Mar Vermelho. EUA destruíram posto de comando dos Houthis e intercetaram vários mísseis

por Inês Moreira Santos - RTP
Porta-voz militar Houthi, Yahya Sarea, a declarar na televisão um novo ataque com mísseis a um navio dos EUA, em Sana'a, Iémen. Yahya Arhab - EPA

Na noite de quarta-feira, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram uma nova vaga de bombardeamentos contra posições rebeldes Houthis do Iémen, segundo denunciou o movimento xiita. E nas últimas horas o exército norte-americano terá abatido pelo menos dez drones e destruído um posto de comando do grupo rebelde. Já o movimento apoiado pelo Irão afirma ter atingido um navio mercante dos EUA no Mar Vermelho, num novo ataque contra navios comerciais.

O Comando Militar do Médio Oriente dos EUA (Centcom) confirmou que foram abatidos dez drones que “representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes e aos militares” posicionados na região. As forças norte-americanas afirmaram ainda ter atacado um “posto de comando terrestre” dos Houthis.

Ao final da noite de quarta-feira, as autoridades dos EUA já tinham anunciado o abate de três dornes iraniano e de um míssil antinavio, no golfo de Aden, lançado das “regiões controladas pelos Houthis no Iémen”.



Estes ataques aconteceram pouco depois de os Estados Unidos e o Reino Unidos terem decidido sancionar quatro líderes do movimento xiita por “atos de terrorismo” contra a navegação comercial no Mar Vermelho e no golfo de Aden.Também na quarta-feira os Houthis acusaram Washington e Londres de realizarem uma nova vaga de bombardeamentos contra a cidade de Saada, um dos principais redutos dos insurgentes no noroeste do Iémen.

No mesmo dia, os Houthis anunciaram um ataque contra um contratorpedeiro norte-americano no sul do Mar Vermelho com vários mísseis, uma ação que afirmaram ter sido "no âmbito do legítimo direito à legítima defesa”.

Um dia antes, o Centcom tinha declarado que o navio militar USS Gravely abateu um míssil antinavio lançado pelos rebeldes sobre o Mar Vermelho.
Navio mercante dos EUA atacado
Já esta quinta-feira foi atingido um navio mercante norte-americano por um míssil lançado do Iémen. De acordo com a empresa britânica de segurança marítima Ambrey, o navio foi atacado “enquanto navegava (…) ao largo da costa de Aden, no Iémen”.

“A Ambrey soube que este míssil foi disparado (...) de Taiz”, uma província no sul do Iémen, acrescentou a empresa.

Os Houthis já realizaram mais de 35 ataques a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde 19 de novembro, segundo o Departamento de Defesa dos EUA. O grupo rebelde já afirmou que têm como alvo navios ligados a Israel, em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos - principal aliado de Israel - enviaram navios de guerra para o Mar Vermelho e têm lançado vários ataques contra posições Houthi, por vezes em conjunto com o Reino Unido. Em retaliação, os Houthis também consideram navios ligados aos Estados Unidos ou ao Reino Unido como alvos.

Todavia, estes ataques do Iémen têm um impacto significativo no comércio internacional, do qual até 12 por cento passa por esta área essencial. O transporte marítimo de contentores através do Mar Vermelho caiu quase 30 por cento num ano, anunciou na quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os Estados Unidos, que classificaram os Houthis como uma entidade “terrorista”, criaram uma coligação marítima internacional para “proteger” o comércio internacional nesta área crucial.
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