OIEA exige ao Irão garantias "urgentes" de que programa nuclear é pacífico

por Lusa

O Conselho de Governadores da Organização Internacional de Energia Atómica (OIEA) aprovou hoje, em Viena, uma resolução em que exige ao Irão garantias de que o programa nuclear em curso no país se destina a fins pacíficos.

A resolução recebeu o apoio de 26 dos 35 membros do corpo executivo da AIEA, a agência atómica da ONU, tendo a Rússia e China votado contra.

O texto indica que o Irão deve fazer o que for necessário para "cumprir as obrigações legais" e que deve dar garantias "imediatamente".

A proposta, apresentada pelos Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, e apoiada pela União Europeia (UE), a par de dez outros países europeus, pede ao Irão que tome as medidas necessárias para "fornecer explicações técnicas credíveis" sobre os vestígios de urânio de origem artificial encontrados em três instalações que Teerão nunca declarou como parte do seu programa atómico.

A resolução exige, por exemplo, que se permita aos inspetores o acesso a todas as instalações que julguem necessárias e que Teerão responda às perguntas da AIEA, que há anos tenta esclarecer a origem desses vestígios.

A resolução também se refere à possibilidade de o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, se deslocar ao Irão antes do final do mês para retomar as conversações e tentar esclarecer o assunto, embora o Teerão tenha indicado que não há qualquer reunião marcada.

O acordo nuclear de 2015 entre AIEA e Irão limitou as atividades atómicas iranianas.

Embora o Irão tenha, por motivos técnicos, reduzido o nível das reservas de urânio nos últimos meses, continua, todavia, com a produção de urânio altamente enriquecido, com uma pureza de 60%, muito próximo do limite necessário para fabricar bombas atómicas.

 Mohsen Naziri-Asl, representante permanente do Irão junto da AIEA disse hoje que a resolução adotada pelo Conselho de Governadores poderá "afetar a cooperação" com esta agência da ONU.

"Acreditamos firmemente que esta resolução não terá resultado (...) Visa justificar ainda mais as sanções unilaterais contra a nação iraniana", declarou Naziri-Asl, citado pela agência oficial Irna.

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