Um novo ataque russo, o terceiro em poucos dias, causou quase cem mortos e feridos em Odessa, esta sexta-feira. O exército ucraniano afirma que dois mísseis Iskander, "foram disparados a partir da Crimeia", com os serviços de emergência a referir que os projéteis atingiram o mesmo local de forma consecutiva.
"A Rússia continua a atterrorizar Odessa", acusou o procurador-geral da Ucrânia, Andriï Kostin, na rede X. "Dezasseis pessoas foram mortas e 58 feridas no ataque com mísseis".
Horas depois o balanço oficial foi revisto em alta, para 20 mortos e 75 feridos.
Pelo menos 10 casas em Odessa foram danificados e os residentes tiveram de ser retirados devido ao perigo de explosões por fuga de gás e danos à rede elétrica.
Um primeiro míssil atingiu infraestruturas civis e causou um incêndio.
As equipas de socorro chegaram, começaram a "extinguir o fogo, a varrer
os escombros e a procurar vítimas", quando "o inimigo lançou um outro
ataque de míssil", reportarem os serviços de emergência.
Na mesma rede social, o líder da administração presidencial, Andriï Iermak, considerou que "o terror russo em Odessa é um sinal de fraqueza do inimigo".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu uma "resposta justa". "As nossas Forças de Defesa irão certamente fazer tudo para garantir que os assassinos russos sentem a nossa resposta justa", escreveu no Telegram.
Nos últimos meses, a Rússia tem multiplicado os ataques contra Odessa, uma cidade portuária junto ao Mar Negro crucial para a exportação de cereais ucranianos através de um canal marítimo instaurado por Kiev.
A 3 de março, um ataque com drone contra um edifício residencial fez 12 mortos, incluindo cinco crianças, e três dias depois um bombardeamento causou cinco mortos, durante uma visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e do primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis.
Esta noite, ataques de artilharia e com drones, russos e ucranianos, causaram vários mortos, incluindo civis, noutras localidades ucranianas.
A Rússia iniciou esta sexta-feira o primeiro de três dias de eleição presidencial. A semana antecedente ficou marcada por incursões em território russo, alegadamente de combatentes pró-Kiev, que o Kremlin garante terem sido repelidos.