"O resultado é uma troca de mil pessoas, 1.000 por 1.000. Esse é o nosso resultado da reunião de hoje", disse o ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov, à televisão ucraniana Suspilne esta sexta-feira.
Caso a troca venha a concretizar-se, será a maior troca de prisioneiros, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
A informação da troca foi confimada também pelo chefe da delegação russa, Vladmir Meninsky, no final da reunião. "Nos próximos dias, terá lugar uma troca maciça de prisioneiros, 1.000
por 1.000", afirmou.
Segundo o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan, além desta medida acordada "para aumentar a confiança" entre as partes, as delegações russa e ucraniana concordaram também em reunir-se novamente para discutir um cessar-fogo.
"No final da reunião, as partes concordaram em trocar mil pessoas de cada país como medida para aumentar a confiança. Além disso, concordaram em partilhar por escrito com a outra parte as condições que permitirão alcançar um cessar-fogo. As partes também concordaram, em princípio, em reunir-se novamente.", escreveu Hakan Fidan numa publicação no X.
Kiev pede negociações diretas entre Zelensky e Putin
O ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov, disse que "a parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado" da Ucrânia e da Rússia, Zelensky e Putin, e que Moscovo "tomou nota deste pedido".
Do lado da Rússia, o conselheiro do Kremlin Vladmir Meninsky confirmou que "a parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado. Tomámos nota desta proposta".
Num breve discurso à imprensa, o negociador russo disse estar "globalmente satisfeito com o resultado" das conversações sobre o cessar-fogo na Ucrânia e que as duas partes devem agora apresentar e pormenorizar a sua visão dessa trégua.
"Uma vez apresentada esta visão, acreditamos que será apropriado continuar as nossas negociações", considerou.
Ucrânia pronta para a paz
Após a reunião entre a delegação russa e ucraniana, que chegou ao fim sem esperanças de um avanço significativo nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, o líder ucraniano confirmou que falou ao telefone com Donald Trump, Emmanuel Macron, Friedrich Merz, Keir Starmer e Donald Tusk esta sexta-feira.
Numa declaração publicada nas redes sociais, Volodomyr Zelensky afirmou que a Ucrânia está "pronta para tomar as medidas mais rápidas possíveis para a paz".
"A nossa posição — se os russos rejeitarem um cessar-fogo total e incondicional e o fim das mortes, sanções duras devem ser aplicadas. A pressão sobre a Rússia deve ser mantida até que ela esteja pronta para acabar com a guerra", disse.
"Putin deverá pagar o preço"
Após a conversa conjunta com Trump e Zelensky, o presidente francês, Emmanuel Macron, acusou Vladimir Putin de ignorar, pela segunda vez, os pedidos de cessar-fogo dos Estados Unidos, apoiados pela Europa e pela Ucrânia, como "inaceitável". Numa publicação no X, Macron acusou a Rússia de não querer a paz e de "apenas tentar ganhar tempo prosseguindo a guerra".
Em declarações aos jornalistas esta sexta-feira em Tirana, na Albânia, o primeiro-ministro briânico afirmou que os países planeiam "alinhar estreitamente" uma resposta após considerarem inaceitável a posição do Kremlin.
"Portanto, como resultado dessa reunião com o presidente Zelensky e da chamada com o presidente Trump, estamos agora a alinhar estreitamente as nossas respostas e continuaremos a fazê-lo", afirmou Keir Starmer, na companhia do chefe de Estado francês, do chanceler alemão, e do seu homólogo polaco.
Numa publicação no X, o primeiro-ministro britânico alertou que se a Rússia não mostra uma verdadeira disponibilidade para negociar a paz, o presidente russo "deverá pagar o preço".
"Se a Rússia não quer sentar-se na mesa, Putin deve pagar o preço.", afirmou.
Também a presidente da Comissão Europeia manifestou o seu apoio ao presidente ucraniano e prometeu "aumentar a pressão" sobre Vladimir Putin. Ursula von der Leyen afirmou que ela e António Costa, o presidente do Conselho Europeu, "apoiam firmemente" Volodymir Zelensky.
c/agências