"Morte às IDF". EUA invalidam vistos de rappers britânicos por comentários anti-Israel no Festival de Glastonbury

O duo britânico Bob Vylan deixa de estar autorizado a entrar em solo norte-americano porque os EUA revogaram os vistos. A decisão prende-se com a atuação de Vylan no Festival de Glastonbury, no Reino Unido, onde gritou "morte às Forças de Defesa de Israel".

RTP /
Bob Vylan em apresentação no Palco West Holts no quarto dia do festival de Glastonbury em Worthy Farm, Pilton Oli Scarff / AFP

Os Estados Unidos mostraram-se indignados com o duo britânico Bob Vylan por fazerem comentários anti-Israel em solo britânico.

Assim, nesta segunda-feira, a Administração de Donald Trump anunciou que revogara o visto da banda britânica de punk-rap Bob Vylan, que cantou uma música onde pedia a morte do exército israelita (IDF) no Festival de Glastonbury, a decorrer em Worthy Farm, na localidade de Pilton, Somerset, no sudoeste de Inglaterra.

"Estrangeiros que glorificam a violência e o ódio não são visitantes bem-vindos no nosso país
", escreveu o secretário de Estado Adjunto dos EUA, Christopher Landau, na rede social X.

Controvérsia: “Morte, morte às IDF (Forças de Defesa de Israel)”

As frases a apelar à morte dos militares de Israel proferidas pelo vocalista de Bob Vylan - Bobby Vylan- foram transmitidos ao vivo pela BBC.

Após o concerto do grupo Bob Vylan no festival britânico surgiram diversas reações, entre elas da própria emissora dos concertos.

Desta forma, a BBC disse que “milhões de pessoas” assistiram à cobertura do festival, “mas uma exibição dentro da nossa transmissão ao vivo incluiu comentários que foram profundamente ofensivos”.

"A BBC respeita a liberdade de expressão, mas opõe-se firmemente à incitação à violência", acrescentou.

A agência de vigilância dos media, Ofcom, alertou que estava “muito preocupada” e que a BBC tinha que responder a algumas perguntas. "Estamos a conversar com a BBC sobre o fim-de-semana e estamos a obter mais informações com urgência", acrescentou a Ofcom.

Os organizadores de Glastonbury também reagiram afirmando que os comentários "pisaram muito os limites".

“Estamos a lembrar a todos os envolvidos na produção do festival que não há lugar em Glastonbury para o antissemitismo, discurso de ódio ou incitamento à violência”, realçou a organização do festival, em comunicado.

A polícia de Avon e Somerset declarou no sábado que provas em vídeo seriam avaliadas "para determinar se algum delito pode ter sido cometido que possa exigir uma investigação criminal".



Também o Governo do Reino Unido condenou "as palavras entoadas sobre a morte às IDF", em Glastonbury.

“Os sentimentos antissemitas expressos por Bob Vylan foram totalmente inaceitáveis e não têm lugar nas nossas antenas
", sublinhou o Governo britânico.

Entretanto o episódio quase causou um incidente diplomático entre o Reino Unido e a embaixada de Israel. 

Os diplomatas israelitas emitiram um comunicado onde relatam que "ficaram profundamente perturbados pela retórica inflamatória e odiosa expressa no palco do Festival de Glastonbury".
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