Moçambique acorda troca de informação de defesa e terrorismo com o Quénia

por Lusa

Os governos do Quénia e de Moçambique acordaram hoje, em Maputo, trocar informação e cooperar em matéria de defesa e no combate ao terrorismo, que afeta ambos os países.

"Um dos passos é exatamente este acordo que foi hoje assinado, que não existia. Cria balizas concretas de como as coisas legalmente devem funcionar", afirmou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, numa conferência de imprensa conjunta, na Presidência da República, com o homólogo do Quénia, William Ruto, que está em visita de Estado a Moçambique.

"Não é um problema limitado aos nossos dois países. É um desafio global, de todo o continente, e estamos orgulhosos da cooperação com os nossos parceiros em Moçambique", destacou, por seu turno, o chefe de Estado queniano.

Os governos dos dois países assinaram hoje quatro memorandos de entendimento, em áreas como agricultura, pescas, energia e desenvolvimento de capacidades no setor público, bem como outros quatro acordos de cooperação, ao nível do reconhecimento mútuo e troca de cartas de condução, de transferência de pessoas condenadas, de assistência mútua legal em matéria penal e de cooperação no domínio da Defesa.

Após a assinatura destes instrumentos jurídicos, o Presidente moçambicano recordou que as forças de segurança do Quénia têm apoiado desde a primeira hora a formação de unidades militares moçambicanas que combatem há mais de cinco anos os terroristas no norte do país, associados aos grupo extremistas Al-Shabaab e ao Estado Islâmico, algo que ambos os países pretendem "prolongar", com base nas linhas agora definidas.

Filipe Nyusi sublinhou que Moçambique tem a partilhar com o Quénia as informações sobre a forma de atuar do grupo terrorista que realizou ataques na província em Cabo Delgado, através deste novo mecanismo legal.

"Existe neste acordo a troca de informações. E essas informações são fundamentais. Saber que força está a agir em Moçambique, qual é a sua proveniência, se conseguirmos encontrar, quem os apoia. Sucessivamente vamos colaborar e fazer um trabalho conjunto. O problema do terrorismo é global, não só de Moçambique e do Quénia", destacou Nyusi.

William Ruto afirmou que o Quénia está "satisfeito" por "contribuir na luta contra o terrorismo em Moçambique", que pretende manter no futuro: "Podem contar com o apoio do Quénia na formação, na troca de informação e de capacidade".

Os dois chefes de Estado, que se reuniram após a segunda sessão da Comissão Mista de Cooperação entre os dois países, que decorreu entre segunda e quarta-feira, em Maputo, assumiram que as relações entre ambos os países entram agora numa fase, nomeadamente em termos económicos.

O Presidente queniano anunciou a disponibilização de 100 mil bolsas de estudo para formandos moçambicanos no Quénia na área do turismo.

"Temos capacidades que queremos partilhar", destacou William Ruto.

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