Noruega pede verificação de cumprimento de acordo entre Governo venezuelano e oposição

por Lusa

A Noruega pediu hoje ao Governo e à oposição venezuelana que avancem com uma comissão para verificar o cumprimento do acordo para realização de eleições e sublinhou a importância de uma solução inclusiva para a crise política no país.

O apelo foi feito em comunicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega, que confirma que o secretário de Estado Andreas Motzfeldt Kravik esteve em Caracas entre 02 e 03 de abril para apoiar uma solução para a crise política local.

"É crucial que o que as partes acordaram seja implementado e receba amplo apoio da comunidade internacional. Durante as minhas conversações com as partes, salientei particularmente os esforços para estabelecer uma Comissão de Controlo e Verificação do Acordo de Barbados", assinado em outubro, refere Kravik no comunicado.

Durante a visita, Kravik reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, com representantes da oposição e com os responsáveis pelas negociações, Jorge Rodríguez e Gerardo Blyde, respetivamente chefes das delegações do Governo e da oposição, assim como com a sociedade civil da Venezuela.

A visita da delegação da Noruega à Venezuela teve lugar dois dias depois de a oposição ter pedido a Oslo que interceda no sentido de fazer com que Caracas cumpra o Acordo de Barbados para recuperar a ordem constitucional e realizar eleições livres.

A líder opositora Maria Corina Machado apelou hoje ao Governo da Noruega, na qualidade de facilitador do processo de diálogo e negociação, a utilizar "os recursos diplomáticos à sua disposição para garantir o pleno cumprimento do Acordo de Barbados", que tem sido "violado pelo regime a que preside Nicolás Maduro".

"O objetivo era garantir eleições livres e justas e, cinco meses depois de ter sido assinado (...), foi violado o direito dos venezuelanos a escolher um candidato para as próximas eleições. Estou pessoalmente ciente desta situação porque Maduro tem procurado impedir, por todos os meios, a minha participação como candidata presidencial das forças democráticas", adianta.

Em 28 de julho próximo os venezuelanos vão às urnas para eleger o próximo Presidente e Nicolás Maduro concorre a um terceiro mandato de seis anos.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela admitiu às eleições 13 candidatos registados por 37 organizações políticas.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos opositores, conseguir registar, provisoriamente, Edmundo González Urrutia, depois de denunciar insistentemente que não atinha acesso ao sistema de candidaturas.

A vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, foi impossibilitada de formalizar a sua candidatura por estar desqualificada para exercer cargos públicos.

Segundo a PUD, a oposição foi também impedida de registar Corina Yoris, designada substituta de Maria Corina Machado.

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