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Ministra israelita nega crimes de guerra: "Espero que ontem tenham percebido a mensagem"

por RTP
Ronen Zvulun, Reuters

A ministra israelita da Justiça, Ayelet Shaked, negou que Israel esteja a cometer crimes de guerra na fronteira com Gaza, acusou o Hamas de sacrificar os palestinianos e acrescentou: "Espero que ontem tenham percebido a mensagem".

Ontem, o fogo de snipers israelitas contra as manifestações do outro lado da fronteira fez pelo menos 58 mortos e centenas de feridos. Hoje, em entrevista à Rádio do Exército, resumida no site de The Times of Israel, Shaked respondeu a uma pergunta sobre a eventualidade de Israel, mais uma vez, ser alvo de processos por crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional, dizendo que "os soldados do IDF [Exército israelita] estão a proceder correctamente, de acordo com as ordens para abrir fogo".

A ministra sustentou também que "as forças de segurança estão a fazer um muito bom trabalho em conter os acontecimentos". E acrescentou: "O Hamas está a sacrificar o seu povo por objectivos políticos, mas o IDF consegue lidar com a situação. Espero que ontem tenham percebido a mensagem e que as coisas não se descontrolem".

A uma outra pergunta, afirmou que, se Israel quiser "a fronteira de Gaza completamente tranquila, não tem outra alternativa se não conquistar a Faixa". Mas, precisou: "Não acho que isso deva ser feito neste momento".

A ministra manifestou também uma certa indiferença relativamente ao clamor internacional que se levantou contra o morticínio de ontem: "É desagradável, mas temos muita experiência e conseguimos lidar com isso".

Já o ministro do Interior, Aryeh Deri, se mostrou menos categórico quanto à inoportunidade de voltar a invadir a Faixa de Gaza: "Se o Hamas tentar agravar a situação e entrar em conflito, não voltará a recompor-se - nós iremos até ao fim".

Tamar Zandberg, líder do Meretz, um partido do parlamento israelita, pelo contrário, condenou a matança de ontem, dizendo: "As rédeas estão nas mãos dos dirigentes políticos e não dos snipers. Mas o IDF tem de mostrar contenção e controlo, para que não volte a repetir-se o resultado do dia de ontem".

Ahmad Tibi, deputado de um outro partido parlamentar israelita, a Lista Conjunta, acusou o Exército de cometer um "massacre" contra pessoas desarmadas e ridicularizou as alegações de que os manifestantes queriam atravessar a fronteira para cometer atentados terroristas: "Mesmo que cinco pessoas tivessem atravessado a vedação, podiam ter sido detidas".
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