Mais de uma dúzia de empresas norte-americanas e europeias estão alegadamente a importar madeira de um proprietário brasileiro implicado num massacre que fez nove mortos, denuncia a Greenpeace.
Segundo uma investigação levada da organização não-governamental Greenpeace, os assassinatos foram perpetrados para que a empresa tivesse acesso à floresta onde viviam as vítimas, que eram pequenos proprietários.
O alegado mandante do massacre encontra-se fugido às autoridades desde 15 de maio, data em que foi conhecida a acusação.Comércio ilegal
Na lista do relatório elaborado pela organização de defesa do ambiente, encontramos nomes de empresas como Lacey Wood Products, Mid-State Lumber Corp, South Florida Lumber, Wood Brokerage International, Vogel Import & Export Nv.
Para a Greenpeace, as empresas envolvidas não deviam ter realizado negócios com a Cedro Arana, visto a madeireira ter acumulado multas federais de milhares de euros por comercialização de madeira ilegal.
Também existem indícios de fraude generalizada, lavagem de dinheiro e assassinatos de defensores ambientais.
A Greenpeace pediu às autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia para terem em conta que a madeira importada do Brasil pode ser de proveniência ilegal e que os negócios só sejam realizados com empresas legalizadas.Desflorestação da Amazónia
A desmatação do pulmão do mundo continua a um ritmo acelerado. Segundo dados da Greenpeace, a desflorestação aumentou 29 por cento em 2016 - nos últimos quatro anos, foi a terceira vez que este número aumentou na região.
Os ambientalistas acusam o Governo Federal de Michel Temer de “meter gasolina nas motosserras que destroem a floresta”.
No início do ano o ministro Eliseu Padilha diminui as áreas protegidas e o Conselho de Defesa Nacional decidiu retirar da ONU a candidatura do Parque Nacional da Serra do Divisor, na fronteira do Acre com o Perú, a património natural da humanidade.