Mísseis russos fazem pelo menos 20 mortos e dezenas de feridos em Odessa

por Graça Andrade Ramos - RTP
Um ataque sucessivo com mísseis fez quase 20 mortos e 60 feridos em Odessa, Ucrânia Serviços emergência Odessa - Reuters

Um novo ataque russo, o terceiro em poucos dias, causou quase cem mortos e feridos em Odessa, esta sexta-feira. O exército ucraniano afirma que dois mísseis Iskander, "foram disparados a partir da Crimeia", com os serviços de emergência a referir que os projéteis atingiram o mesmo local de forma consecutiva.

Entre as vítimas há diversos elementos de equipas de socorro.

"A Rússia continua a atterrorizar Odessa", acusou o procurador-geral da Ucrânia, Andriï Kostin, na rede X. "Dezasseis pessoas foram mortas e 58 feridas no ataque com mísseis".

Horas depois o balanço oficial foi revisto em alta, para 20 mortos e 75 feridos. 

Pelo menos 10 casas em Odessa foram danificados e os residentes tiveram de ser retirados devido ao perigo de explosões por fuga de gás e danos à rede elétrica.

Um primeiro míssil atingiu infraestruturas civis e causou um incêndio. As equipas de socorro chegaram, começaram a "extinguir o fogo, a varrer os escombros e a procurar vítimas", quando "o inimigo lançou um outro ataque de míssil", reportarem os serviços de emergência.

As vítimas mortais incluem "habitantes, um condutor de ambulâncias e um socorrista", referiu o governador regional Oleg Kiper, no Telegram. Pelo menos oito elementos dos serviços de emergência ficaram feridos.

Na mesma rede social, o líder da administração presidencial, Andriï Iermak, considerou que "o terror russo em Odessa é um sinal de fraqueza do inimigo".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu uma "resposta justa". "As nossas Forças de Defesa irão certamente fazer tudo para garantir que os assassinos russos sentem a nossa resposta justa", escreveu no Telegram.

As autoridades de Odessa marcaram um dia de luto para este sábado. Este foi o ataque mais mortífero contra a cidade desde o início da invasão russa.

Nos últimos meses, a Rússia tem multiplicado os ataques contra Odessa, uma cidade portuária junto ao Mar Negro crucial para a exportação de cereais ucranianos através de um canal marítimo instaurado por Kiev.

A 3 de março, um ataque com drone contra um edifício residencial fez 12 mortos, incluindo cinco crianças, e três dias depois um bombardeamento causou cinco mortos, durante uma visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e do primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis.

Esta noite, ataques de artilharia e com drones, russos e ucranianos, causaram vários mortos, incluindo civis, noutras localidades ucranianas.

A Rússia iniciou esta sexta-feira o primeiro de três dias de eleição presidencial.
A semana antecedente ficou marcada por incursões em território russo, alegadamente de combatentes pró-Kiev, que o Kremlin garante terem sido repelidos.
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