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"Não pode ser". Nigéria dá "nega" à pressão de Trump para acolher deportados
O ministro nigeriano das Relações Exteriores garante que o país não vai ceder à pressão da Administração Trump para aceitar venezuelanos deportados dos Estados Unidos. Isto apesar das restrições de vistos para viajantes nigerianos e as ameaças de aumento de tarifas.
Entrevistado pelo canal de televisão privado Channels TV, o ministro apontou a demografia do país: "Já temos mais de 230 milhões de pessoas". Para depois acusar os Estados Unidos de castigarem a Nigéria mesmo “se concordarmos em aceitar prisioneiros venezuelanos ". Yusuf Tuggar é perentório, o país já tem "problemas suficientes, não podemos aceitar deportados venezuelanos para a Nigéria, pelo amor de Deus".
No início da semana, os EUA, em nome de um "realinhamento de reciprocidade global", restringiram os vistos de entrada no país. Ou seja, quase todos os vistos emitidos para cidadãos da Nigéria, bem como de Camarões e Etiópia, vão ser de entrada única e válidos por apenas três meses.
Numa alusão a esta medida, o ministro nigeriano considera “injusto a Nigéria aceitar 300 venezuelanos deportados", sugerindo que as recentes restrições de vistos não foram "recíprocas", mas sim uma tática de pressão.
Numa outra frente, Donald Trump ameaçou aplicar uma tarifa adicional de dez por cento aos países que alinhem com as políticas dos Brics.
Os BRICS são uma aliança de 11 países em desenvolvimento, criada para desafiar o poder político e económico do Ocidente.
A Nigéria não é membro pleno dos BRICS, mas tornou-se o nono país parceiro da aliança em janeiro.
Quando questionado sobre o que a Nigéria está a fazer para alcançar uma solução diplomática, o ministro disse que o país está em negociações com a Administração Trump para resolver as diferenças.