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Manobras russas trazem reforços para o leste da Ucrânia

por Carla Quirino - RTP
Tropas ucranianas na cidade de Toretsk, região de Donetsk Yevhen Titov - Reuters

A Rússia está a enviar tropas de reforço para o leste da Ucrânia, alerta o governador ucraniano da província de Lugansk. Ainda assim, os serviços secretos britânicos dizem que Moscovo não tem capacidade para uma ofensiva. O presidente Volodymyr Zelensky anuncia, por sua vez, estratégias para robustecer a linha da frente.

As autoridades da Ucrânia acreditam que estão em marcha preparativos para uma grande ofensiva militar russa. Por razões simbólicas, poderá ser lançada perto de 24 de fevereiro, data que assinala um ano sobre invasão.

No terreno, a leste já são visíveis manobras com a chegada de forças militares russas.

"Estamos a ver cada vez mais reservas a serem posicionadas na nossa direção, estamos a ver serem trazidos mais equipamentos", alertou Serhiy Haidai, governador ucraniano da província de Lugansk, praticamente dominada pela Rússia.

Haidai argumentou, durante uma entrevista à televisão ucrâniana, que as tropas russas estão a poupar munições: "Estão a usar as armas de forma diferente, já não estão a bombardear de forma ininterrupta. Estão lentamente a economizar, preparando-se para uma ofensiva em grande escala".

"Provavelmente levarão dez dias para reunir os reforços. Depois de 15 de fevereiro, podemos esperar [esta ofensiva] a qualquer momento", acrescentou o governador.
Desvalorização britânica
No relatório diário dos serviços de informações do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha, está descrito que, apesar das operações ofensivas russas para controlar Donetsk, Moscovo recuperou pouco território, uma vez que as tropas "carecem de munições e unidades de manobra necessárias para uma ofensiva bem-sucedida".

Decorrido quase um ano de confronto militar, a situação atual desenrola-se sem grandes avanços ou recuos no terreno, mas ambos os lados anseiam por resultados.

O documento britânico reitera que "os líderes russos provavelmente continuarão a exigir avanços abrangentes”. Mas “permanece improvável que a Rússia possa reunir as forças necessárias para afetar substancialmente o resultado da guerra nas próximas semanas"Estratégia ucraniana
A mobilização de centenas de milhares de tropas russas pode contrariar as conclusões britâniacas, daí o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter feito questão de responder, durante a comunicação noturna de segunda-feira, com a garantia de reforços militares na linha da frente.

Zelensky avançou que a estratégia passaria por combinar experiências de gestão militares dos governos locais e central.

"Em várias regiões, particularmente nas fronteiras ou na linha da frente, nomearemos líderes com experiência militar, aqueles que se mostrarem os mais eficazes na defesa contra as ameaças existentes", afirmou.

Já sobre a hesitação ucraniana que assombra a permanência no Governo do seu ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, Zelensky nada disse.
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