Novo secretário de Estado. Rubio promete "apoio inabalável" da Administração Trump a Israel
O novo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, prometeu "apoio inabalável" a Israel durante uma chamada telefónica com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na quarta-feira.
Rubio falou pela primeira vez com Netanyahu desde que a Administração Trump tomou posse para "sublinhar que o apoio contínuo e inabalável dos Estados Unidos a Israel é uma prioridade máxima para o presidente" eleito, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, num comunicado.
Rubio aproveitou também para parabenizar Netanyahu “pelos sucessos de Israel contra o Hamas e o Hezbollah e prometeu trabalhar incansavelmente para ajudar a libertar todos os reféns que ainda estão detidos em Gaza".O chefe da diplomacia “também comunicou [a Netanyahu] que está ansioso para abordar as ameaças representadas pelo Irão e procurar oportunidades de paz", acrescentou o Departamento de Estado.
No domingo passado, entrou em vigor o cessar-fogo acordado entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas. Foram libertadas três reféns israelitas em troca da libertação de 90 detidos palestinianos que estavam mantidos em prisões em Israel.
O acordo de várias etapas foi delineado em maio por Joe Biden, o antecessor de Trump, e foi finalmente concluído através de esforços conjuntos das equipas diplomáticas de ambas as administrações. No entanto, Trump tem tentado reclamar os louros do cessar-fogo em Gaza, afirmando que foi alcançado graças à sua equipa.
O novo presidente norte-americano disse, porém, na segunda-feira, poucas horas após a sua tomada de posse, que "não tinha certeza" de que as tréguas em Gaza se mantivessem.
Trump e Biden foram ambos apoiantes de Israel durante as suas guerras em Gaza e no Líbano. No entanto, o republicano promete ser mais enfático no apoio ao Estado hebraico. Numa das suas primeiras decisões, o presidente Trump pôs igualmente termo às sanções impostas por Joe Biden aos colonos israelitas extremistas na Cisjordânia ocupada, na sequência das agressões destes contra os palestinianos.
Israel lança operação "muro de ferro” na Cisjordânia
Em 2020, durante seu primeiro mandato, Trump propôs um "acordo do século" para o conflito israelo-palestiniano que previa a anexação de partes da Cisjordânia por Israel, mas isso nunca se concretizou. O seu regresso à Casa Branca reavivou, no entanto, o debate em Israel sobre esta questão altamente sensível.
Neste contexto, no dia seguinte à sua tomada posse e dois dias após a entrada em vigor da trégua em Gaza, o exército israelita "lançou uma operação antiterrorista" em Jenin, uma cidade no norte da Cisjordânia. De acordo com as últimas informações, o ataque de terça-feira provocou dez mortos e 35 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano.
O comandante demissionário das forças armadas israelitas justificou a operação "muro de ferro” como sendo de combate a redes terroristas na Cisjordânia, afirmando ter atingido “mais de dez terroristas” durante a operação.
O ministro israelita da Defesa, Israel Katz, justificou a operação no campo de refugiados de Jenin como uma "mudança na abordagem de segurança" do exército na Cisjordânia. "Atacaremos decisivamente os tentáculos do polvo até que sejam cortados", disse.
Benjamin Netanyahu, por sua vez, colocou a operação dentro de uma estratégia mais ampla que visa o Irão, "para onde quer que ele envie as suas armas”.
Israel adianta que a operação poderá durar vários dias e que o acordo de cessar-fogo em Gaza não é extensível a territórios ocupados como a Cisjordânia.
c/agências