Mulher suicida fez-se explodir na Tunísia

por RTP
O local onde a mulher se fez explodir numa das principais avenidas da cidade de Tunes, foi isolado pela polícia Reuters

Nove feridos. É este o balanço inicial de uma explosão ocorrida na tarde desta terça-feira na avenida Habib Bourgiba em Tunes, capital da Tunísia. Sofiene Zaag, porta-voz do Ministério do Interior, descreveu o sucedido como uma "explosão terrorista".

O ataque foi atribuído a uma mulher de cerca de 30 anos, que deflagrou os explosivos que trazia junto a veículos da polícia, cerca das 13h50 locais.

De acordo com a rádio Mosaico FM, a bombista usou uma granada de mão que continha pequenas quantidades de explosivos. Testemunhas descreveram a explosão como "enorme".

Várias ambulâncias acorreram ao local. A maioria dos feridos são precisamente agentes da polícia tunisina, afirmou Sofiene Zaag. "Oito polícias e um civil ficaram feridos neste ataque suicida", disse.

Fotografias publicadas nas plataformas de redes sociais mostram uma mulher de cabeça tapada e rosto descoberto, aparentemente morta no chão da área vedada, vestida com calças escuras, um top cor-de-rosa e um casaco curto preto e com ferimentos graves numa anca e no estômago.

A avenida movimentada, a principal da capital tunisina, tem muitos cafés e restaurantes, assim como hotéis, e é habitualmente patrulhada pela polícia devido à proximidade de edifícios governamentais.

O atentado não foi reivindicado de imediato.
Vaga de ataques
Há três anos, a Tunísia, um dos países mais estáveis e democráticos do norte de África, cuja economia depende em grande parte do Turismo, foi abalada por uma série de ataques de militantes extremistas islâmicos contra turistas.

Em 2015, 21 pessoas morreram numa tomada de reféns no Museu Nacional Bardo, em Tunes, e um atirador matou 38 pessoas na praia de uma estância em Port El Kantaoui, perto de Sousse. Trinta das vítimas tinham nacionalidade britânica.

Desde então o país melhorou as medidas de segurança, sobretudo junto a hotéis, praias e outros locais frequentados por estrangeiros.

Deixaram de ocorrer grandes ataques, mas apesar de alguma recuperação a economia continua frágil e as autoridades mantêm a preocupação com militantes fiéis à al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico, que se refugiam no Magrebe e na vizinha Líbia, respetivamente.

Em março deste ano, um britânico e outro turista ocidental foram atacados por um homem armado com faca em El Kef, no nordeste do país.

A polícia tem também sido atacada diversas vezes.

A Tunísia está sob estado de emergência desde novembro de 2015, quando um autocarro da polícia foi alvo de um ataque suicida.

O estado de emergência foi já prolongado várias vezes, a última das quais no passado dia 5 de outubro.
pub