MP nega pedido de Lula da Silva contra procuradores que o denunciaram

Brasília, 17 set (Lusa) - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) do Brasil rejeitou na sexta-feira o pedido de liminar (decisão provisória) dos advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra três procuradores da Operação Lava Jato.

Lusa /
Jamil Bittar - Reuters

A defesa tinha apresentado na quinta-feira um "pedido de providências" contra a atuação dos três procuradores que falaram em conferência de imprensa na quarta-feira, dia em que o ex-chefe de Estado foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.

No encontro com os jornalistas, o procurador Deltan Dallagnol disse ainda que o ex-Presidente brasileiro era o "grande general" do esquema de corrupção descoberto na Operação Lava Jato, que trata do maior esquema de corrupção da história do Brasil.

Os advogados pediram que os procuradores fossem impedidos de usar a estrutura e os recursos do Ministério Público Federal para manifestarem posições políticas ou jurídicas que não estejam sob as suas atribuições.

O conselheiro do CNMP Valter Shuenquener indeferiu o pedido e deu 15 dias aos procuradores Julio Carlos Noronha, Roberson Pozzobon e Deltan Dallagnol para prestarem as informações que entenderem necessárias.

Citando a juíza Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, sobre liberdade de expressão, o conselheiro destacou que "o CNMP não é órgão estatal de censura prévia de membros do Ministério Público" e "a relevância da liberdade de manifestação do pensamento num estado democrático de direito, o que não recomenda a adoção de medidas cautelares a ela contrárias", lê-se numa nota do CNMP.

Ao comentar a denúncia na quinta-feira, Lula da Silva reafirmou a sua inocência e acusou os procuradores de estarem a tentar afastá-lo da vida pública, numa altura em que se fala na sua possível candidatura às presidenciais de 2018.

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