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O que acontece se Boris Johnson enfrentar uma votação de confiança?

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
John Sibley - Reuters

Envolvido numa longa lista de polémicas, Boris Johnson enfrenta agora uma revolta conservadora que coloca o seu mandato em risco. Caso sejam apresentadas 54 cartas de moção de censura, Johnson será submetido a um voto de confiança que ditará o seu futuro enquanto primeiro-ministro britânico.

Boris Johnson está cada vez mais isolado à medida que vão sendo desvendadas mais polémicas em Downing Street, nomeadamente festas que ocorreram na época em que o Reino Unido estava em confinamento.

Boris Johnson vê-se, assim, numa luta pelo seu futuro político, à medida que enfrenta uma revolta dentro do seu partido. Vários deputados conservadores têm vindo a pedir a sua demissão e admitiram mesmo escrever a carta para a comissão que tem a capacidade legal de exonerar o primeiro-ministro, tal como aconteceu com Theresa May em relação ao Brexit.

Um desafio à liderança pode ser desencadeado se 15 por cento dos deputados conservadores escreverem uma carta a exigir um voto de confiança ao presidente do "Comité 1922" do partido, Graham Brady, que representa os deputados que não têm cargos no governo.


Os conservadores têm 360 deputados, por isso são necessárias 54 cartas de moção de censura para desencadear uma votação sobre o futuro de Boris Johnson, denominada de votação de confiança.
O que acontece durante um voto de confiança?
Lançada a votação de uma moção, todos os deputados conservadores são convidados a manifestar confiança ou desconfiança no seu líder.

Se Johnson vencer, ou seja, se conseguir o apoio de pelo menos metade do partido (180 deputados), ele permanece no cargo e não pode ser desafiado novamente durante 12 meses. Se Boris Johnson perder, ele deve renunciar ao cargo e fica impedido de concorrer às eleições gerais seguintes.
Quando pode ocorrer um voto de confiança?
Sob as regras conservadoras, o presidente do Comité de 1922, em conjunto com o líder do partido, decide a data da votação, que deverá ser realizada com a maior brevidade possível.

Quando a antecessora de Johnson, Theresa May, enfrentou um voto de confiança em dezembro de 2018, este foi realizado no mesmo dia em que o presidente do Comité de 1922 anunciou que tinha recebido cartas suficientes para avançar para a votação.
O que acontece se Johnson perder o voto de confiança?
Se Johnson perder, abre-se a porta a uma disputa da liderança para decidir quem será o seu sucessor. Não será, porém, convocada automaticamente uma eleição geral, pelo que o seu substituto será eleito primeiro-ministro.

Se forem apresentados vários candidatos, será realizada uma votação secreta entre os deputados conservadores. O candidato com o menor número de votos é excluído e segue-se outra votação entre os deputados conservadores. O processo repete-se até restarem apenas dois candidatos.

Os dois últimos candidatos serão, então, sujeitos a uma votação por correio dos membros mais amplos do Partido Conservador, com o vencedor a ser nomeado novo primeiro-ministro. Os eleitores precisam de ser membros do partido há mais de três meses.
Quem poderia vir a substituir Johnson?
Os dois deputados considerados favoritos para substituir Johnson são o ministro das Finanças, Rishi Sunak, que teve um papel de destaque no apoio à economia durante a pandemia de covid-19, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, que é popular entre os membros do partido de base.

c/agências
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