Mundo
Guerra na Ucrânia
Maior ataque desde julho. Zelensky alerta para concentração russa em Zaporizhia
A Rússia lançou centenas de drones e mísseis contra o oeste da Ucrânia durante a noite, num dos bombardeamentos mais pesados das últimas semanas, adiantaram as autoridades ucranianas. O presidente ucraniano revelou que as forças russas estavam a concentrar-se na linha da frente sul de Zaporizhia – uma das quatro regiões ucranianas que Moscovo reivindica como suas.
Foram relatados ataques em Zaporizhia, Dnipropetrovsk e Lviv, onde uma pessoa morreu e outras ficaram feridas.O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, considera
que os ataques destacaram por que razão os esforços diplomáticos para
pôr fim à guerra e reforçar as defesas aéreas eram "cruciais".
A Força Aérea Ucraniana afirmou que a Rússia lançou 574 drones e disparou 40 mísseis contra a Ucrânia durante a noite de quarta-feira, tendo provocado a morte de uma pessoa na zona ocidental do país.
De acordo com um comunicado da Força Aérea de Kiev, este foi o maior ataque aéreo da Rússia desde julho.
No mesmo texto é indicado que a Rússia usou um total de "614 armas de ataque aéreo": 574 aparelhos aéreos não tripulados (drones) e 40 mísseis.
As forças de Kiev reclamaram que foram abatidos 546 drones e 31 mísseis sobre a Ucrânia.
Um ataque com míssil feriu 18 pessoas e destruiu as instalações de armazenamento de um fabricante norte-americano de produtos eletrónicos na cidade de Mukachevo, informaram os serviços de emergência e as autoridades locais da região ocidental de Zakarpattia, na fronteira com a Hungria e Eslováquia e mais distante da linha da frente.
A televisão nacional mostrou o governador da região, Myroslav Biletskyi, perto do edifício envolto em fumo, que disse que a fábrica produzia eletrónica de consumo, enquanto Andrii Sybiha, condenou o ataque numa publicação no X. "Uma instalação totalmente civil que não tem nada a ver com a defesa ou com o exército", afirmou.
"Este não é o primeiro ataque russo a empresas norte-americanas na Ucrânia, após os ataques aos escritórios da Boeing em Kiev no início deste ano e outros ataques".
Outro ataque russo visou uma estação de compressão de gás no leste da Ucrânia, que desempenha um papel importante no bombeamento de gás em instalações de armazenamento, disseram duas fontes do sector esta quinta-feira.
O Ministério ucraniano da Energia informou posteriormente que uma das instalações de infraestruturas de gás do país foi atacada pela Rússia durante a noite. Não forneceu mais detalhes, mas afirmou que os danos causados estavam a ser avaliados.Já o presidente ucraniano escreveu nas redes socais que, “esta noite, os militares russos estabeleceram um dos seus recordes insanos, atingindo empresas civis e edifícios residenciais".
Pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas em Lviv, uma grande cidade no oeste do país, informou o governador regional, acrescentando que cerca de trinta edifícios residenciais, um jardim de infância e edifícios administrativos foram atingidos.
A Rússia, que nega ter como alvo civis, usou mísseis e drones para atacar cidades ucranianas distantes das linhas da frente da guerra. Milhares de civis, a grande maioria ucranianos, foram mortos desde a invasão russa, em 2022.
Segundo Volodymyr Zelensky, a Rússia está a concentrar tropas na parte ocupada da região de Zaporizhia, em preparação para uma potencial ofensiva.
"Zaporizhia: a concentração de tropas inimigas está em curso", disse Zelensky a um grupo de meios de comunicação social, incluindo a AFP, em declarações feitas na quarta-feira, mas que estavam sob embargo até a manhã desta quinta-feira. Segundo o líder ucraniano, Moscovo está a transferir as suas forças da região russa de Kursk para esta zona.
O presidente ucraniano revelou ainda que o seu país testou com sucesso um novo míssil com um alcance de três mil quilómetros, chamado Flamingo, cuja produção em massa poderá começar no início do próximo ano.
"O míssil foi submetido a testes bem-sucedidos. Atualmente é o nosso míssil mais capaz: pode viajar três mil quilómetros. Até ao final de dezembro ou em janeiro-fevereiro, deverá iniciar-se a sua produção em massa", acrescentou no encontro com jornalistas.
Zelensky quer reação forte dos EUA
O presidente ucraniano disse que Kiev gostaria de uma "reação forte" de Washington caso o presidente russo, Vladimir Putin, não estivesse disposto a reunir-se com ele numa reunião bilateral.
O presidente norte-americano, Donald Trump, procura mediar a paz entre os dois países em guerra, mas admitiu que Putin, com quem Zelensky procurou um encontro individual, pode não estar disposto a fechar um acordo.
"Respondi imediatamente à proposta de um encontro bilateral: estamos prontos. Mas e se os russos não estiverem prontos?", questionou Zelensky na conferência de imprensa de quarta-feira."Se os russos não estiverem prontos, gostaríamos de ver uma forte reação dos Estados Unidos".
Apesar de uma onda de diplomacia nos últimos dias entre Trump e os seus homólogos russo e ucraniano, o caminho para a paz permanecia incerto, enquanto Washington e os seus aliados definiam quais seriam as garantias de segurança para Kiev.
Zelensky disse que não era claro que concessões em relação ao território que Moscovo estava disposto a fazer para pôr fim à guerra. Trump já tinha dito que Kiev e Moscovo precisariam de ceder terras.
"Para discutir o que a Ucrânia está disposta a fazer, vamos primeiro ouvir o que a Rússia está disposta a fazer", disse Zelensky. "Não sabemos isso."
"Queremos chegar a um entendimento sobre a arquitetura das garantias de segurança dentro de sete a dez dias. E com base nesse entendimento, pretendemos organizar uma reunião trilateral" incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, acrescentou o líder ucraniano.
O presidente ucraniano defende a Suíça, Áustria ou Turquia como possíveis países anfitriões do encontro com o homólogo russo.
"Acreditamos que é correto (...) que a reunião se realize numa Europa neutra", acrescentou Zelenskyi. Realizar esta reunião em Budapeste "não é fácil", dada a aproximação entre a Hungria e a Rússia, sublinhou Zelensky, que afastou ainda a escolha de Moscovo.
Respondendo a uma pergunta sobre a capital húngara, Budapeste, servir como um possível local para futuras negociações entre a Ucrânia e a Rússia, Zelensky disse que seria "desafiante".
A Hungria, o aliado mais próximo da Rússia na União Europeia, ofereceu-se por duas vezes para acolher conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, esta quinta-feira.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, manteve laços estreitos com Moscovo e frustrou os esforços da UE para apoiar a Ucrânia na guerra com a Rússia no passado – por isso, pode não ser visto por todos como um anfitrião neutro.
Em declarações aos jornalistas na manhã desta quinta-feira, Zelensky não discutiu a oferta da Hungria, mas disse que pediu a Trump que pressionasse Budapeste para desbloquear as negociações para a adesão da Ucrânia à União Europeia.
"Trump prometeu que a sua equipa trabalharia nisso", disse.
A Força Aérea Ucraniana afirmou que a Rússia lançou 574 drones e disparou 40 mísseis contra a Ucrânia durante a noite de quarta-feira, tendo provocado a morte de uma pessoa na zona ocidental do país.
De acordo com um comunicado da Força Aérea de Kiev, este foi o maior ataque aéreo da Rússia desde julho.
No mesmo texto é indicado que a Rússia usou um total de "614 armas de ataque aéreo": 574 aparelhos aéreos não tripulados (drones) e 40 mísseis.
As forças de Kiev reclamaram que foram abatidos 546 drones e 31 mísseis sobre a Ucrânia.
Um ataque com míssil feriu 18 pessoas e destruiu as instalações de armazenamento de um fabricante norte-americano de produtos eletrónicos na cidade de Mukachevo, informaram os serviços de emergência e as autoridades locais da região ocidental de Zakarpattia, na fronteira com a Hungria e Eslováquia e mais distante da linha da frente.
A televisão nacional mostrou o governador da região, Myroslav Biletskyi, perto do edifício envolto em fumo, que disse que a fábrica produzia eletrónica de consumo, enquanto Andrii Sybiha, condenou o ataque numa publicação no X. "Uma instalação totalmente civil que não tem nada a ver com a defesa ou com o exército", afirmou.
"Este não é o primeiro ataque russo a empresas norte-americanas na Ucrânia, após os ataques aos escritórios da Boeing em Kiev no início deste ano e outros ataques".
Outro ataque russo visou uma estação de compressão de gás no leste da Ucrânia, que desempenha um papel importante no bombeamento de gás em instalações de armazenamento, disseram duas fontes do sector esta quinta-feira.
O Ministério ucraniano da Energia informou posteriormente que uma das instalações de infraestruturas de gás do país foi atacada pela Rússia durante a noite. Não forneceu mais detalhes, mas afirmou que os danos causados estavam a ser avaliados.Já o presidente ucraniano escreveu nas redes socais que, “esta noite, os militares russos estabeleceram um dos seus recordes insanos, atingindo empresas civis e edifícios residenciais".
Pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas em Lviv, uma grande cidade no oeste do país, informou o governador regional, acrescentando que cerca de trinta edifícios residenciais, um jardim de infância e edifícios administrativos foram atingidos.
A Rússia, que nega ter como alvo civis, usou mísseis e drones para atacar cidades ucranianas distantes das linhas da frente da guerra. Milhares de civis, a grande maioria ucranianos, foram mortos desde a invasão russa, em 2022.
Segundo Volodymyr Zelensky, a Rússia está a concentrar tropas na parte ocupada da região de Zaporizhia, em preparação para uma potencial ofensiva.
"Zaporizhia: a concentração de tropas inimigas está em curso", disse Zelensky a um grupo de meios de comunicação social, incluindo a AFP, em declarações feitas na quarta-feira, mas que estavam sob embargo até a manhã desta quinta-feira. Segundo o líder ucraniano, Moscovo está a transferir as suas forças da região russa de Kursk para esta zona.
O presidente ucraniano revelou ainda que o seu país testou com sucesso um novo míssil com um alcance de três mil quilómetros, chamado Flamingo, cuja produção em massa poderá começar no início do próximo ano.
"O míssil foi submetido a testes bem-sucedidos. Atualmente é o nosso míssil mais capaz: pode viajar três mil quilómetros. Até ao final de dezembro ou em janeiro-fevereiro, deverá iniciar-se a sua produção em massa", acrescentou no encontro com jornalistas.
Zelensky quer reação forte dos EUA
O presidente ucraniano disse que Kiev gostaria de uma "reação forte" de Washington caso o presidente russo, Vladimir Putin, não estivesse disposto a reunir-se com ele numa reunião bilateral.
O presidente norte-americano, Donald Trump, procura mediar a paz entre os dois países em guerra, mas admitiu que Putin, com quem Zelensky procurou um encontro individual, pode não estar disposto a fechar um acordo.
"Respondi imediatamente à proposta de um encontro bilateral: estamos prontos. Mas e se os russos não estiverem prontos?", questionou Zelensky na conferência de imprensa de quarta-feira."Se os russos não estiverem prontos, gostaríamos de ver uma forte reação dos Estados Unidos".
Apesar de uma onda de diplomacia nos últimos dias entre Trump e os seus homólogos russo e ucraniano, o caminho para a paz permanecia incerto, enquanto Washington e os seus aliados definiam quais seriam as garantias de segurança para Kiev.
Zelensky disse que não era claro que concessões em relação ao território que Moscovo estava disposto a fazer para pôr fim à guerra. Trump já tinha dito que Kiev e Moscovo precisariam de ceder terras.
"Para discutir o que a Ucrânia está disposta a fazer, vamos primeiro ouvir o que a Rússia está disposta a fazer", disse Zelensky. "Não sabemos isso."
"Queremos chegar a um entendimento sobre a arquitetura das garantias de segurança dentro de sete a dez dias. E com base nesse entendimento, pretendemos organizar uma reunião trilateral" incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, acrescentou o líder ucraniano.
O presidente ucraniano defende a Suíça, Áustria ou Turquia como possíveis países anfitriões do encontro com o homólogo russo.
Respondendo a uma pergunta sobre a capital húngara, Budapeste, servir como um possível local para futuras negociações entre a Ucrânia e a Rússia, Zelensky disse que seria "desafiante".
A Hungria, o aliado mais próximo da Rússia na União Europeia, ofereceu-se por duas vezes para acolher conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, esta quinta-feira.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, manteve laços estreitos com Moscovo e frustrou os esforços da UE para apoiar a Ucrânia na guerra com a Rússia no passado – por isso, pode não ser visto por todos como um anfitrião neutro.
Em declarações aos jornalistas na manhã desta quinta-feira, Zelensky não discutiu a oferta da Hungria, mas disse que pediu a Trump que pressionasse Budapeste para desbloquear as negociações para a adesão da Ucrânia à União Europeia.
"Trump prometeu que a sua equipa trabalharia nisso", disse.
Os aliados europeus de Kiev uniram-se em torno de Zelensky durante uma visita à Casa Branca na segunda-feira, após um encontro no Alasca entre Donald Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
c/ agências