sublinha a falta de solidariedade para com a Macedónia.
"Nós já gastamos 25 milhões de euros do dinheiro dos contribuintes, estamos em estado de emergência e que recebemos nós da Europa? Nada! Nem um cêntimo!", refere.
"Os erros da União"
"Na crise de refugiados, nós é que pagamos os erros da União Europeia," conclui Ivanov. Para quem a Alemanha "agiu muito bem numa lógica humanitária" ao abrir em setembro de 2015 as suas fronteiras à torrente de migrantes, mas que "falhou completamente" na questão da segurança.
O Governo da Macedónia, próximo de regimes como o russo e o chinês, foi dos primeiros a encerrar as suas fronteiras com a Grécia, obrigando os refugiados a procurar rotas alternativas.
Atualmente, guardas e soldados macedónios vigiam especialmente com os homólogos gregos a passagem fronteiriça junto à aldeia grega de Idomeni, onde milhares de migrantes ergueram um campo improvisado à espera de poder prosseguir viagem.